No que respeita à criação de produtos de sucesso na área digital, os conceitos de usabilidade de produto VS experiência do usuário (UX) são muitas vezes debatidas e comparadas, apesar de nem sempre ser óbvio o que estes termos realmente significam em oposição um com o outro. Ainda que eles estejam relacionados, não são sinónimos. E é importante compreender as diferenças entre eles para maximizar a experiência de um utilizador na utilização de um produto.
Neste artigo, vamos definir e avaliar os conceitos de usabilidade de produto e UX, destacando os principais elementos de cada um, comparando e contrastando-os, e explorando o que é mais importante ter em conta para o seu negócio. No final deste artigo ficaremos com uma melhor compreensão de como criar produtos de sucesso para os seus clientes.
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O que é Usabilidade de Produto?
A expressão Usabilidade de Produto refere-se à forma como um produto deve ser usado e como ele permite conquistar alguns objetivos de negócio de forma eficiente e eficaz. Isso é muitas vezes avaliado pela forma como os utilizadores conseguem completar tarefas, que erros cometem e de que forma estão ou não satisfeitos com o seu produto.
A usabilidade é essencial porque ela tem um impacto direto na forma como posicionamos um produto no mercado. Também permite avaliar a probabilidade de um utilizador voltar a utilizar um produto, assim como as hipóteses de ele o recomendar a outas pessoas.
De acordo com dados estatísticos da UserBrain, só cinco pessoas são necessárias para testar um website ou aplicação de forma a encontrarem 85% dos seus erros e bugs. Se mais utilizadores testarem o produto, e de acordo com um estudo da MeasuringU, a eficiência na deteção de erros diminui progressivamente.
No âmbito das aplicações ou websites viradas para o mercado mobile, uma das partes fundamentais que devemos sempre ter em conta é a usabilidade de produto. Mais de 60% da população mundial detém hoje um smartphone, e poderíamos mesmo dizer que a maior parte dos utilizadores não têm disponibilidade para navegar num website se ele não for “mobile-friendly”.
Deste ponto de vista, a usabilidade refere-se à capacidade de os utilizadores explorarem o poder de um website em todo o seu potencial a partir dos seus smartphones. Se eles não conseguirem visualizar as informações de forma adequada, ou tenham dificuldades em utilizar as ferramentas disponibilizadas, a usabilidade do website será então considerada insuficiente.
Quais são os elementos mais importantes na usabilidade de produto?
Para compreender as questões inerentes à usabilidade de produto, teremos de mergulhar um pouco mais fundo nos elementos que ajudam a tornar os websites e apps mais fáceis de usar para todos. Deixamos-lhe um resumo dos elementos mais relevantes que os programadores devem considerar:
- Caráter intuitivo: A facilidade com que um utilizador aprender a navegar e a tirar partido de um produto. Um produto intuitivo permite antecipar os caminhos típicos de navegação dos utilizadores, assim como as questões que possam surgir, fornecendo-lhes dicas visuais e até guias explícitos de navegação e outras ferramentas de ajuda.
- Eficiência: Quão rapidamente os utilizadores conseguem completar tarefas. O número de passos necessários para conquistar os objetivos de um utilizador tem impacto direto na eficiência percebida para o produto.
- Caráter memorável: Quão fácil é para um utilizador lembrar-se de como funciona um produto depois de passar um período sem o usar. Os produtos digitais não profissionais deverão ser usados – tipicamente – por aqueles que não estão tão confortáveis a navegar na internet ou a mexer em aplicações mobile.
- Prevenção de erros: Qual é a capacidade do produto prevenir erros e ajudar os utilizadores a recuperar deles. Para que um utilizador preencha formulários, passe por workflows de vários passos, e desempenhe várias ações subsequentes, os programadores podem criar checkpoints que impedem o aparecimento de erros ou ajudam a recuperar deles facilmente.
- Satisfação: Quão satisfeitos estão os utilizadores com um produto depois de o usarem. Os inquéritos de satisfação são habitualmente dirigidos aos utilizadores e permitem obter a sua opinião sobre a sua usabilidade.
Todos os elementos referenciados acima trabalham em conjunto para criar um produto que é fácil de usar e que cumpre com as necessidades dos seus utilizadores. As Tesla ações estão em alta por uma questão de branding, mas também de comunicação e de produto. Tudo importa na construção de produtos de sucesso.
O que é a Experiência de Utilizador (UX)?
