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Com o fim das festividades do ano novo lunar, o principal índice do NASDAQ Golden Dragon China, que acompanha o desempenho das principais empresas de ações chinesas, está a valorizar 5%. Isto em uma altura em que o padrão-ouro também está a valorizar, reconhecido como uma reserva de valor em tempos de incerteza.

O que poderá isto significar para o primeiro semestre do ano em termos de investimento financeiro? Percorremos as principais notícias financeiras das praças mundiais. E percebemos que todos os olhos do mundo estão colocados nestes dois produtos: ouro e ações chinesas. Em que investir para acompanhar este novo sentimento de mercado?

Ações chinesas poderão iniciar um momento bullish

O trading na China não operou entre os dias 9 e 16 de fevereiro. Por isso, os investidores poderão estar agora a regressar em força aos mercados. E a dar sinais positivos de que as ações das principais empresas irão entrar num momento virtuoso.

As ações da bolsa de Hong Kong dispararam 5% desde a reabertura do mercado na semana passada. Já o índice americano Golden Dragon China valorizou 4,3%.

Um dos indicadores de saúde e da perspetiva positiva dos investidores poderá também observar-se no comportamento do mercado interno. Durante as férias da passagem do ano, os gastos foram superiores a anos anteriores. Isto numa altura em que a China enfrenta um problema de deflação e de pobreza. A confiança dos investidores, junto aos sinais positivos que o mercado interno já está a dar, poderão apoiar a tese de que a alta finança na China se beneficiará.

Como se têm comportado as ações chinesas?

Em suma, uma série de ações chinesas listadas na bolsa de Hong Kong começou a disparar logo que os dados do consumo interno durante a época das férias da passagem de ano foram lançados. Macau diz ter recebido mais de 1 milhão de visitantes nos primeiros seis dias destas férias. O número mais alto desde 2017. Já a China continental recebeu 77% do total de turistas desta altura.

A título de exemplo, as ações da China Tourism Group Duty Free Corp. subiram mais de 15% nas três sessões posteriores às férias em Hong Kong. Já a plataforma de viagens Trip.com Group Ltd. subiu 7%. E a plataforma de e-commerce JD.Com ganhou mais de 10% em bolsa.

Ou seja, todos os indicadores do momento sugerem que os investidores em ações chinesas estão a assumir uma atitude bullish.

No entanto, a continuidade deste momento positivo no mercado bolsista chinês seria da maior importância para o segundo maior mercado e economia global. Particularmente depois de vários anos de perdas para os investidores.

Os grandes gestores financeiros têm vindo a adotar posições mais conservadoras relativamente às ações chinesas. Principalmente após as tensões geopolíticas se terem vindo a agravar com os EUA. E particularmente depois de Beijing ter começado a assumir o controlo de setores privados ligados às gigantes tecnológicas. Essa tendência poderá agora estar a reverter-se.

Ouro está a valorizar com os novos anúncios da FED – O que se está a passar no mundo Ocidental?

Os preços do padrão-ouro estão, neste momento, em alta. Isso porque antecipa o momento em que a FED irá divulgar as medidas relativamente à manutenção e evolução das taxas de juro nos Estados Unidos. Este é um dos momentos financeiros mais importantes do ano para aquele país. A Reserva Federal norte-americana será decisiva para quem quer atualmente refugiar-se no padrão-ouro para evitar um momento de volatilidade e imprevisibilidade nos mercados.

Neste momento, o ouro está a valorizar 0,34% e atinge cerca de 2.020 dólares por onça. Os outros metais preciosos não parecem ter comportamento tão relevante como o ouro, que historicamente se converteu numa reserva importante de riqueza para quem quer proteger o seu dinheiro em momentos de juros altos e de instabilidade económica.

Até aqui, o ouro tem vindo a ser penalizado pelos vários anúncios de que a FED não quer descer a taxa de juro, e essa manutenção do status quo financeiro parece poder justificar algumas das perdas. Agora, o mercado espera que os juros possam descer progressivamente e mais tarde-

Preços do petróleo em baixa

Negociar petróleo é cada vez mais difícil, devido às enormes instabilidades geopolíticas no Médio Oriente e com as crescentes preocupações relativamente à disrupção das cadeiras logísticas e da procura desta matéria-prima.

Um dos índices ligados ao petróleo, o West Texas Intermediate (WTI), está a corrigir 0,42% para 78,86 dólares por barril. E o barril de Brent está a registar perdas de 0,66%, situando-se nos 82,92 dólares por barril.

Foi há poucos dias que a Agência Internacional de Energia disse que o mercado do crude poderá vir a ter um “excesso de oferta” durante este ano, fruto das políticas energéticas verdes em todo o mundo mas também dos problemas geopolíticos que o conflito Israel-Palestina provocou. Também o abrandamento económico da China, que é o maior importador de petróleo, levanta preocupações.

Alguns dos fatores que impedem a queda expressiva de preços tem a ver com o efeito tampão que os EUA e Reino Unido estão a assumir no Mar Vermelho, atacando navios de Houthis que tentam boicotar a passagem do petróleo. Evitar a disrupção nas cadeias logísticas é o principal objetivo desta coligação armada ocidental, e é também o que tem sustentado os preços do crude.

As negociações do petróleo têm registado bastante volatilidade, e isso não se deverá resolver no curto prazo, já que a enorme tensão sentida no Médio Oriente promete durar vários anos.

Perdas nos mercados europeus

A China atravessa um momento positivo nas suas ações e o padrão-ouro está a acelerar de preços, mas isso podem não ser boas notícias, como vimos. É que as bolsas Europeias estão em queda, com o índice de referência Euro Stoxx 50 a ceder 0,3%, o que para alguns não é muito significativo já que janeiro e fevereiro foram maioritariamente meses de ganhos.

Se na China o momento é de otimismo depois da abertura da bolsa de Hong Kong a seguir às celebrações do ano novo lunar, no japão há perspetivas mistas. O Topix está a valorizar 0,57% e o Nikkei está a corrigir 0,04%. Já na Coreia do Sul, o Kospi está a ganhar 1,19%.

Como ler os dados das principais bolsas financeiras mundiais e como investir com inteligência?

Não é fácil ler os mercados financeiros neste momento, que parecem estar com um pendor pessimista, apesar do bom momento de algumas bolsas asiáticas como a chinesa.

Um indicador muito forte de que veem aí alturas difíceis nas bolsas ocidentais, é o facto de o padrão-ouro estar a crescer. Como sabemos, este é o refúgio do grande capital em momentos de incerteza, permitindo preservar valor quando não há ativos financeiros seguros ou promissores.

Por isso, esta pode ser uma boa altura para reavaliar o portfólio financeiro, fechar algumas posições, ou assumir novas posições um pouco mais estratégicas e de nicho. Dadas as faltas de garantias nos mercados globais, este pode ser o momento de apostar em setores-chave da economia do futuro, como as energias renováveis, a inteligência artificial, ou o setor farmacêutico.

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