Não restam dúvidas que os mercados de ações globais e de investimento tiveram um início forte neste novo ano civil, registando novas tendências. Após alguns primeiros dias turbulentos, registaram-se recentemente novos máximos históricos nos principais índices dos EUA. Aliás, tudo isto graças à indústria de semicondutores e de IA. Ao mesmo tempo, a indústria de chips beneficia de drivers de longa data e está atualmente num novo super ciclo. Portanto, quais são realmente as mega tendências nos próximos anos, segundo analistas do Morgan Stanley?

De notar que estas mega tendências, nos mercados de ações, podem muitas vezes atuar como impulsionadores de preços decisivos durante muitos anos. Assim, investir precocemente nestas tendências torna possível beneficiar de desenvolvimentos duradouros e da dinâmica do mercado. Além de que estas tendências têm o potencial de transformarem indústrias inteiras e, portanto, oferecem oportunidades de crescimento sustentável. Dessa forma, vale a pena anotar as três tendências fundamentais de investimento que o Morgan Stanley identificou para 2024 e 2025.

Humanos estão a envelhecer – Como ajustar os seus investimentos?

Desde logo, os analistas do Morgan Stanley apontam que o aumento da esperança de vida tornou-se um tema de investimento sólido. Isto graças aos novos avanços médicos e tecnológicos. Aliás, os dados do Statista também mostram um aumento constante da esperança de vida global.

Em pouco menos de dois anos, os medicamentos anti-obesidade, por exemplo, tornaram-se um verdadeiro sucesso para as respetivas empresas desta área. Como tal, o Morgan Stanley prevê que estes novos tratamentos – que também podem reduzir o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais e ajudar a fazer escolhas mais saudáveis – crescerão para um segmento de mercado de 77 mil milhões de dólares. Tudo isto só dentro da próxima década.

Mercados relacionados à saúde deverão estar nas maiores tendências

Vale a pena realçar que as abordagens revolucionárias ao tratamento do cancro, que atacam especificamente as células doentes e protegem os tecidos saudáveis estão a mostrar resultados promissores. Isto poderia ajudar a chamada quimioterapia inteligente a crescer para um mercado global de 140 mil milhões de dólares nos próximos 15 anos, acima dos cerca de 5 mil milhões de dólares em 2022. Além disso, a utilização da IA na biotecnologia e na indústria farmacêutica poderia acelerar o ciclo de inovação e levar a novas terapêuticas.

Contudo, os efeitos do aumento da esperança de vida não se limitam aos setores médico e farmacêutico. Com uma população cada vez mais envelhecida, existem consequências micro e macroeconómicas para a demografia. Além do comportamento do consumidor, os sistemas de saúde, as despesas públicas e o planeamento financeiro. Ora, tudo isto terá que servir como reflexão, no momento de realizar os seus investimentos.

IA como disruptor de uma das maiores tendências do século

Ficou mais do que evidente que o ano de 2024 não pode ser imaginado sem IA. Ora, os analistas do Morgan Stanley também veem a inteligência artificial generativa como uma das tecnologias mais disruptivas desde o smartphone. Isto cujos efeitos no mercado de trabalho e na economia estão apenas agora a começar a se tornar visíveis.

Assim sendo, os analistas preveem que 40% dos empregos poderão ser influenciados pela IA generativa nos próximos três anos. Portanto, num mercado de trabalho persistentemente restritivo, combinado com aumentos modestos na produtividade nos EUA, espera-se que a IA aumente a eficiência e a produção, reduza custos e abra novas oportunidades de rendimento. Ao mesmo tempo, espera-se que a inteligência artificial liberte assim o potencial para um crescimento mais forte.

IA generativa poderão acelerar ainda mais o impacto

Além dos investimentos diretos em tecnologia, o Morgan Stanley continua a monitorar o impacto da IA generativa em setores como saúde, educação, manufatura, transporte e outras áreas. É aqui que a inteligência artificial pode ter um efeito particularmente perturbador e revolucionário, só comparando com a Revolução Industrial do século dezanove.

De tal forma que os analistas do UBS confirmaram recentemente que se espera um crescimento gigantesco na indústria global de IA em 2024. Espera-se que a indústria cresça de US$ 28 bilhões em 2022 para US$ 300 bilhões, em 2027.

A descarbonização continua a ser um tema para o futuro

Segundo o Morgan Stanley, a descarbonização também oferece oportunidades para os investidores mais atentos. Isto porque, no geral, o mundo quer alcançar os ambiciosos objetivos do “Acordo Climático de Paris”, de 2015. Bem como vários objetivos nacionais e específicos das empresas.

