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As redes sociais continuam a inovar no que respeita à divulgação e promoção de produtos, sendo meios perfeitos para incrementar vendas. Agora, com algumas novidades que acabam de chegar do mundo da inteligência artificial (IA), já é possível introduzir organicamente produtos nos nossos vídeos sem os termos realmente connosco.
Latas, cartazes, mesas, pacotes, todo o tipo de objetos começam a surgir em vídeos virais do TikTok e YouTube sem que lá estejam realmente. É como se fossem ilusões de ótica que enganam toda a gente. Uma forma de publicidade que está agora a ganhar fôlego com o advento da IA.
O que é product placement e como irá desenvolver-se com IA?
O product placement é uma das estratégias mais antigas de promoção de produtos. Por exemplo, pivots de telejornal que têm um laptop da Apple, Microsoft ou LG à sua frente costumam ser patrocinados por essas marcas. Em telenovelas, podemos ver o protagonista a beber um sumo de laranja da Compal para pequeno-almoço. Isso é product placement. O mesmo tipo de estratégia pode replicar-se em filmes, vídeo-jogos e, claro, em vídeos de influencers nas redes sociais.
As novas tecnologias com o IA já permitem inserir objetivos realistas, embora digitais, nas mesas e paredes de vídeos do YouTube e TikTok. Esta novidade está a ser aproveitada tanto por anunciantes como por criadores de conteúdos para fazer disparar vendas e rendimentos.
Podemos observar o exemplo de Melissa Becraft, que num vídeo recente para o TikTok colocou um poster de fundo para a Bubly, uma nova marca de água com gás da PepsiCo. No YouTube, o podcast “AsianBossGirl” tem uma mesa de produtos para cabelo Garnier. Mas isto são só alguns exemplos de uma tendência em crescendo.
Ou seja, o que tínhamos até agora eram segmentos de anúncios pagos que interrompiam os vídeos. E o que passamos agora a ter são vídeos orgânicos com produtos virtuais estrategicamente colocados em primeiro plano ou plano de fundo. Tudo isso para chamar a atenção dos espetadores.
Quem está a oferecer produtos digitais para promoção em canais?
Como vimos, a indústria da beleza, da comida e da bebida, mas também algumas startups com serviços de streaming estão a apostar fortemente em product placement de produtos virtuais. Esta é uma tendência no mundo das redes sociais que algumas empresas especialistas em marketing digital com IA, como a Rembrand, já estão a aproveitar.
A Rembrand age como plataforma intermediária entre os interesses das grandes marcas e os criadores de conteúdos. Em resumo, facilita a introdução de produtos digitalizados em ambientes reais durante a gravação de um vídeo e com recurso de IA.
Este tipo de promoção oferece um pequeno vislumbre sobre o modo como os anúncios passarão a ser criados nas redes sociais. Sendo que o product placement que segue estas estratégias tem o benefício de não poder ser removido com ad blockers. E ninguém os passará à frente já que fazem parte do conteúdo orgânico dos vídeos.
Agora, os executivos de topo da Rembrand dizem que esta tecnologia tem o poder de transformar ainda mais a produção de vídeos com conteúdos marketizáveis. Isso porque permite reduzir custos de produção e melhorar os rendimentos para todas as partes.
Do ponto de vista dos criadores, eles terão também mais liberdade para dispor estes produtos virtuais nos seus vídeos como quiserem e incrementar receitas. Por outras palavras, é uma forma de criar conteúdos com patrocínio sem que eles soem a publicidade. É uma forma discreta de publicidade.
Qual é a dimensão do product placement no marketing digital?
Só nos Estados Unidos, as estratégias de product placement representaram em 2023 uma indústria avaliada em $29 biliões, segundo a Statista. A este ritmo, e até 2026, espera-se que a indústria cresça até $41.48 biliões. O que significa uma grande oportunidade de negócios para criadores digitais que se disponibilizem a fazer parcerias com marcas de retalho e outras.
A empresa norte-americana Rembrand quer ser uma das líderes nesta mudança de paradigma para a promoção de produtos via IA. É uma startup, o que significa que ainda está em fase de capitalização. E tem uma força de trabalho modesta para os padrões americanos, de 42 trabalhadores neste momento. Algumas empresas de VC também já começam a investir nela, tendo alcançado $14 milhões de investimento por parte da Greycroft.
O líder da Rembrand é Omar Tawakol, que quer trazer novas formas de anúncios inteligentes para o mercado.
Como funciona a Rembrand para anúncios com IA nas redes sociais?
O New York Times entrevistou o fundador da Rembrand, Omar Tawakol, que explica como funciona o negócio da Rembrand. “É usada uma forma de IA generativa que é capaz de ler um cenário e colocar nele um produto”, diz Tawakol. “O produto tem de soar realista – a Pepsi não nos perdoaria se houvesse problemas com o seu logo”.
Ou seja, a Rembrand teve de criar um sistema que tem em conta imagem dinâmica com as leis da física para introduzir produtos realistas nessas imagens. Os produtos introduzidos artificialmente devem assim ter as condições certas de luz, distância da câmara, ângulo e movimento, para que se possa confundir na perfeição com o ambiente do vídeo a ser gravado.
A Rembrand iniciou as suas estratégias de product placement com podcasts no YouTube porque “era possível ter câmaras fixas, ambientes fechados dento de portas, e afixar os produtos em paredes ou numa mesa”, diz Tawakol.
Depois de um teste no YouTube, a Rembrand estabeleceu também parcerias com o LinkedIn e TikTok para estender a estes canais as suas funcionalidades. E a seguir surgirá no Instagram.
Uma das limitações para que esta forma de product placement funcione é continuar a fazer vídeos com câmara fixa e dentro de portas, num ambiente controlado. Passar para a rua, em ambientes altamente movimentados e imprevisíveis, como uma estação de comboios ou ir para o centro de uma cidade impede esta tecnologia de funcionar corretamente.
Como faço para ganhar dinheiro com parcerias nas redes sociais?
Como vimos, temos novos players no mercado das redes sociais que estão a oferecer novas formas de gerar rendimentos com publicidade. Contudo, se quiser diversificar as suas fontes de rendimentos além das formas que já conhecemos.
Primeiramente, para começar a monetizar a sua conta do YouTube e poder sonhar com parcerias comerciais, terá de:
- Ter pelo menos 4.000 horas visionadas dos seus conteúdos nos últimos 12 meses, e ter pelo menos 1.000 subscritores do seu canal.
Para o TikTok, só conseguirá começar a monetizar os seus conteúdos se fizer parte do chamado TikTok Creativity Program. Para isso é preciso:
- Ter pelo menos 10.000 seguidores e pelo menos 100.000 visualizações dos seus vídeos nos últimos 30 dias.
- Também é necessário produzir vídeos que não excedam um minuto, de forma a ter acesso a este programa.
No que respeita ao Instagram, além das regras gerais de precisar de ter pelo menos 18 anos e de aceitar os Termos e Condições do programa de monetização, é necessário:
- Ter pelo menos 10.000 seguidores numa conta profissional.
É possível fazer parcerias com marcas com poucos seguidores?
A resposta breve é: sim! Não é preciso cumprir com os critérios mínimos de monetização dos canais para conseguir chamar a atenção de marcas e estabelecer parcerias. Claro que ter um canal subdimensionado não é à partida vantajoso, mas esse aspeto poderá não ser decisivo.
Se tiver um canal de nicho focado, com ótimos conteúdos e uma pequena comunidade de seguidores muito participativa, isso poderá ser suficiente para chamar a atenção de marcas. Digamos que o seu nicho é o veganismo, e que produz regularmente receitas com boa qualidade e que tem centenas de visualizações e comentários. Isso são números suficientes para uma marca como a AlPro, ou outra ligada ao biológico e ao saudável, querem patrociná-lo.