Na China, o mercado da venda de automóveis está a enfrentar dificuldades numa altura em que a guerra de preços se intensifica entre os principais produtores. Algumas das empresas de carros mais importantes do país estão com dificuldades em cumprir com os objetivos de vendas. A NiO, uma empresa que produz carros elétricos semelhantes à Tesla, tomou uma decisão significativa recentemente em reduzir preços para todos os modelos de carros.
Esta iniciativa surge depois de competição aguerrida de empresas como a BYD, que estão com desempenho excecional na venda de carros elétricos, híbridos e com recurso a hidrogénio.
O motivo por trás desta guerra de preços tem a ver com a competição feroz entre produtotres da China que querem atrair o máximo número de clientes. Nos primeiros meses do ano, a BYD conquistou um sucesso significativo, vendendo 600.000 veículos, o que significa uma percentagem de 35,3% do mercado da “nova energia”:
Por outro lado, a Nio vendeu abaixo das 40.000 unidades, capturando uma fatia de mercado modesta de 2,3%.
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Decisão da Nio em baixar preços entre a competição feroz na indústria automóvel chinesa
A decisão da Nio em implementar cortes nos preços contrasta com as intenções do fundador e CEO William Li, que estava anteriormente contra um género de competição a este nível. Ele tinha expressado preocupações de que cortes cegos nos preços poderiam levar a competição injusta.
A Tesla, outro dos fabricantes decisivos no mercado chinês dos Veículos Elétricos, já começava a oferecer descontos significativos na região, resultando em aumentos de vendas.
O Modelo Y da Tesla já representava 10% de todas as vendas de veículos elétricos na China durante os primeiros quatro meses do ano, verificando-se um incremento de 60% nas vendas por comparação com o ano anterior.
Analistas estão preocupados com o impacto nos lucros devido ao aumento de preços na indústria automóvel chinesa
Os cortes de preços que se fazem sentir no mercado automóvel chinês têm levantado preocupações entre analistas. Principalmente no que respeita ao seu impacto nas receitas da indústria. Os analistas da Fitch Rating têm lançado avisos de que as guerras de preços permanentes poderão manter-se até ao segundo trimestre. Isso pressionaria os produtores automóveis que estão com fraca procura.
As empresas de carros também estão preocupadas em cumprir com as novas regras de emissões, o que coloca pressão para a venda rápida dos modelos mais antigos.
Isto tem levado a uma corrida por baixar preços entre vários fornecedores, incluindo entre a SAIC Volkswagen e FAW-Volkswagen. Ambas introduziram uma garantia de 90 dias em equiparar preços para atrair compradores. Os analistas acreditam ainda assim que os consumidores chineses poderão querer resguardar-se do mercado. Estariam, assim, antecipando cortes nos preços ainda mais profundos no futuro.
Guerra de preços atual poderá levar a uma consolidação da indústria
A situação assemelha-se à do cenário experimentado em 2019, quando alguns representantes ofereciam descontos sucessivos antecipando as novas normas para as emissões. O que teve o efeito de distorcer o mercado de vendas. Conforme o analista Cui Yan da Huaxi Securities, a guerra de preços atual poderá levar a uma consolidação da indústria. Novos consórcios automóveis mais saudáveis podem conquistar maiores margens no mercado.
O mercado chinês de automóveis enfrenta desafios com a disrupção imposta pela guerra de preços, o que tem impacto nas vendas e no lucro dos grandes produtores. A Nio e outras empresas estão a baixar preços para atrair clientes, o que poderá afetar os seus lucros. A competição é intensa, mas o futuro permanece incerto.
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