india hackers
A Índia está a ter um autêntico boom de crescimento em todos os aspetos ligados à digitalização nos últimos anos. Contudo, e apesar do crescimento do espaço online na Índia, muitas empresas estão a ter problemas de proteção e segurança.

Em resultado disso tem-se observado uma onda enorme de ciberataques a empresas indianas, que representa hoje um risco significativo para as metas e crescimento económico do país.

Com uma população digital de mais de 692 milhões de utilizadores, não é de espantar que a Índia seja um dos países mais apetecíveis para ciberataques.

Muitas das indústrias do país, que incluem fábricas e farmacêuticas, têm sido alvo de ataques online e revelam o estado vulnerável das suas estruturas informáticas.

Índia chega à cena digital recentemente e já é alvo de ataques de hackers

A situação indiana foi explicada por Amit Pradhan, um dos líderes de consultoria da gigante de cibersegurança indiana Mandiant. A firma detida pela Google Cloud está-se a debruçar sobre este tema, reportando um dos maiores incidentes recentes – o ataque à Suzuki Motorcycle India.

O ataque à empresa aconteceu em maio deste ano, forçando a parar com a produção.

Antes dessa ocorrência, uma das maiores farmacêuticas indianas também sofreu um ataque de ransomware em março, com o impacto desse ataque a ter reflexo nos lucros da empresa.

Pradhan disse que cada empresa no país tem a ambição de se digitalizar. Contudo, também referiu que os benefícios seriam acompanhados de alguns riscos.

Acredita-se que muitos dos ataques tenham proveniência na China, que é um país concorrente em vários domínios económicos e políticos.

Novos na cena digital, a Índia também está a sofrer ataques em infraestruturas civis e militares. Dada esta situação, o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, deverá fazer uma reunião de Estado em cibersegurança para adotar medidas de proteção.

O objetivo é oferecer maior resiliência às estruturas críticas do tecido económico indiano e do aparelho de Estado em situações de guerra híbrida que incorpore ataques digitais.

Crescimento da Índia é uma ameaça para a China

O crescimento acelerado da Índia em população, economia ou tecnologia representa uma ameaça para os vizinhos chineses. É hoje uma das nações mais populosas do mundo, e poderá estar prestes a afirmar-se como um mercado de destaque para o fabrico e exportação de produtos eletrónicos.

Com as tensões crescentes entre China e Estados Unidos, a China está a demonstrar algumas vulnerabilidades. E isso é uma oportunidade para a Índia se vir a afirmar no plano geopolítico e comercial.

Em forma de retaliação começaram a surgir ciberataques direcionados à Índia, sendo que o mais popular é o ransomware. Este tipo de ataques cresceu 53% no país em 2022, de acordo com um relatório da CERT.

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Índia está atrás das nações desenvolvidas em termos de cibersegurança

Pradhan comentou que a Índia está atrás de outros parceiros de países desenvolvidos no que toca à importância da cibersegurança. Claro que as firmas de outras regiões têm sofrido ataques semelhantes ao longo dos anos, o que lhes permitiu adotar medidas de segurança mais eficazes.

Algumas das medidas para reduzir vulnerabilidades estão já a ser aplicadas por empresas como a L&T Technology Services, que aumentou o seu orçamento para cibersegurança em 50% no ano passado, de acordo com o seu COO Abhishtek Sinha.

Ele referiu que a empresa está a tomar medidas na sua arquitetura zero-trust, restringindo aos trabalhadores e comerciantes o acesso a dados sensíveis que possam comprometer os serviços num eventual ataque.

Com a inteligência artificial a entrar na cena global, este é mais um elemento poderoso para a prevenção mas também para reforçar aspetos de resiliência, já que é possível detetar falhas proactivamente nos sistemas informáticos. O outro lado da moeda é que a Inteligência Artificial poderá ser usada também por hackers, pelo que entraremos numa corrida de inovação de um e do outro lado das barricadas.

No passado recente, uma forma fácil de detetar, por exemplo, emails de phishing era olhar para o endereço, o tipo de mensagens e conteúdos. Mas isto já quase não acontece, com os ataques de phishing e de outra natureza a melhorarem muito os seus métodos e a conseguirem disfarçar-se como mensagens legítimas.

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