venda de smartphones
A indústria dos smartphones tem experimentado anos de estagnação e até de contração nas suas vendas. Até agora, a indústria mobile já viu uma baixa de 14,6% nas vendas no primeiro trimestre de 2023.

Este facto pode-se explicar pela pandemia de COVID-19, que foi um dos motores para a contração do mercado e também para a continuada baixa nos fornecimentos de produtos, que ainda hoje se sente.

O sétimo trimestre consecutivo em declínio

De acordo com um relatório recente publicado pela International Data Corporation (IDC), o fornecimento mundial de smartphones contraiu em 14,6% à escala anual (YoY), registando-se 268,6 milhões de unidades entregues no primeiro trimestre de 2023.

De acordo com o IDC, este é o sétimo trimestre consecutivo em declínio para a indústria dos smartphones, que tem enfrentado desafios do ponto de vista da procura, da inflação, e de outros aspetos de incerteza macroeconómica.

O IDC anunciou que o declínio deste trimestre é mesmo pior do que as suas previsões, disse aos seus leitores.

Anteriormente, o IDC havia mencionado num relatório do estado do setor mobile à escala mundial que os fornecimentos poderiam baixar até 12,7%.

O IDC tem associado este abrandamento com problemas nas linhas de fornecimento e abastecimento.

Referindo-se aos dados publicados sobre a tendência negativa de vendas de smartphones, a diretora de investigação da equipa IDC, Nabila Popal, explicou que muitos agentes do mercado têm tomado decisões conservadoras numa tentativa de obter ganhos temporários neste momento.

De acordo com Popal, a indústria dos smartphones poderá vir a registar 3 a 6 meses problemáticos, e haverá apenas impacto positivo no setor com resultados de dois dígitos durante o trimestre festivo de fim de ano.

Abordando alguns aspetos específicos dos dados, o IDC referiu que as vendas grossistas de smartphones sofreram perdas de dois dígitos durante o primeiro trimestre de 2023 que terminou a 31 de março.

Por exemplo, a China assistiu a uma contração de 12%, ainda que as suas atividades económicas tenha sido reabertas depois da pandemia global. Os mercados em desenvolvimento que têm sido alvo das vendas americanas e europeias registaram também quebras nas vendas, com contração de 11,5% para os fornecimentos americanos e 9,4% para os europeus.

Por outro lado, os mercados emergentes como O Médio Oriente Asiático perderam entre 17% e 20% nas vendas de smartphones.

Samsung está a liderar a mudança

Ainda que o declínio continuado nas vendas de smartphones possa ser uma preocupação real da indústria, alguns agentes do mercado têm tomado boas decisões para preservar a sua influência.

De acordo com o relatório da IDC, a Samsung foi a empresa que vendeu mais smartphones no trimestre em questão.

A Samsung fez entregas de 60,5 milhões de unidades do seu produto, ao passo que a rival Apple não passou da marca dos 55,2 milhões.

A fabricante Xiaomi surge em terceiro lugar, com 30,5 milhões, enquanto a OPPO e a Vivo fecham o top 5 com 27,4 milhões e 20,5 milhões de unidades, respetivamente.

Contudo, a Apple foi a empresa menos impactada por esta contração YoY, calculando-se uma contração de -2,3% nas entregas, ao passo que a Samsung teve uma quebra mais expressiva de -18,9%.

Dados estes resultados, a Apple Inc. foi a única que viu o seu mercado crescer de entre o top 5 de empresas de smartphones, apesar do declínio generalizado do mercado.

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Será que os fabricantes de smartphones estão a ficar sem ideias? Muitos utilizadores acreditam que sim

Em vez de comprarem smartphones, o barómetro da IDC mostra que muitos consumidores estão a priorizar as viagens e os produtos de entretenimento nas suas escolhas de compras.

Ao passo que a pandemia deixou um rasto de perdas entre fabricantes, as vendas de smartphones mantêm-se em declínio e podem no máximo atingir uma estagnação devido a fatores macroeconómicos.

Isto significa que aspetos como o design e a capacidade do software dos smartphones poderá atingir um plateau.

Muitos utilizadores estão já confortáveis com os seus smartphones, e os novos produtos parecem não trazer já novidades à experiência dos utilizadores.

Apesar deste declínio de dois dígitos, os agentes de mercado parecem não estar preocupados com estes indicadores.

Muitos dizem que o estado do mercado já era esperado, dada a maturidade do setor que se atingiu globalmente.

Uma vez que os smartphones têm um tempo de vida longo de vários anos, muitos apontam essa justificação como um dos fatores contribuintes para o estado atual do mercado.

Apesar disso, a intenção é continuar a lançar modelos novos de smartphones todos os anos.

Por exemplo, a Google já anunciou que irá lançar o seu telemóvel Pixel dobrável durante o evento da marca a 10 de maio.

Este lançamento deverá gerar interesse num mercado já largamente saturado.