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A crise política que Portugal apresenta irá marcar os próximos meses uma enorme instabilidade na gestão das contas e das maiores questões do país. Como tal, é esperado que até o próprio Orçamento de Estado, para aprovação dentro de 2 semanas, tenha pouca legitimidade para ser avançado. Contudo, agora que o Presidente da República confirmou as próximas Eleições 2024 para o próximo dia 10 de março, o que é possível esperar do barómetro político nacional?

Será que, com uma enorme hegemonia parlamentas nos últimos 20 anos, o Partido socialista continuará a merecer a confiança dos portugueses para as próximas Eleições. Sabendo-se que o mais provável líder do PS será Pedro Nuno Santos (já confirmado como candidato), até que ponto o experiente ex-Ministro poderá contrariar aquela que deverá ser uma descida acentuada nos votos que, em situações normais, seriam para si?

Intercampus avança com primeira sondagem após demissão de António Costa

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Sem dúvida alguma que, após mais um caso de potencial corrupção a assombrar um Governo socialista, o interesse de perceber que tipo de consequências nos votos este escândalo poderia trazer multiplicou-se. Ora, um dia após ter “rebentado” esta demissão do ainda Primeiro Ministro em Portugal – tendo chegado aos quatro cantos do mundo – o Instituto de Intercampus, um dos mais respeitados do país, avanço com as novas intenções de votos:

PS com descida histórica para abaixo de 18%

Na verdade, seria necessário ter de recuar décadas para que o histórico Partido Socialista tenha registado uma intenção de voto tão baixa como esta agora avançada pela Intercampus. Assim, segundo essa mesma sondagem, desde outubro, o Partido líder teria perdido mais de 6% dos votos. Portanto, dos 25,2% em outubro, numa sondagem semelhante, após a demissão de António Costa, a intenção de voto haveria descido para 17,9%. Ao ponto de, como se perceberá de seguida, ter perdido o domínio político do país. Algo que também já não acontecia há muitos anos.

Será que PSD de Montenegro irá capitalizar a descredibilização do PS?

Sondagem Intercampus 10Nov2023 : r/portugueses

Muitos especialistas garantem que os militantes do PSD nem realmente queriam que fosse Montenegro a ir a Eleições Legislativas. Contudo, sem se saber qual a vontade de Pedro Passos Coelho e estando Carlos Moedas como Presidente da Câmara de Lisboa, tudo indica que será mesmo Montenegro a liderar o principal Partido da oposição. Porém, será que a sua figura e capa capacidade política serão suficientes para garantir uma vitória que já há muito foge ao também histórico PSD?

Indo novamente de encontro às conclusões da última sondagem da Intercampus, PSD teria subido praticamente 2% das intenções de voto. Isto como consequência ao novo escândalo de um Governo socialista. Assim, dos 25,7%, o PSD teria agora cerca de 27,7%. Logo, acaba por ser ainda uma margem bastante pequena para o PS. Ora, tal faz com que muitas questões sejam levantadas acerca da força política de Montenegro. Neste que é um momento vital para a política do país e para a própria história do Partido. Visto que poderá ser um virar de página da realidade política portuguesa neste século.

Chega é o grande vencedor desta crise política motivada pelo PS?

sondagem Chega

Se todas as sondagens já davam o Chega como um dos maiores “conquistadores” de intenções de votos, desde as últimas Legislativas, a consequência de uma queda abrupta de um Governo PS, pelos motivos que foram, ainda deverá legitimar ainda mais a retórica, narrativa e planos que sempre foram tornados públicos pelo Chega. Isto com especial destaque para o seu líder: André Ventura.

Assim, os dados da Intercampus, numa sondagem feita logo após o pedido de demissão de António Costa, foi indicado que o Chega passa de 11,7% para 13%, em termos de intenção de votos. Ou seja, desde as últimas Eleições Legislativas, no qual Chega registou 7,18%, a sua presença parlamentar poderia multiplicar por dois. Ou seja, é plausível, de acordo com esta última sondagem, que o Chega possa ter até 40 deputados no Parlamento para o ano.

Iniciativa Liberal poderá ser o desbloqueador para Partidos de Esquerda ou de Direita?

Sendo dos únicos Partidos portugueses que não se posiciona nem ao espetro política da direita, nem mesmo de esquerda, o ainda muito recente partido IL poderá ser determinante para a formação de Governo, daqui a 4 meses. Segundo a mesma sondagem, a Iniciativa Liberal também seria uma das grandes vencedoras da queda do Governo do PS. Tendo passado de 5% para 7%. Mas será que essa quantidade de votos será suficiente para fazer a diferença?

Realmente muitos especialistas da política portuguesa estão em dúvida sobre qual poderia ser a solução à Direita, tentando suceder a uma hegemonia política do PS. Sabendo-se que seria praticamente impensável ter uma maioria absoluta do PSD. Este teria que desenvolver uma coligação à Direita. A maior questão está em cima da mesa até ao próximo mês de março: é possível fazê-lo sem os mais de 15% de votos prováveis do Chega?

O que se espera que aconteça ao Orçamento de Estado 2024?

proposta Orçamento do Estado

Tendo sido este um pacote de medidas anti inflação e como forma de diminuir a taxa fiscal para a maioria das famílias portuguesas – 5 primeiros escalões de IRS – será que o OE 2024 vai ficar de pé? Ora, sabe-se que a sua votação e possível aprovação está agendada para 29 de novembro. Assim, sendo que a maioria do Parlamento ainda é socialista, é muito provável que esse Orçamento de Estado seja mesmo aprovado. Contudo, até que ponto estará de pé? Sabendo-se que existirá a formação de um novo Governo a partir de março?

De novo, indo de encontro aos analistas políticos, percebe-se que a opinião generalizada é que este Orçamento de Estado terá aprovação. Isto incluindo a aprovação do Presidente da República. Contudo, um novo Orçamento de Estado deverá entrar em vigor na segunda metade de 2024. Até porque o próximo Governo, especialmente se não for do PS, deverá ter interesse em mudá-lo. Portanto, caso este OE 2024 seja aprovado, é provável que ainda entre em vigor na primeira metade do próximo ano.

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