Perante resultados do último relatório “Tech.co Impact of Technology on the Workplace 2024”, percebe-se que o impacto da tecnologia no local de trabalho, em 2023, foi substancial. Desde a integração de plataformas generativas de inteligência artificial (IA), como ChatGPT, ao aumento de violações de dados em todo o setor, acompanhar as mudanças nas tendências é um trabalho crucial. Não só para a automatização e clareza nas tarefas, mas também para o melhor ambiente de trabalho possível.
Felizmente, através desse relatório Tech.co Impact of Technology on the Workplace 2024, é possível embarcar numa viagem para quantificar e explicar uma vasta gama de tendências no local de trabalho, observando a influência da tecnologia como principal impulsionador. Para tal, durante esse relatório, foram entrevistados mais de 1.000 líderes empresariais. Isto se garantir uma descrição precisa do ambiente de trabalho em 2024 e ajudá-lo a traçar estratégias para o próximo ano.
Quais as Conclusões retiradas no Impacto da Tecnologia no Ambiente de Trabalho?
Atente nos principais pontos retirados neste relatório Tech.co Impact of Technology on the Workplace 2024. Isto com o objetivo de poder ter uma total clareza na relação entre tecnologia e um ambiente de trabalho ideal:
1. Usar mais ferramentas de automatização IA resulta em maior produtividade
Assim, a utilização de ferramentas online e recursos digitais certamente já não é novidade no mundo dos negócios. De tal forma que, em 2023, as ferramentas de colaboração e as plataformas generativas de IA elevaram esse uso a outro nível. Ou seja, adicionaram um conjunto robusto de funcionalidades às operações médias das empresas.
Portanto, de acordo com o relatório em estudo, mais de metade das empresas (56%) reportaram elevados níveis de produtividade, pelo que parece haver um efeito positivo associado a este tipo de tecnologia. Logo, existe uma relação entre a utilização de ferramentas IA e a maior produtividade dos funcionários.
Como IA impacta nos próprios resultados das Empresas?
Mais especificamente, a utilização de plataformas e funcionalidades de IA melhorou seriamente a produtividade de empresas. Qualquer que sejam as dimensões. Portanto, dentro desse relatório, descobriu-se que 72% dos entrevistados, que usam IA extensivamente, relatam alta produtividade organizacional. Isto em comparação com 55% dos entrevistados que usam IA de forma limitada.
2. 59% dos profissionais que usam IA têm maior satisfação no trabalho
Na verdade, não é um segredo que a IA entrou em grande escala no mercado de trabalho, a partir de 2023. Assim que a tecnologia tornou-se avançada o suficiente para lidar com certas operações, as empresas começaram a integrá-la nos seus sistemas. Isto na esperança de melhorarem a produtividade. Dessa forma, e perante os resultados já analisados acima, trata-se de uma tendência que continuará garantida em 2024 e além.
Bastará olhar para os cálculos e resultados apresentados pela OCDE para se perceber que cerca de 30% dos atuais postos de trabalho em Portugal deverão ser substituídos parcialmente ou na sua totalidade pela inteligência artificial. Ou seja, o ambiente de trabalho irá ser acompanhado pela presença constantes de ferramentas de IA:
Inteligência Artificial: as máquinas da verdade; OCDE prevê cortes de 30% dos postos de trabalho em Portugal
Portugal, o paraíso para os nómadas digitais; jovens não vivem sem IA; a nova “Revolução Industrial” dará mais tempo às pessoas https://t.co/QEy2ebzhDW
— Manuela Silva (@mariamanuelaCl1) December 13, 2023
Qual será a reação dos funcionários ao serem complementados por IA?
Ora, dentro deste vasto Relatório, como os funcionários, que foram incentivados a usarem a tecnologia, se sentiram em relação à rápida ascensão da IA no local de trabalho? De facto, embora muitas manchetes afirmem que os trabalhadores temem a IA. Além de que receiam que esta esteja apenas para roubar os seus empregos, a mesma concluiu que 59% dos profissionais, que usam IA, têm grande satisfação, reprimindo essas preocupações dentro do ambiente de trabalho.
Perante isto, as empresas deverão sentir-se mais confortáveis em implementarem esta tecnologia em 2024. Uma vez que muitas ainda estão atrasadas na adoção total desta tecnologia. Na verdade, descobrimos que apenas 1 em cada 25 empresas integrou totalmente a IA em toda a sua organização. Algo que poderá mudar rapidamente já neste novo ano de 2024.
3. ChatGPT já é a ferramenta de IA mais popular usada entre Empresas
Como se sabe, em novembro de 2022, o ChatGPT foi lançado. Rapidamente, o valor desta tecnologia inovadora tornou-se evidente. Como consequência, as empresas procuravam formas de utilizarem a sua funcionalidade generativa para melhorarem ao máximo os seus resultados de negócios e o próprio ambiente de trabalho.
Desde então, uma infinidade de alternativas ChatGPT, de grandes empresas de tecnologia, como Google e Microsoft, surgiram em 2023. De Bard e Copilot a Claude e Jasper, estas alternativas têm seus méritos, mas ChatGPT ainda reina supremo.
Na verdade, neste relatório descobriu-se que 65% das empresas afirmam já usarem o ChatGPT, bem à frente do segundo colocado chatbot de IA, Google Bard, que possui apenas 49% de taxa de utilização. Outras alternativas incluíram Bing AI Chat (20%), Claude AI (10%) e Jasper Chat (9%), com 8% dos entrevistados a usarem uma plataforma “Outra” menos conhecida.
