Bastará abrir os jornais ou então aceder aos diferentes sites de informação para se verem e ouvirem diferentes referências constantes ao fenómeno de inteligência artificial. Porém, o que é a tecnologia de inteligência artificial (IA) e como esta já está a desenvolver-se em alta velocidade, transformando muitos aspetos da vida moderna e tendo um impacto real já no nosso dia a dia.
No momento em que o Reino Unido está a organizar uma reunião global de líderes mundiais e chefes tecnológicos, incluindo Elon Musk, para discutir como IAs altamente avançadas podem ser utilizadas com segurança. Logo, fará sentido aprofundarmo-nos mais sobre o que é inteligência artificial e como esta até poderá ser usada num futuro próximo.
O que é IA e como funciona?
Desde logo, perceba que a IA permite que os computadores aprendam e resolvam problemas quase como uma pessoa. Ao ponto de que os seus sistemas de IA estão treinados com base em enormes quantidades de informações. Ao mesmo tempo, estes aprendem a identificar os padrões nelas contidos. A fim de estes realizarem tarefas como manter uma conversa humana ou prever um produto que um comprador online possa comprar.
Dando um exemplo prático de como a inteligência artificial já impacta os nossos dias, a tecnologia está por trás dos assistentes virtuais controlados por voz Siri e Alexa, presentes no Facebook e o X – anteriormente conhecido como Twitter – decidem quais publicações irá ver a seguir. Ou seja, através dos seus algoritmos de IA preditivos e altamente avançados, estes acabam por ditar o que irá assistir ou ouvir de seguia, mesmo que não o saiba.
Além disso, a IA permite que a Amazon analise os hábitos de compra dos clientes para recomendar compras futuras – e a empresa também usa a tecnologia para reprimir avaliações falsas. Ao ponto de que muitas notícias já avançam que a empresa de Jeff Bezos vai passar a ter uma ferramenta IA a fazer compras por si. Logo, sem que peça algo, terá as compras que necessitar à porta, não sendo penalizado se as recusas.
Uma abordagem diferente: ChatGPT e DALL-E são exemplos do que é chamado de IA “generativa”
Numa abordagem diferente ao uso de inteligência artificial, saiba que estes cada vez mais reconhecidos programas de IA aprendem com grandes quantidades de dados, como textos e imagens online. Isto leva a que gerem os novos conteúdos que parecem ter sido criados por um ser humano.
Portanto, os chamados “chatbots” – como o ChatGPT – podem ter conversas de texto. Por outro lado, outros programas de IA como o DALL-E podem criar imagens a partir de instruções de texto simples. Em conclusão: as IAs generativas podem fazer vídeos e até produzirem músicas, fazendo mixes de vozes de artistas que até já faleceram. Chegando ao limite que muitos artistas, escritores e intérpretes alertaram que tais IAs permitem que outros explorem e imitem o seu trabalho sem pagamento. Tal poderá revolucionar até a forma como assiste ao cinema. Se viu o último Indiana Jones, nos primeiros 20 minutos, Harrison Ford teve a sua imagem modificada por IA, parecendo 50 anos mais novo, com enorme realismo.
Por que os críticos temem que a IA possa ser perigosa?
Sem dúvida que, atualmente, muitos especialistas ficam surpresos com a rapidez com que a IA se desenvolveu e temem que o seu rápido crescimento possa ser perigoso. Alguns até disseram que a os avanços e investimento em IA deveria ser interrompida. Por exemplo, no início de outubro, o Governo do Reino Unido publicou um relatório. Este dizia que a IA poderia em breve ajudar hackers a lançarem ataques cibernéticos ou ajudarem terroristas a planearem ataques químicos.
Neste momento, até alguns especialistas temem que, no futuro, IAs superinteligentes possam extinguir os humanos. Assim, em maio, o alerta do Center for AI Safety, com sede nos EUA, sobre esta ameaça foi apoiado por dezenas de importantes especialistas em tecnologia. Estas dúvidas semelhantes são partilhadas por dois dos três cientistas conhecidos como os padrinhos da IA. Resultado das suas pesquisas pioneiras, que são Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio. Ainda que outro responsável, Yann LeCun, tenha rejeitado a ideia de que uma IA superinteligente possa dominar o mundo, considerando-a “absurdamente ridícula”.
Já existem regras que limitem o poder de IA neste momento?
Na UE, a Lei da Inteligência Artificial, quando se tornar lei, imporá controlos rigorosos aos sistemas de alto risco. Ainda não se conhecem bem essas regras. Mas estas vão permitir a que haja um maior controlo da influência crescente que já se sente em mercados de trabalhos e áreas importantes de funcionamento. Será que a IA está a levar a que esses diferentes setores possam evoluir e avançar pressa demais?
Por outro lado, o Presidente dos EUA, Joe Biden, também anunciou medidas para lidar com uma série de problemas que a IA pode causar. Este prometeu “aproveitar o poder da IA enquanto mantém os americanos seguros”. Ainda, o Primeiro-ministro Rishi Sunak inglês quer que o Reino Unido seja um líder na segurança da IA e já organizou uma cimeira global em Bletchley Park. Onde empresas e Governos discutirão uma possível regulamentação para os sistemas mais poderosos.
Quais empregos estão em risco por causa da IA, num futuro próximo?
Saiba que um relatório do Banco de investimento Goldman Sachs sugeriu que a IA poderia substituir o equivalente a 300 milhões de empregos a tempo inteiro em todo o mundo. Isto tudo num prazo curto de anos. Ainda, concluiu que muitas funções administrativas, jurídicas, de arquitetura e de gestão poderiam ser as mais afetadas. Até porque a tecnologia de IA tem tudo para conseguir automatizar essas respostas. Estas terão uma execução mais rapidamente e com maior eficácia do que qualquer outro profissional da área humano.
Aliás, como resultado, o IA substituir profissionais humanos poderia impulsionar a economia global em 7%. A tecnologia já foi usada para ajudar os médicos a detetar cancros da mama e a desenvolver novos antibióticos. Isto exponenciando o seu conhecimento e chegando a limites que são impensáveis para o raciocínio humano.