A Experiência de Utilizador (UX) é um conceito alargado que se aplica à usabilidade de produto. Ele refere-se à experiência de um utilizador – de forma abrangente – quando interage com um produto. Incluindo quais os sentimentos associados à utilização de um produto e que emoções isso evoca.
A UX refere-se a todos os aspetos da experiência de um utilizador, desde o momento em que começam a usar um produto, até ao momento em que param de o usar. É essencial porque pode ter um impacto significativo na satisfação do utilizador e na sua lealdade.
Por isso, o debate que devemos fazer não é necessariamente em termos de usabilidade de produto vs UX, mas antes sobre como este último pode contribuir para melhorar a experiência do utilizador. Essa é uma das peças mais importantes do puzzle da satisfação do cliente.
A utilização de anúncios em produtos digitais é um exemplo significativo de como a experiência do utilizador pode sofrer uma deterioração com a inclusão de elementos intrusivos que eles não esperam obter. De acordo com dados da Digiday, os anunciantes perderam cerca de $35 biliões em 2020 devido à instalação de bloqueadores de anúncios pelos utilizadores.
O panorama atual ainda é o de popular websites e aplicações com anúncios de forma a gerar rendimentos. Mas a forma como estes anúncios são mostrados desempenha também um papel importante tanto para a capacidade de monetizar com utilizadores, como para que eles possam reutilizar um produto no futuro, garantindo que tiveram uma experiência positiva.
Quais são os elementos mais importantes da Experiência do Utilizador (UX)?
A experiência do utilizador inclui um conjunto de elementos que, juntos, facilitam uma experiência de navegação agradável para um utilizador. A usabilidade faz parte desse mix, mas há outros aspetos de um website ou app que facilidade uma experiência mais agradável. Deixamos-lhe aqui uma lista com a identificação desses elementos:
- Usabilidade: Quão fácil é usar um produto. Como os nossos leitores poderão reparar, a usabilidade é um dos aspetos centrais da UX, por isso debate de usabilidade de produto vs UX não é muito produtivo, já que eles dependem um do outro.
- Design visual: Como um produto surge ao cliente e que sentimentos desperta. Quanto melhor o design, melhor a experiência para o utilizador.
- Responsividade: A rapidez com que um produto responde às solicitações de um utilizador. Dados da UX Cam indicam que 39% dos utilizadores param de usar um produto digital (app ou website) se as imagens não carregarem rapidamente, ou tiveram falhas.
- Arquitetura da informação: Como o produto está estruturado e organizado. A navegação entre as várias funcionalidades do produto, ferramentas e secções, e a facilidade com que se completa o workflow e qualquer tarefa de trabalho deve ser simples – é para isso que serve a UX.
- Design de interação: Como os utilizadores interagem com um produto. Os produtos que são altamente intuitivos e fornecem uma ótima experiência em termos de redução de tempo em tarefas laboriosas, ao passo que expandem funcionalidades agradáveis para o utilizador – são esses os produtos mais bem-sucedidos em UX.
- Acessibilidade: A facilidade de um produto ser usado por todas as pessoas. As pessoas com deficiências auditivas ou visuais devem ser consideradas quando um produto digital é desenhado.
- Branding: A forma como um produto se enquadra dentro dos valores e imagem da marca. Os designers de produto desempenham um papel central ao desenhar os vários aspetos de UX para irem ao encontro da imagem de um produto. Isso hoje é muito mais importante do que fazer a programação de um website, já que o aspeto de um programa que utilizamos constantemente define o nosso conforto e a fidelidade de um utilizador com essa marca.
Estes elementos enunciados trabalham em conjunto para criar uma experiência holística pelo utilizador, satisfazendo as suas necessidades e fazendo sobressair os valores centrais da marca.
Qual é a diferença entre usabilidade de produto e UX?
Ainda que usabilidade de produto e experiência de utilizador estejam relacionados, eles não são a mesma coisa. A usabilidade de produto foca-se na facilidade de utilização de um produto e permite aos utilizadores desempenharem as suas tarefas com eficiência e eficácia.
A experiência do utilizador, por outro lado, diz respeito a todos os aspetos relacionados com o desempenho de um produto, incluindo a forma como um utilizador se sente ao utilizá-lo e que emoções ele evoca. A usabilidade é apenas mais um elemento da experiência do utilizador, mas não é a parte essencial. Um produto que é difícil de usar não irá fornecer uma experiência agradável de utilizador, não importa quão atrativo seja visualmente.