4. A maioria das Empresas considera um desafio contratar novos funcionários
O conceito de “Grande Demissão” foi um dos maiores temas empresarias do ano passado, com muitos funcionários a deixarem os seus cargos depois da pandemia lhes ter dado um gostinho da flexibilidade enquanto trabalhavam em casa. Como resultado, o relatório descobriu que as empresas ainda enfrentam dificuldades no que diz respeito ao recrutamento. Isto porque existe maior exigência por parte dos profissionais.
No entanto, nem todas as empresas enfrentam dificuldades para atraírem novos funcionários. Especificamente, as organizações que oferecem funções remotas estão a conseguir com muito mais facilidade. Isto em comparação com empresas totalmente presenciais e até mesmo híbridas. Tudo isso para dizer que se uma política interna é tão importante para um bom ambiente de trabalho, a retenção de funcionários deve ser uma prioridade igualmente alta.
5. Maior abertura para uma semana de trabalho de 4 dias
Tal como analisado acima, agora que o trabalho remoto e híbrido tornou-se o novo normal para muitas empresas, o mais novo benefício para os funcionários poderá muito bem passar por uma semana de trabalho de 4 dias. Estudo após estudo mostra que a redução da semana para o mesmo salário tem um impacto notavelmente positivo na produtividade, no bem-estar dos funcionários, na rotatividade e num melhor ambiente de trabalho.
De facto, os próprios responsáveis de RH das empresas e tomadores de decisão também estão a concordar com isso. Porém, a aceitação definitivamente depende da idade. O relatório em questão descobriu que 65% dos líderes, com idade entre 35 e 44 anos (Millennials e Geração X), considerariam implementar uma semana de trabalho de 4 dias. Enquanto apenas 45% dos líderes seniores, com idades entre 55 e 64 anos (Baby Boomers), apresentam a mesma opinião.
Idade dos Empresários é Decisivo neste Tema
Além da idade, os proprietários de empresas, movidas pela IA, estão adotar totalmente a nova política e ambiente de trabalho. Na verdade, surpreendentes 93% dos líderes seniores de organizações, onde a IA desempenha um papel central nas operações, estão a considerar uma semana de trabalho de 4 dias ou já a implementaram.
Atualmente, existem muitas empresas que oferecem uma semana de trabalho de 4 dias e alguns estados americanos, com políticas de semana de 4 dias para os funcionários, percebem que o trabalho de sexta-feira poderá ser substituído. Os resultados melhoraram bastante a produtividade e o próprio ambiente de trabalho.
6. Empresas com trabalho remoto relatam níveis mais elevados de produtividade
Como já se percebeu por este relatório, desde a pandemia, o trabalho remoto tornou-se de facto um padrão para muitas empresas. Ao ponto de que, hoje em dia, quase todas as empresas possuem ferramentas para facilitarem o trabalho remoto. Isto desde software de videoconferência até serviços de acompanhamento de projetos.
Aliás, note que o trabalho remoto teve alguns benefícios não intencionais, incluindo aumentos na saúde mental e na produtividade dos funcionários. Ainda, o relatório descobriu que 64% das empresas remotas relatam altos níveis de produtividade, em comparação com 54% das empresas presenciais.
No entanto, apesar de todos os estudos que mostram que o trabalho remoto é benéfico tanto para empregadores como para empregados, os empresários começaram a exigir que os seus empregados regressassem ao escritório. Assim, a pesquisa descobriu que, em 2023, mais de metade das empresas (52%) espera que os seus funcionários estejam no escritório 5 dias por semana. Mas qual o impacto no ambiente de trabalho?
7. Ataques de phishing foram a causa mais comum de violação de dados
Vale a pena realçar que nem todos os avanços na tecnologia foram bons para o ambiente de trabalho. Como resultado da evolução da tecnologia, os mal intencionados conseguiram aumentar a sua atividade de hacking. Isto levou a uma crise de segurança online, que está a custar milhões de dólares às empresas.
Então, que tipo de comportamento nefasto deve ser alvo de atenção? Ora, o relatório descobriu que 23% das violações de dados foram causadas por ataques de phishing, de acordo com funcionários seniores que foram entrevistados. Vírus de computador (22%) também foram bastante comuns, seguidos por erros de funcionários (12%), ameaças avançadas persistentes (9%) e Wi-Fi inseguro (8%).
Simplificando, proteger a sua empresa online deve ser uma prioridade máxima no novo ano, especialmente se sua empresa trabalhar com informações confidenciais. Assim, atente nas ameaças da tecnologia para não só o ambiente de trabalho, mas também os dados dos seus funcionários e dos próprios clientes.
Em que consistiu este relatório?
De facto, para nos informar como a tecnologia está impactar o ambiente de trabalho em 2024, a Tech.co entrevistou uma grande amostra de profissionais de liderança sênior de empresas sediadas nos Estados Unidos. Neste estudo, esses profissionais, de cargos de liderança, variavam de gerente a diretor.
Além de que todas as empresas mencionadas apresentavam 10 ou mais funcionário. Isto para se garantir que todos os dados evidenciados acima capturassem as experiências e perspectivas de indivíduos. Principalmente os ocupam cargos importantes de liderança em organizações estabelecidas. Por último, para garantir um reflexo preciso das empresas entrevistadas, foi obtido um total de 1047 respostas com um nível de confiança de 99,9%. Ou seja, todas as conclusões acima aproximam-se da realidade das mesmas, refletindo um pouco o que os diferentes setores de atividade estão a registar no impacto da tecnologia no seu ambiente de trabalho.