investir em IA pode ser ruinoso
O mundo enfrenta neste momento uma explosão sem precedentes em investimentos ligados a Inteligência Artificial, com governos, empresas e indivíduos a depositarem dinheiro e esperanças nas promessas da IA.

Contudo, a História está repleta de exemplos de bolhas especulativas que explodiram, deixando muitos em crise financeira.

Para ajudar a navegar este boom em IA e proteger os seus investimentos, deixamos-lhe algumas lições valiosas que pode reter a partir dos pioneiros da indústria e que servem de aviso contra as eventuais bolhas especulativas.

1. Conheça a tecnologia e as suas limitações

Antes de se lançar em investimentos com IA, é crucial compreender a tecnologia que lhe está subjacente e as suas limitações. A IA é um campo de avanços rápidos, mas é também importante sermos capazes de identificar as áreas em que esta tecnologia ainda é apenas uma promessa de futuro.

“Fico maravilhando e confiante com tantas cabeças que pensam nas aplicações e na rentabilidade possíveis com a inteligência artificial – e muitos sem saberem nada sobre o assunto” – disse Doug Kass, presidente da Seabreeze Partners Management, numa entrevista ao Financial Times.

Por isso, é fundamental conduzir uma investigação profunda e séria antes sobre as empresas de IA, para garantir o seu valor tangível e escalabilidade.

Veja como investir em criptomoedas e porque esta iniciativa está a ser associada a um movimento vanguardista nos mercados.

2. Diversificar investimentos

A diversificação é uma regra dourada nos investimentos e ela mantém-se verdadeira na IA. Em vez de apostar tudo numa única empresa de IA, considere distribuir investimentos entre vários setores, tecnologias e regiões geográficas.

Esta abordagem mitiga o risco de eventuais falhanços futuros e permite aos investidores ganharem exposição num grande número de oportunidades em IA.

“É por isso que os ETF são úteis, já que dão acesso a inúmeros setores e protegem contra o registo de selecionar ações individuais duvidosas, quer seja em apostas na valorização ou desvalorização”, diz Andrew Merricks, gestor de portfólios do IDAD Funds.

3. Não tema os falhanços

Investir em tecnologias inovadoras e emergentes como as que são exigidas no setor IA requer uma mentalidade que abraça os falhanços como experiências de aprendizagem valiosas. A indústria é tão recente que há sempre hipótese de alguns investimentos falharem, enquanto outros serão bem-sucedidos.

“Muitas indústrias enfrentam estas dificuldades, em padrões de perdas, perdas, e depois vem uma primavera eterna”, diz o líder da Google Brain e cientista-chefe da Baidy, Andrew NG, à ZDNet.

Inúmeros pioneiros da IA têm enfrentado problemas antes de atingirem o sucesso, como sucede em qualquer setor.

Para compreender porque alguns investimentos em IA podem não gerar lucros imediatos, os investidores poderão aprender a ultrapassar o medo de falhar ao manterem-se focados no potencial de longo prazo. É claro que quanto maior for o potencial de falhar em investimentos de IA, menor deverá ser a nossa tolerância a perder dinheiro. Poderá avaliar a tolerância ao risco de acordo com os investimentos que tem em mente.

Um dos exemplos prementes das aplicações IA é o dos robô trader em mercados financeiros.

4. Conheça os riscos da especulação e das valorizações excessivas

O potencial da IA tem gerado imenso entusiasmo entre investidores, levando a valorizações impressionantes para algumas empresas.

Ainda que o otimismo seja, em geral, uma coisa boa, é importante saber diferenciar entre expectativas realistas e hype especulativo.

Avaliar os fundamentos de negócio de uma empresa, a sua geração de rendimentos e perspetivas de crescimento são estratégias boas e provadas de evitar grandes movimentos especulativos que podem trazer problemas. Ainda que estes tipos de investimento possam resultar muito bem, e foi isso que observámos com o crescimento impressionante da indústria dos veículos elétricos liderada pela Tesla, continua a ser fulcral avaliar os riscos envolvidos.

James Penny, gestor sénior de investimentos da TAM Asset Management, refere que: “as empresas que mencionam o termo IA obtêm incrementos significativos no valor das suas ações”.

“Creio que o mercado poderá estar a meter a carroça à frente dos bois”, disse Penny à Bloomberg.

5. Mantenha as emoções controladas

As bolhas de investimentos costumam gerar emoções como medo de ficar para trás (FOMO) ou ganância excessiva.

Tomar decisões emotivas pode criar julgamentos enviesados e levar a más decisões de investimento.

Por isso, é crucial manter as emoções controladas, tomar decisões de investimento racionais e evitar decisões por impulso.

Investimentos consistentes e disciplinados através de análise e pesquisa extensa são fundamentais para o sucesso.

“Creio que estamos a observar casos de falhanços um atrás do outro. O FOMO e a valorização incrível de algumas ações… são sinais de que os investidores devem ter cuidado”, diz David Trainer, fundador da firma de investimentos New Constructs.

Veja como comprar ações online em Portugal, mas mantenha-se atento aos riscos.

Será que a IA é a próxima bolha Dot-com?

A bolha dot-com no final dos anos 1990 foi um exemplo clássico do que é uma bolha especulativa ruinosa.

Inúmeros investidores injetaram fundos em empresas baseadas na internet com a promessa de lançar tecnologias revolucionárias.

Contudo, quando aquela bolha rebentou em 2000, muitos investidores sofreram perdas significativas.

Alguns pivots de mercado, incluindo o economista veterano David Rosenberg, e especialistas de Wall Street como o Bank of America, UBS e Tam Asset Management, têm estado ligados à evolução de preços em ações de IA.

“Este tipo de comportamento corporativo não é muito diferente do que observámos na bolha dot-com, quando as empresas satisfaziam os apetites dos investidores com notícias de incorporação de novas tecnologias nos seus negócios – com anunciando aceleração no preço de ações só porque tinham a designação “.com” no nome”, diz o economista veterano David Rosenberg.

Por outro lado, alguns especialistas de mercado vieram notar que há um número distinto de diferenças entre a bolha dot-com e a evolução de ações em IA que atualmente observamos.

Jeremy Siegel, um professor de finanças de Wharton, mencionou que durante a era dot-com havia “valorizações tremendas de empresas sem rendimentos”.

“Em 1999, a valorização de empresas e rácios loucos P/E com base em teorias sem fundamento para empresas envolvidas com internet, não resultou em nada”, diz Dan Raju, CEO na empresa de fintech e corretagem Tradier.

Por contraste, “em 2023 estamos a observar imensas notícias de empresas sobre os benefícios da IA”, acrescentou Raju.

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