Além da usabilidade, a experiência de utilizador (UX) é uma disciplina que analisa todos os elementos visuais de um produto, a sua forma de comunicar os valores da marca, e de que modo um utilizador interage com as suas funcionalidades e ferramentas ao longo da navegação.
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A usabilidade de produto é a parte mais importante de uma UX de qualidade?
Cada negócio deve escolher as suas prioridades com cuidado e com base na sua audiência e objetivos do projeto, é isso que deve ser considerado quando se desenha um produto digital. A usabilidade de produto pode ser uma das partes mais importantes da UX para as empresas e produtos, mas o seu sucesso não é determinado apenas por isto.
Por exemplo, uma app que pretende ajudar na reserva de voos pode priorizar a usabilidade ao invés de outros elementos da experiência de utilizador, porque eles vão querer completar as suas tarefas de reserva tão rápido e eficientemente quanto possível.
Contudo, se um produto for desenhado para evocar uma resposta mais emotiva, então deverão ser tidos em conta outros elementos no desenvolvimento do produto.
Como sabes quais as prioridades do seu negócio
É importante saber a que elementos deve dar prioridade para o seu negócio, é isso que permite também definir os objetivos do produto e o que deve apelar aos seus utilizadores. Se um produto for desenhado para que muitas pessoas consigam completar uma tarefa de forma rápida, então a usabilidade deve ser a prioridade número um.
Contudo, se a prioridade do nosso produto for destacar uma marca, é importante criar uma experiência de navegação memorável e agradável. Se quisermos vender produtos online, a experiência geral de navegação deve ser melhorada ao ponto de os utilizadores quererem passar mais tempo a ver produtos e desejem também regressar mais tarde.
Assim, ao invés de darmos resposta a um suposto contraste entre usabilidade vs UX, os programadores devem jogar com as variáveis que têm efeitos nestes dois âmbitos da arquitetura de sites e apps para melhorar a experiência geral dos utilizadores.
Um produto que é fácil de usar mas que não fornece uma experiência de utilização positiva não será bem-sucedida, e o contrário também é verdade.
App deverá ser fácil de entender, sem curva de aprendizagem
Se um programador fizer o design de uma app mobile para um público profissional com pouco tempo disponível, a usabilidade vai ser a primeira prioridade. Ou seja, a app deverá ser fácil de entender, sem curva de aprendizagem, e permitir completar tarefas de forma rápida e eficiente.
Pensemos por exemplo nas calculadoras. Elas cumprem com a missão a que se propõem de forma fácil, bastando clicar em símbolos que estão imediatamente disponíveis no ecrã para realizar as tarefas desejadas. Quanto mais fácil for todo o processo de cálculo, numa interface agradável de consultar e sem atritos do ponto de vista da sua utilização, melhor essa app será avaliada.
Por outro lado, se estivermos a desenhar um jogo mobile, a experiência do utilizador é provavelmente o aspeto em que os programadores se deverão focar em primeiro lugar. O jogo deve ser apelativo do ponto de vista visual, mas também divertido e imersivo em geral. Ainda que a usabilidade seja importante, neste caso não será o foco principal. Por muito complexo que seja o jogo, a disponibilização de tutoriais fáceis de compreender, mini quests, e a possibilidade de desempenhar imediatamente ações significativas são aspetos importantes que para esse produto.
É também importante lembrarmo-nos de que tanto a usabilidade de produto como a experiência do utilizador são processos que estão em permanente evolução. Os programadores devem avaliar continuamente o seu produto e melhorar os dois elementos com base no feedback dos seus utilizadores e outros dados. Se o fizerem, poderão criar um produto que é tão eficaz como agradável de usar.
Em conclusão
Qual dos aspetos é mais importante: Usabilidade ou UX? A resposta é: os dois importam de forma idêntica. A usabilidade é uma componente essencial para uma experiência de utilização memorável, e a UX permite integrar todas as ferramentas de trabalho ou interação de forma relevante e eficiente. Os elementos são diferentes, relacionam-se entre si e devem ser tidos em conta pelos vários elementos de uma equipa de desenvolvimento de produto: tanto gestor de produto, como designers, desenvolvimento e pessoal da comunicação.
Se der prioridade aos elementos certos do seu produto, tendo em conta os seus objetivos, poderá criar produtos que são fáceis de usar e que criam experiências para o utilizador mais positivas. Quer esteja a desenhar uma app, um website ou um produto físico, manter o equilíbrio entre usabilidade de produto e UX vai ajudar a cumprir as metas de negócio que estipulou e criar utilizadores fiéis e felizes.
Referências: