A Web 4.0, a próxima geração da Internet, promete já revolucionar a nossa experiência online, através da tecnologia blockchain, NFTs, inteligência artificial (IA) e o metaverso. Contudo, esta transformação levanta questões essenciais sobre as oportunidades e desafios futuros.
Das questões mais vezes levantadas temos: ”Como a IA contribuirá para a criação e animação de mundos virtuais mais envolventes? Que implicações terão estes avanços para empresas, artistas, criadores e utilizadores?” Ora, uma conferência organizada pela “Zebu Live London 2023” reuniu quatro especialistas para explorar essas questões, On Yavin, Don Gossen, Dmytro Kornilov e Adriana Krawcewicz.
On Yavin sobre como os setores podem adaptar-se a IA
On Yavin, empresário, advogado, investidor e entusiasta de videogames, abriu essa conferência a destacar a importância da identidade e propriedade online nos jogos e no mundo digital. Este especialista comparou a evolução da IA a uma revolução tão significativa quanto o crescimento do gaming online. Porém, como o IA e metaverso se irão implementar no web 4.0?
Ora, Yavin observou que graças à Web 4.0 e aos NFTs (tokens não fungíveis), a noção de propriedade partilhada poderá mudar este paradigma. Este ainda discutiu a possibilidade de criar cenários e mundos de jogos inteiros gerados por IA, proporcionando aos jogadores uma experiência mais imersiva e interativa. Para ilustrar seu ponto de vista, o jogo Baldur’s Gate 3, que poderia ser totalmente recriado usando IA, foi servido como exemplo para dar uma experiência única a cada jogador.
Don Gossen avalia impacto de IA nas empresas de criatividade
Durante essa conferência de IA e web 4.0, o especialista em dados e IA, Don Gossen, destacou o enorme potencial da IA generativa nas artes. Ora, este discutiu a noção de “resultados geradores” e como esta tecnologia pode ser aplicada de forma criativa.
Vale a pena realçar que Don Gossen está atualmente envolvido na promoção e adoção de tecnologias descentralizadas. Por isso, partilhou o seu entusiasmo pelo impacto que a IA generativa poderia ter na arte e na criatividade. Porém, como esse maior impacto e potencial adoção poderá ter implicações nas empresas em Portugal?
Portugal é prova de maior investimento em IA generativa contra Crime
Através de uma entrevista ao “Computer World”, Mario García, diretor geral da Check Point para Espanha e Portugal, explicou como esta noção de IA generativa o poderá mudar a forma como trabalhamos dentro das instituições:
“Este ano estará na história como o auge da inteligência artificial (IA) generativa”. Desde o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, esta tecnologia tem sido chamada de revolucionária por sociedades e empresas e, como não, também o mundo do crime cibernético.
Mario @GarciaSetien, director general de @CheckPointSpain y Portugal reflexiona en esta #entrevista sobre las nuevas posibilidades, pero también los grandes desafíos, que ha traído el auge de la #IA generativa al mundo de la #ciberseguridad. https://t.co/UHEtJfPjff pic.twitter.com/sUyA0bpxHt
— CSO Spain (@CSOspain) November 24, 2023
“Com a IA generativa não falta ser um profissional da ciber delinquência para criar ameaças”. E é isso que García acredita que, nesses momentos, a forma mais fácil de entrar numa empresa é aceder a Deep Web e comprar o acesso a um sistema. Os três vetores mais comuns para estes são as credenciais, VPN e as vulnerabilidades do software”
Vale a pena realçar que esta realidade é auspiciada pelo fato de que os grupos-estado, a outra grande tendência que tem apresentado a companhia de cibersegurança durante este exercício, está num contexto geopolítico convulsivo. Faz isso ao utilizar armas que permanecem obscuras da internet e permitir outros ciberdelinquentes alcançarem “um grau de sofisticação militar”. Além disso, essas máfias já operam empresas como uso, segundo a diretriz, com toda uma estrutura que inclui cargos de CEO, CFO e até recursos humanos.
Dmytro Kornilov e a revolução tecnológica
Ainda, Dmytro Kornilov, especialista em marketing de inovação e cofundador da agência de Metamarketing FFFACE.ME, falou sobre a transformação da nossa identidade online na era das redes sociais e dos jogos online. Antes do fenómeno que foram as redes sociais, a nossa identidade online era relativamente simples. Contudo, hoje é composta por múltiplas facetas que refletem diferentes partes da nossa personalidade.