Portanto, afastar-se dos combustíveis fósseis exige um enorme foco na inovação e no aumento dos investimentos. É provável que os Estados modernizem as infraestruturas, a fim de remodelarem a economia no sentido de indústrias com utilização intensiva de carbono. Assim, este desenvolvimento oferece oportunidades e desafios para vários setores.

Impacto ambiental estará na ordem do dia em 2024

Por exemplo, a Morgan Stanley salienta que a transformação das cadeias de abastecimento de produção de baterias nos EUA exigirá 7 biliões de dólares em investimentos até 2040. Isto já é necessário para que a procura de mobilidade elétrica possa ser satisfeita.

Além disso, os investidores estão cada vez mais centrados na adaptação e resiliência às alterações climáticas, uma vez que se espera que as emissões de carbono continuem a exceder significativamente as metas dos estados. Em suma, a Morgan Stanley Research espera que o mercado voluntário de compensação de carbono cresça de 2 mil milhões de dólares em 2020 para cerca de 250 mil milhões de dólares em 2050. Isto à medida que mais empresas e países procuram cumprir os seus objetivos climáticos. Ou seja, está a surgir uma indústria gigantesca, que oferece oportunidades para investidores corajosos e orientados para o futuro.

Qual a perspetiva económica para os investidores europeus em 2024?

Numa altura de incerteza económica global, um novo estudo realizado pela consultora de gestão EY mostra um quadro muito preocupante do estado de espírito da população europeia. Logo, as perspetivas económicas para o ano em curso parecem cada vez mais sombrias, caracterizadas por preocupações e restrições crescentes. Mas o que esperam os europeus para 2024?

O pessimismo parece ser omnipresente

Na verdade, o último estudo sobre o sentimento económico na Europa pinta um quadro de pessimismo profundamente enraizado entre os consumidores. Mais de metade dos inquiridos, nomeadamente 54 por cento, esperam que a situação económica se deteriore ainda mais em 2024. Apenas 15 por cento dos inquiridos estão otimistas e esperam uma melhoria. Enquanto uma proporção significativa de 31 por cento não espera nenhuma mudança.

Curiosamente, a avaliação pessoal dos entrevistados sobre a sua própria situação financeira está dividida. O que permanece positivo é que a satisfação com a própria situação financeira não se deteriorou. Ainda mais em comparação com os últimos doze meses.

Como os europeus avaliam a sua situação financeira?

De facto, um quarto dos consumidores europeus avaliam positivamente a sua situação financeira pessoal, enquanto 23 por cento fazem uma avaliação negativa. No entanto, a satisfação está no seu nível mais baixo desde a crise financeira de 2008, um resultado de tendências que não devem ser ignoradas pelos investidores. Ainda, o inquérito revela uma atmosfera económica claramente tensa na Alemanha, caracterizada por preocupações quanto a uma crise persistente.

Porém, os analistas responsáveis da EY veem um pequeno raio de esperança. Embora definam a crise como o novo normal, identificam potencial para melhorias devido à queda da inflação e ao aumento dos salários:

  • “Os custos com alimentação, aquecimento e vários serviços aumentaram significativamente novamente este ano. Para muitas pessoas na Europa, o modo de crise está a tornar-se o novo normal. O que nos pode dar esperança, contudo, é que a inflação esteja novamente a cair acentuadamente. Isto significa que o poder de compra dos consumidores aumentará novamente pela primeira vez no último trimestre. Além dos salários aumentarem mais acentuadamente do que os preços ao consumidor.”

Inflação e taxas de juro irão normalizar, a partir de 2024?

Por último, mas não menos importante, o estudo revela também que a inflação tem um impacto significativo no comportamento do consumidor e também do investidor comum. Isto porque 90% dos entrevistados mudaram o seu comportamento de compra, sendo estas uma das tendências mais significativas.

Contudo, apesar destes desafios, há um ligeiro aumento no otimismo, em comparação com o ano anterior. Enquanto 44 por cento dos inquiridos estavam otimistas em relação ao futuro no ano passado, este ano o número é de 49 por cento. Porém, antes da pandemia no final de 2019, a proporção de otimistas era de 75 por cento. Ou seja, representa um declínio significativo em comparação com os números atuais. Em suma, estes dados ilustram a crescente preocupação e cautela da população e dos próprios investidores.

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