O investimento em capital financeiro, mas também em opções tradicionais como o imobiliário continua a dar frutos. E já há algumas oportunidades estratégicas consolidadas. Há agências de crédito a recomendar o investimento no imobiliário em Portugal, afastando a ideia de uma bolha especulativa neste setor. Mas há também novidades na bolsa grega e em Nova Iorque.
Vamos fazer um resumo das oportunidades de investimento mais quentes que estão a marcar este dia financeiro. Se tem dinheiro para aplicar em produtos financeiros e quer mobilizá-lo de forma inteligente, então continue a ler este artigo.
Mercado do imobiliário em Portugal parece estar em máximos e a bolha especulativa cai por terra
A agência de crédito DBRS Morningstar veio dizer que o mercado do imobiliário em Portugal não é uma bolha especulativa. Isso porque tem vindo a consolidar ao longo da última década e com particular ênfase nos últimos anos. Recuperando de um défice de investimento relativamente ao que se observava no resto da Europa, a política de vistos Gold e de liberalização do mercado veio reabilitar largas centenas de edifícios. E colocá-los no mercado como Alojamento Local ou opções de arrendamento de longo prazo.
Com o último governo socialista, e particularmente com as reivindicações de rua em nome de habitação a custos controlados, o mercado passou a ser mais regulado. Agora, privilegia a habitação própria. Mas isso não é sinal de que o mercado deixará de ser atrativo, segundo André Coutinho citado num estudo da DBRS Morningstar.
O que se antevê é que o preço das casas atinja um “teto” e que estabilize nesses patamares elevados por alguns anos.
Qual tem sido o crescimento de preços das casas face ao resto da Europa?
A realidade europeia é bastante diferente da excecionalidade do caso português, onde o investimento em imobiliário continua em alta. Isso mesmo ao se registar um abrandamento. Na Alemanha, por exemplo, o preço das casas caiu em 10,2% no terceiro trimestre de 2023, de acordo com dados do Eurostat. Foi isso que terá contribuído para um recuo no preço das casas na UE em 1%, e na Zona Euro de 2,1%.
O caso português, porém, vai em contraciclo em relação ao resto da Europa, com um aumento de preços de 7,8% relativamente ao ano passado. Foi também isso que levou a Comissão Europeia a dizer que as “casas estão fortemente sobrevalorizadas em Portugal”. E que isso poderá levar a uma “futura correção acentuada” nos preços no caso de as condições económicas se deteriorarem.
Um cenário que a agência de crédito DBRS Morningstar afasta em face da contínua procura e dos números bons da economia acima da média da Europa.
O que aquela agência também diz é que, em Portugal, há uma “escassez crónica de habitação”. E que os números da economia oferecem bons indicadores para o futuro deste mercado em Portugal.
Qual tem sido a evolução de Portugal na valorização do seu parque habitacional?
De acordo com uma notícia de Henrique Almeida para a Bloomberg, Portugal tornou-se num íman para os investidores estrangeiros há já mais de uma década. Isso graças aos chamados “Vistos Gold” (Golden Visas). Esta medida, introduzida pelo governo PDS-CDS, dava títulos de residência para quem comprasse imobiliário no valor de pelo menos 500.000 de euros. Isso significa que os estrangeiros com poder de compra e de qualquer parte do mundo passavam a poder mover-se por todo o espaço Schengen na Europa com um investimento desta ordem em imobiliário português, o que se revelou uma medida de grande popularidade e procura.
O mesmo governo oferecia, na altura, isenções fiscais bastantes generosas aos não-residentes, através de um programa próprio de investimentos no país.
Agora, os preços da habitação em Lisboa são equiparáveis, e até mais elevados, que os praticados em Milão, Madrid e Berlin, revelando o autêntico caso de sucesso daquela medida de atração de investimento. Agora, com o maior controlo no setor da habitação e a impossibilidade de realizar Alojamentos Locais nos próximos anos em Lisboa, a procura irá diminuir. Mas os preços das casas continuarão em alta, o que faz do imobiliário um setor estratégico que continuará a ser apelativo para os investidores que pensam no futuro de longo prazo.