Além de que Dmytro Kornilov sublinhou a crescente importância desta “personalidade virtual” para as novas gerações, seja nas redes sociais, seja nos jogos:
“No LinkedIn somos sérios, no Twitter somos sarcásticos… A identidade online é precisa de acordo com a plataforma e o propósito”
Finalmente, este especialista também defendeu a distinção entre diferentes tecnologias, como Metaverso, blockchain e IA. Ao mesmo tempo, observou que muitas vezes são erroneamente agrupadas. Segundo ele, a IA vai melhorar a experiência dos jogos e do Metaverso, criando experiências pessoais únicas para todos os utilizadores. Além disso, este expressou a crença de que jogos/mundos virtuais baseados em blockchain os tornarão “imortais”, criando assim valor duradouro para os utilizadores.
Adriana Krawcewicz e o poder da IA na arte em 2024
A conceituada Adriana Krawcewicz, artista e diretora de arte britânico-polonesa de NFT, também aproveitou esta conferência para partilhar a sua experiência como artista trabalhando com IA. Adriana explicou como o processo criativo varia dependendo da tecnologia utilizada, observando que a IA torna o processo criativo muito mais acessível e eficiente. Ainda, enfatizou que a IA não é uma ameaça para os artistas, mas uma ferramenta que pode melhorar o seu trabalho. Por exemplo, na moda, a IA poderá aumentar a eficiência criativa.
Além disso, Adriana Krawcewicz também abordou o tema da percepção pública da IA. Por isso, descobriu que muitas pessoas ainda não compreendem totalmente o valor a longo prazo destas tecnologias, especialmente no campo da arte. Ainda, defendeu uma maior consciência de como a IA pode melhorar os processos criativos e criar novas oportunidades para os criadores.
Responsabilidade online na Web 4.0
Mais à frente nesta conferência, On Yavin também destacou um aspeto crucial da transição para a Web 4.0: a conexão com o nosso “eu” online. Assim, os comportamentos online muitas vezes diferem daqueles do mundo real. Se a virtualidade se tornar mais realista, os problemas do mundo real, como “assédio e intimidação”, poderão tornar-se alarmantemente grandes no contexto da Web 4.0.
Portanto, este especialista acredita que é imperativo encontrar uma maneira de responsabilizar os indivíduos pelas suas ações online. No entanto, defende uma abordagem diferente daquela mencionada no episódio “Black Mirror”, onde cada pessoa tem uma “pontuação social”. Esta noção já existe na China, mas On Yavin alerta para as implicações desta vigilância generalizada.
Os perigos de Recolha de Dados também foram abordados
Vale a pena notar que o Dmytro Kornilov encerra a discussão a abordar outro perigo potencial da Web 4.0 em 2024. Isto nomeadamente a enorme quantidade de dados recolhidos sem que as pessoas pareçam importar-se. Portanto, este acredita que esta questão é de vital importância, mas é amplamente negligenciada nas discussões atuais. Isto incluindo entre as empresas.
Infelizmente, este especialista confessou ainda que poderemos precisar de um “novo Edward Snowden” para expor o mundo aos verdadeiros perigos da recolha de dados. Esta reflexão sublinha a urgência de aumentar a sensibilização do público para as questões relacionadas com a privacidade e a proteção de dados na era da Web 4.0. Vale notar que as empresas portugueses já têm de respeitar muitas leis.
Conclusão sobre o IA e Web 4.0 para 2024
Em suma, a Web 4.0 e a IA estão a inaugurar uma era de criatividade, inovação e experiências online mais ricas. Tal também leva que as empresas tenham de ir mais além na aquisição de novos clientes. No entanto, estes avanços exigem uma consideração cuidadosa da responsabilização online e da proteção de dados. Até porque o desafio é equilibrar a revolução tecnológica com a consciência ética para moldar um futuro digital mais promissor e responsável.
Além de que a Web 4.0 e a IA prometem revolucionar a nossa experiência online, através da blockchain, dos NFTs e do metaverso. Ao mesmo tempo que levantam questões cruciais sobre a responsabilidade online e a proteção de dados. Especialistas como On Yavin, Don Gossen, Dmytro Kornilov e Adriana Krawcewicz exploraram o impacto da IA na criação de mundos virtuais imersivos, oportunidades artísticas e as múltiplas facetas da identidade online.
Ao mesmo tempo, as preocupações com a responsabilização online e a recolha de grandes volumes de dados tornaram-se temas quentes, suscitando reflexão ética e uma maior consciencialização nesta era digital em mudança. Também nessa componente a União Europeia poderá ter novas regras na recolha de dados por parte das Empresas nacionais. Algo que iremos atualizar no nosso site.