As ferramentas de edição de genoma estão entre os avanços mais promissores no campo da saúde e têm sido consideradas por empresas privadas como um setores com mais potencial de gerar grandes lucros. A Scribe Therapeutics, uma startup de biotecnologia, está a desenvolver ferramentas de edição genética para tentar curar doenças de difícil tratamento, sendo uma dessas organizações que já está a gerar interesse de grandes empresas de capital de risco e farmacêuticas.
A empresária nobelizada e pioneira da técnica CRISPR, Jennifer Doudna, cofundou a Scribe em outubro de 2018. Benjamin Oakes, David Savage e Brett Staahl estão também entre os cofundadores da empresa.
É de notar que a Scribe funciona na lógica “CasX”, que trabalha sobre um conjunto diferente de proteínas das que observamos em sistemas Crispr. Também foi desenvolvida uma plataforma chamada “Crispr-by-design” que pode atacar diferentes doenças. Em vez de remover células do corpo, editá-las e depois devolvê-las ao organismo, ela foca-se na edição de genes diretamente no corpo humano.
De acordo com Dr. Joshua Modell, que é um professor assistente na John Hopkins School of Medicines, a CasX é melhor do que a Cas9, uma vez que ambas são técnicas de menor impacto e que as tornam mais aptas para determinadas aplicações.
Ele também fez notar que as proteínas CasX poderão ser mais seletivas e apenas terão impacto nas partes do ADN que se queira.
A Scribe tem estado nas notícias recentemente devido aos grandes negócios que tem assinado com as empresas farmacêuticas de topo.
Empresa de edição de genoma assina acordos acima dos $4 biliões
A Scribe tem assinado contratos com grandes empresas farmacêuticas que já ascendem a valores em torno dos $4 biliões. O contrato mais recente foi com a Prevail, que é uma subsidiária da Eli Lilly e está a trabalhar em medicação genética para a doença de Parkinson e outras condições neurodegenerativas.
O negócio que está avaliado em $1.5 biliões prevê que a Prevail forneça $75 milhões num pagamento adiantado e como investimento de equity. A Prevail também deverá fornecer financeiro para investigação e desenvolvimento, assim como pagamentos adicionais à Scribe em nome dos royalties devidos e vendas futuras.
Continuing the streak of exciting news! 🚀Less than a year into our partnership with @sanofi, we're ushering in the next phase of collaboration. Our aim? To develop a revolutionary treatment that could potentially treat SCD at scale.🌍
Read the PR: https://t.co/ZcgpA3ouSc https://t.co/fy96cYzXB9
— Benjamin L. Oakes (@BenjaminLOakes) July 19, 2023
A Scribe também expandiu o seu acordo com a gigante farmacêutica Sanofi em cerca de $2.2 biliões. O acordo anterior foi assinado no ano passado e estava avaliado em cerca de $1 bilião, com $25 milhões a serem entregues em forma de pagamento.
A nova aliança poderá trazer $1.2 biliões como pagamentos para a empresa de edição genética, incluindo $40 milhões em pagamentos adiantados.
Comentando sobre a expansão da parceria, Oakes disse: “Estamos cada vez mais impressionados com o grau de especialização, rigor e urgência que Sanofi trouxe à nossa colaboração existente ex vivo, assim como os contributos para os avanços rápidos e inovação em tecnologias não-virais. Mantemo-nos agora entusiasmados e queremos expandir o nosso trabalho para novas áreas onde haja necessidades urgentes”.
O primeiro desses acordos que a Scribe anunciou foi em outubro de 2020, quando a Biogen incluiu um pagamento adiantado de $15 milhões, e até $400 milhões em pagamentos com base em metas pré-acordadas.
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Financiamento e avaliação da Scribe Therapeutics
A Scribe Therapeutics angariou $20 milhões numa ronda de financiamentos da série A, que foi conduzida por Andreessen Horowitz. Ela foi seguida por uma outra ronda de financiamento de Série B no valor de $100 milhões em março de 2021. A Avoro Venture conduziu essa ronda, que avaliou a empresa em $300 milhões.
Depois da ronda de financiamento, o parceiro da Avoro Ventures Behzad Adhazadeh juntou-se à administração da empresa e considerou a Scribe como “um exemplo único quando comparado com os sistemas Cas9”.
De acordo com dados da Pitchbook, as empresas de capital de risco estão a investir em torno de $3.3 biliões nesta indústria desde 2019. Estes valores podem não se ficar por aqui, já que várias empresas de edição genética e “genomics” entraram em bolsa nos últimos três anos – principalmente enquanto empresas do tipo “acquisition company mergers” (SPACs).
A ARK Invest, que é liderada por Catie Wood (uma das proponentes de investir em criptomoedas), detém inclusive um ETF chamado ARK Genomics Revolution ETF (NYSE: ARKG) que investe em empresas de edição genética. Este ETG está a negociar a preços que são de um terço do topo de valor atingido em 2021. Wood continua a encarar as carteiras digitais e a área de genomics como duas das tendências mais fortes para a próxima década.
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