protestos na frança
O presidente francês Emmanuel Macron veio a público dizer que as redes sociais e os videojogos têm contribuído para a disseminação dos protestos violentos no país. Isso depois da morte de um cidadão de 17 anos às mãos da polícia francesa.

Macron acusou, entretanto, as plataformas TikTok e Snapchat de desempenharem um papel fundamental ao encorajar atos de violência, ao mesmo tempo que criticou os videojogos pelos contributos para os protestos violentos na rua, de acordo com notícia da Associated Press.

O presidente francês também anunciou planos para trabalhar com sites de redes sociais de modo a remover conteúdos sensíveis e identificar utilizadores que “promover desordem e exacerbam a violência”.

Os protestos surgiram recentemente em França em consequência de um disparo fatal da polícia contra o condutor de 17 anos Nahel, que era de origens norte-africanas.

O incidente fez exacerbar as tensões relativamente à polícia e aos jovens franceses naquele país, levando a um levantamento popular e a atos de violência que se espalham por todo o país

Mais de 900 prisões e 300 agentes da polícia feridos na França

Na sexta-feira (30/06), o ministro francês do interior, Gerarld Darmanin, revelou que 917 detenções foram feitas num único dia. E que mais de 300 agentes da polícia foram feridos nas tentativas de desmantelar os protestos.

Macron veio apontar o dedo às plataformas de redes sociais, alegando que elas permitiram a disseminação da violência e também atos de mimetismo. Ele também culpou os jogos de vídeo, acrescentando outra camada a um debate contínuo em torno do impacto dos videojogos sobre a violência.

O presidente francês destacou a necessidade de promover um “espírito de responsabilidade” junto das plataformas. Mas Macron não definiu explicitamente qual a natureza dos conteúdos sensíveis que quer combater.

Autoridades francesas ameaçam com ações legais contra plataformas de redes sociais

Darmanin disse que as autoridades francesas haviam avisado às empresas de redes sociais para não serem elas próprias ferramentas de incitação à violência.

“Elas foram muito cooperantes”, disse. “Veremos hoje à noite se assim se manterão”.

Damanin acrescentou que o governo irá fornecer às empresas de redes sociais “tanta informação quanto possível”, de modo que, em troca, possam ser identificadas as pessoas que incitam à violência.

Ele referiu que as autoridades irão “julgar todas as pessoas que se servem das redes sociais para cometer atos de violência”, acrescentando que o país “tomará todas as medidas necessárias se soubermos de quem, através das redes, não cumpra a lei”.

A legislação francesa atual criminaliza as ameaças online, o ciberbullying e os insultos.

Contudo, é raro vermos que aqueles atos levem a julgamentos efetivos.

Snapchat respondeu com o aumento dos esforços de moderação

Em 2020 foi aprovada uma lei para plataformas e motores de pesquisa que impediam a circulação de conteúdos proibidos no espaço de 24 horas, mas a iniciativa também não foi eficaz.

O Snapchat, que é uma das plataformas mencionadas por Macron, respondeu com o aumento dos esforços de moderação relacionados com os protestos em França.

“A violência tem consequências devastadoras, e nós temos zero tolerância para conteúdos que promovam ou incitam à violência ou a comportamentos violentos no Snapchat”, disse um representante do Snapachat. Acrescentou que:

“Estamos proactivamente a moderar este tipo de conteúdos e, quando os encontramos, removemo-los e tomamos as ações apropriadas. Nós permitidos conteúdos que deem conta simplesmente da situação.”

Contudo, outras plataformas, incluindo TikTok e Meta, a empresa-mãe do Facebook e Instagram, ainda não fizeram comentários sobre esta matéria.

Plataformas de redes sociais censuram publicações com base em pedidos dos governos

As plataformas de redes sociais costumam estar atentas aos seus utilizadores que incitam violência e cooperam com as autoridades nacionais. As leis e o pedido dos governos para remover certos conteúdos ou fornecer dados de utilizadores são iniciativas a que as redes sociais costumam aceder, mas que são controversas.

Por exemplo, o Twitter censurou um discurso depois do pedido do governo turco nesse sentido e que podia ter efeito nas eleições presidenciais no país.

No mês passado, o antigo CEO do Twitter Jack Dorsey também revelou que a Índia pediu repetidas vezes a remoção de publicações e contas, além de ameaçar de ação legal em caso de incumprimento.

Dorsey disse que a Índia fez tantos pedidos de remoção de publicações ligadas aos protestos dos agricultores e jornalistas críticos, e eram tantas as ameaças de que o Twitter poderia ter de sair do país, que a empresa se sentiu pressionada para cumprir com aquelas exigências.

De igual forma, o Snapchat coopera com as autoridades e agências governamentais, mas diz que mantém um equilíbrio entre decidir remover conteúdos sensíveis e respeitar a liberdade de expressão e o ativismo político.

Enquanto isso, especialistas nesta área deixam avisos para evitar a remoção de conteúdos que possam infringir a livre expressão.

Projeto enfatiza a dificuldade em equilibrar ativismo político e a responsabilidade das plataformas online

Emma Llansó, diretora do Projeto de Livre Expressão do Centro para a Democracia e Tecnologia enfatiza a dificuldade em equilibrar ativismo político e a responsabilidade das plataformas online.

Ela refere que as pessoas podem usar linguagem mais forte ou fazer “alusões a violência” sem que isso seja incitamento.

“O que os jovens francês estão a fazer agora é protestar contra um estado de violência, o que é crucial em qualquer atividade política”, disse Llansó, acrescentando:

“E por isso, a maneira como as empresas de redes sociais respondem neste momento é uma matéria importante para saber como as pessoas podem encontrar a sua voz política. Este é uma linha difícil de definir”.

Será que os jogos de vídeo causam violência?

Em 2019, pouco depois de um tiroteio devastador que abalou a nação, o presidente Trump e o líder Kevin McCarthy deixaram avisos sobre o potencial efeito dos videojogos na violência no país.

Contudo, e apesar daquelas preocupações, não há provas de que os videojogos violentos e aqueles tráficos incidentes tenham ligações, de acordo com um relatório da Statista.

O relatório detalha que as empresas de jogos americanas geraram $36.9 biliões em rendimentos em 2019, o que ultrapassou marginalmente os $36.5 biliões.

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É uma surpresa que os Estados Unidos tenham uma taxa de mortes por arma de fogo de 4.43 habitantes por 100.000 em 2017, enquanto na China a média é de 0,004.

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No Japão, que também é conhecido por ter uma cultura ávida de videojogos, registaram-se apenas 0,04 mortes por armas em 100.000 pessoas.

Além disso, na Coreia do Sul, Alemanha, Reino Unido, França e Canadá, onde a indústria dos videojogos é pujante, a taxa de mortes por armas é muito baixa por comparação com os Estados Unidos.

Estas estatísticas desafiam a ideia de que os videojogos, só por si, contribuem para a violência.

Em vez disso, os números sugerem que vários fatores, como os valores da sociedade, saúde mental, acessibilidade a armas de fogo, podem todos contribuir para o fenómeno de violência com armas naquele país.

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