A fabricante de carros de luxo e de carros de grande consumo Mercedes, intimamente ligada à economia alemã, referiu que se prepara para investir biliões de dólares para modernizar as suas fábricas na Europa e na China. Também revelou planos de expansão de fábricas nos Estados Unidos, num esforço recente para se posicionar na liderança dos Veículos Elétricos (VE).
A plataforma Automobilwoche revelou que o gestor de produção da Mercedes Joerg Burzer prestou declarações sobre as intenções de modernização de fábricas da Mercedes em Rastatt na Alemanha, em Kecskemet na Hungria e em Beijing.
Nas palavras de Burzer: “Estamos a investir valores milionários por cada fábrica.”
A Mercedes também referiu que irá investir valores na ordem dos “biliões de dólares” para modernizar as fábricas com sistemas de pintura de carros baseados em Bremen, Sindelfingen e Rastatt, na Alemanha.
As notícias reportam estas novidades dias depois de a Volkswagen ter anunciado um investimento de $192.6 biliões para escalar o negócio dos VE. Este investimento será feito ao longo de um período de cinco anos e a Volkswagen referiu ainda que dois terços do investimento serão alocados aos veículos elétricos e à digitalização.
De acordo com declarações prestadas a órgão de comunicação da especialidade, o CEO da Volkswagen Oliver Blume disse que “definimos objetivos claros e ambiciosos, e tomamos as decisões necessárias para o ano fiscal de 22. No ano fiscal de 23 teremos um ano decisivo para executar objetivos estratégicos e acelerar o progresso em todo o grupo.”
Fabricantes automóveis aceleram os seus investimentos em VE e tentam posicionar-se no setor dos Veículos Elétricos
A Volkswagen também anunciou um novo VE com um preço inicial de $26.000, que quer competir com os carros de grande consumo que estão a sair nesta indústria. A Tesla também já começou a trabalhar no seu modelo de VE de baixo preço, mas ainda não divulgou muitos detalhes sobre essa iniciativa.
Outros fabricantes de automóveis já vieram a público anunciar investimentos de vários biliões de dólares para escalar a produção de VE e não perderem este comboio apetecível para a liderança mundial de uma nova fase no setor automóvel.
A Ford já veio dizer que quer gastar cerca de $50 biliões até 2026, o que representaria um aumento na produção anual de VE na ordem dos 2 milhões até ao fim de 2026. A produção de VE da empresa é de cerca de 12.000 veículos por mês, de acordo com dados recentes, mas quer acelerar a quantidade de veículos produzidos até ao final de 2023.
A General Motors também já se comprometeu com um investimento de $35 biliões em VE entre 2020 e 2025, e prevê um aumento de produção de VE em 1 milhão em 2025. Anunciou igualmente que deixaria de vender carros de combustão interna em 2035, tornando-se no primeiro fabricante de Detroit a estabelecer um prazo para o fim deste tipo de automóveis.
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Mercedes quer expandir a sua fábrica americana
A Mercedes está também a considerar expandir a sua fábrica em Tuscaloosa nos EUA. Isto surge numa altura em que se pode candidatar para a concessão de crédito fiscal em VE de $7.500 nos EUA, já que o veículo seria inteiramente montado nos Estados Unidos. O que representaria uma vantagem clara para os seus consumidores, ao abrigo de uma lei de proteção dos produtores americanos.
Dias depois de aquele ato ter passado, no ano passo, a Toyota também anunciou um investimento adicional de $2.5 biliões na Toyota Battery Manufacturing North Carolina (TBMNC), o que ajudaria a suportar a produção de VE no país.
Aquele Ato também prevê a produção nacional, e gradual, de baterias, o que tem levado a que os fabricantes procurem soluções para a produção de baterias a nível nacional.
Os fabricantes automóveis procuram assegurar metais para as suas baterias
A General Motors assinou um acordo de fornecimento de metais para baterias com a Vale, que vai explorar o sulfato de níquel numa plataforma no Quebec, Canadá. A Ford também anunciou um investimento de biliões de dólares com a empresa chinesa CATL para produzir baterias de VE nos EUA.
De volta à Mercedes, a empresa vendeu 12.421 VE nos EUA em 2022. Enquanto as vendas aumentaram exponencialmente desde 2021, os números continuam a ser modestos relativamente à líder de mercado Tesla nos EUA.
Com a sua expansão do fabrico de VE nos EUA, a Mercedes quer aumentar a sua quota de mercado neste setor nos EUA. A Volkswagen também prevê conquistar uma quota de mercado de 10% nos EUA, mais que duplicando os números atuais.
Enquanto isso, e dado o entusiasmo em torno dos novos modelos de VE que vão sendo anunciados, começa-se a preparar uma guerra de preços com a China, que já se está a afirmar como um dos mercados automóveis mais competitivos à escala global.
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