Ações do Aeroporto grego das que têm melhor desempenho na Europa
Depois de um terrível processo de ajustamento da economia Grega com a entrada em cena da Troika em maio de 2010, que levou à privatização de setores estratégicos como o principal aeroporto do país, hoje ele já dá lucros fabulosos aos seus investidores iniciais.
As ações designadas como Athens International Airpor SA valorizaram 15% na recente abertura da bolsa de valores de Atenas, o que já representa a maior IPO – e de maior sucesso – em mais de duas décadas deste mercado financeiro.
Como correu a IPO Grega sobre as ações do Aeroporto
O IPO foi lançado ao preço de 8,2€, mas já negoceia ao preço de 9,4€ por ação. Para quem procura um ativo financeiro novo e que tem estado no centro das atenções dos investidores europeus, esta poderá ser uma boa opção.
Para a criação deste investimento em IPO, o Estado Grego começou por vender 30% da sua participação neste aeroporto de 23 anos, conhecido como Eleftherios Venizelos. Com isso, arrecadou 784.7 milhões de euros, e os investidores mostraram enorme interesse em negociar essas ações.
Agora, com o sucesso deste IPO, os investidores em capital de risco estão particularmente atentos às movimentações da economia Grega, que parece estar pujante relativamente a muitas das outras economias europeias. Depois de 10 anos de crise financeira, já lança produtos financeiros em bolsa que são um sucesso entre os investidores, está a emitir títulos da dívida com juros atrativos, está a recuperar estatuto económico junto das agências de crédito e ganhar credibilidade.
É caso para dizer que a Grécia poderá vir a ser uma mina de ouro para investidores prospetivos sem medo do risco.
Taxas de juro da Reserva Federal Norte-Americana provocam movimentações nas ações de todo o mundo
A Reserva Federal Norte-Americana prepara-se para anunciar as taxas de juro praticadas para 2024, e isso tem provocado já alguma antecipação nos mercados bolsistas.
Para já, e enquanto não há notícias da FED, o índice Stoxx 600 da Europa está em baixa. E os títulos da dívida norte-americana mostram-se num canal virtuoso de valorização, depois de uma venda recorde de $42 biliões esta semana.
A questão da inflação continua a ser o tema mais quente que decidirá o valor das taxas de juro a anunciar pela FED. Com o Banco Central a manter um tom cauteloso e a pedir consolidação do mercado interno e dos indicadores da economia antes de adotar uma postura mais otimista face às taxas de juro.
Citada pela Bloomberg, a Presidente do Banco Federal de Cleveland, Loretta Mester, disse que os legisladores vão provavelmente assumir uma postura de confiança e cortar mesmo nas taxas de juro “no final deste ano” – isto caso a economia tenha o desempenho esperado. O facto é que a inflação abrandou significativamente nos EUA, mas são necessários mais progressos.
Por outro lado, o Banco Central Europeu mostra-se ainda “paciente e cauteloso” relativamente a baixar as taxas de juro. E por isso, o tecido financeiro e de investimento das bolsas mundiais permanecerá também em expectativa sobre o momento de injetar dinheiro e alavancar decisivamente as várias bolsas.
O comportamento de outros mercados mundiais
No continente asiático, observamos que os ativos financeiros da bolsa de Hong Kong estão em queda generalizada e em perspetiva conservadora, particularmente porque Beijing parece não ter capacidade de estabilizar o mercado. A volatilidade permanecerá elevada, numa altura em que os mercados chineses começam a antecipar as celebrações do Novo Ano Lunar, que começa nesta sexta-feira.
Por outro lado, o petróleo está a negociar numa zona de consolidação depois de dois dias de ganhos com a minimização dos riscos geopolíticos no médio oriente. Em particular depois do lançamento de um relatório que mostra o abastecimento continuado de barris para os EUA, sem disrupções significativas nas cadeias logísticas.