A Tesla baixou os preços dos seus carros em diversas regiões, incluindo na Europa. Ainda que as baixas de preços possam ajudar nas vendas de carros, isto também poderá provocar margens de lucro mais baixas.
A Tesla tem vindo a baixar preços dos seus modelos de carros um pouco por toda a Europa – com alguns modelos a registarem cortes de quase 10%. E as ações Tesla têm sentido o efeito destas medidas.
A empresa gerida por Elon Musk baixou preços várias vezes este ano e também na semana passada baixou preços nos EUA – foi a quinta baixa de preços só este ano.
A Tesla começou uma guerra de preços no início do ano quando tentou ajustar os seus produtos para serem mais competitivos nos EUA e na Europa.
Desde então que tem vindo a cortar preços com o objetivo de aumentar as vendas.
Numa declaração sobre os cortes nos preços dos seus produtos, a Tesla referiu em comunicado que: “A nossa missão é acelerar a transição para energias renováveis. O nosso plano central é definir um caminho claro para atingir esta missão: a transformação de produtos de custos elevados e de pequena série para veículos produzidos em massa”.
A Tesla tem o objetivo de produzir 1.8 milhões de carros este ano – e Musk disse que poderia aumentar para 2 milhões se tudo corresse bem.
Durante o anúncio de rendimentos do quarto trimestre de 2022, o seu CFO Zack Kirkhorn disse que, no que respeita aos cortes de preços, “isso terá um impacto nas margens operacionais no curto prazo”.
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Ele também acrescentou o seguinte: “acreditamos que as nossas margens se irão manter saudáveis e que serão referência na indústria ao longo do ano”.
Tesla corta preços e assume redução de margens
A Tesla espera que as economias escalem, com custos operacionais mais reduzidos, e que os preços de matérias primas baixem para melhorar o impacto sobre as margens.
Analistas referidos na TIKR esperam que as margens antes de impostos da Tesla possam baixar em 12,4% durante o primeiro trimeste – o que compara com os 16% do trimestre anterior.
É de referir que a Tesla mantém margens saudáveis uma vez que tanto a Ford como a General Motors mantêm margens antes de impostos de um dígito.
Além disso, o negócio dos Veículos Elétricos de ambas as empresas está a representar prejuízos. A Ford – que vai começar a anunciar resultados em Veículos Elétricos de modo separado este ano – espera perdas de $3 biliões neste segmento em 2023.
É de referir que a Ford foi a segunda maior vendedora de Veículos Elétricos nos EUA no último ano, mas caiu para a quinta posição no primeiro trimestre devido a problemas relacionados com a produção. No final de 2023, a Ford antecipa a produção de 600.000 Veículos Elétricos.
O corte de preços da Tesla também coloca pressão sobre outros fabricantes de automóveis para baixarem os seus preços. A Ford, por exemplo, baixou os preços do seu modelo Mach-E no início deste ano, ao passo que a Lucid Motors ofereceu um crédito de $7.500 aos seus compradores.
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Guerra de preços em Veículos Elétricos deverá escalar
Diversas empresas chinesas de Veículos Elétricos, incluindo a Xpeng Motors, também estão a cortar preços seguindo o exemplo da Tesla.
A guerra de preços no setor dos Veículos Elétricos deverá escalar nos próximos anos enquanto os fabricantes automóveis continuam a aumentar a produção.
Ao longo da última semana, a Toyota e Hyundai investiram biliões de dólares no seu negócio de Veículos Elétricos.
Em março, a Volkswagen anunciou um investimento massivo de 180 biliões de euros ($192.6 biliões) ao longo dos próximos cinco anos, dois terços dos quais serão destinados aos veículos elétricos e digitalização.
No ano passado, a Volkswagen disse que em 2025 as suas vendas de Veículos Elétricos poderão ultrapassar as da Tesla, que é atualmente líder de mercado com 1.31 milhões de unidades vendidas em 2022.
Musk acredita que a Tesla poderá vender até 20 milhões de carros anualmente até 2030, e que a empresa deverá criar mais fábricas para corresponder à procura crescente.
No mês passado, a Tesla confirmou que iria instalar a sua próxima “Gigafactory” no México – mas ressalvou que a fábrica não irá substituir a capacidade de produção nos EUA, apenas complementar a sua capacidade global.
A competição na indústria de Veículos Elétricos continuará a aumentar à medida que novos modelos forem sendo anunciados. Isso poderá significar mais escolha para os consumidores, mas também dificuldades ao nível dos produtores para manter as suas margens.
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