Não é à toa que muitos se interessam em aprender como investir em ouro. Por milênios, esse metal vem despertando o interesse e a admiração da humanidade, que o usa ou já o usou na confecção de adornos, obras de arte, itens religiosos e símbolos de poder, como cetros e coroas, na produção industrial e como moeda ou base do sistema monetário.
Da longevidade e do poder do fascínio despertado pelo ouro, são eloquentes testemunhos as menções ao metal precioso feitas em obras antigas e notáveis como a Bíblia, o Alcorão e a Ilíada.
Quando queremos ressaltar a excelência de algo, podemos dizer que é “as good as gold” (“tão bom quanto o ouro”, em inglês) ou que “é de ouro” (um coração, uma oportunidade, uma pessoa, etc.).
Ademais, diz-se de alguém que obtém com frequência grandes sucessos que tem o “toque de Midas”, comparando-o ao lendário rei a quem foi dado o poder de converter em ouro tudo que tocasse.
O ouro continua tendo certos papéis na vida econômica, à parte de seu uso como matéria-prima, e permanece sendo um dos mais conhecidos investimentos. Estima-se que hoje, passadas décadas do abandono do padrão-ouro, os bancos centrais ainda retenham em suas reservas um quinto de todo o ouro já extraído do subsolo.
Neste artigo, trataremos de diversas formas que o investimento em ouro pode tomar, as características delas e como investir em ouro no Brasil.
O ouro é uma boa fonte de investimento?
Antes de começarmos nossa jornada de aprendizado de como investir em ouro, devemos ter em mente que, como com todos os outros investimentos, aquele feito no ouro apresenta prós e contras, funciona melhor em determinados tempos que em outros e adequa-se mais a alguns objetivos e necessidades do que aos demais.
Há importantes considerações que recomendam o ouro como possível componente de um portfólio equilibrado. Por ter características diferentes de outras classes populares de ativos, é comum que o ouro responda de maneira diferente às circunstâncias. Por isso, ele pode ajudar na diversificação de investimentos.
O ouro também costuma ser apreciado por sua capacidade de proteger o patrimônio contra riscos como a inflação, a desvalorização da moeda e turbulências em mercados como o de ações. A capacidade de reter seu valor e a sua liquidez podem fazer do ouro um instrumento especialmente útil para quem precisa navegar situações como crises econômicas, guerras e golpes, ou pretende escapar delas.
Além disso, em determinadas circunstâncias, o ouro pode passar por fases de forte valorização, geralmente causadas pelo aumento da demanda por ele, que pode ser impulsionada por temores quanto à conjuntura política ou econômica.
Por exemplo, no último ano, a cotação em dólares do ouro acumulou alta de mais de 14%. Situações como essas certamente intensificam o desejo que as pessoas têm de aprender como investir em ouro. É preciso ter em mente, porém, que, assim como apresenta vantagens, o investimento em ouro também apresenta desvantagens.
À diferença dos imóveis, que, alugados, podem render aluguéis enquanto (idealmente) valorizam-se, e das ações que pagam dividendos enquanto (idealmente) valorizam-se, o investimento em ouro não costuma produzir renda: o único ganho, se houver, virá da valorização do metal.
Como o valor de outros ativos de renda variável, o do ouro é influenciado por fatores difíceis de prever. Assim como pode se valorizar, o ouro pode passar por fases de desvalorização. Devido às variações a que o preço do ouro está sujeito, é recomendável, de modo geral, tratar esse ativo como investimento de longo prazo. Alguém que esteja investindo para construir um patrimônio com que financiar a própria aposentadoria, por exemplo, pode precisar começar a vender seus ativos antes que seu ouro se recupere de uma queda de preço.
Além disso, embora o ouro possa ajudar na preservação do patrimônio em momentos de turbulências e mesmo se valorizar consideravelmente em certos períodos, é comum que seu desempenho fique abaixo do de outros tipos de investimentos populares. Portanto, isso significa que seus benefícios tendem a ser conseguidos às expensas, no longo prazo, da otimização do crescimento do patrimônio.
Em resumo, o investimento no ouro pode ser bastante útil na diversificação do portfólio e contribuir para a preservação do patrimônio, além de ser capaz de gerar ganhos consideráveis. Contudo, deve ser o produto de uma análise madura e cuidadosa das necessidades, das possibilidades e dos objetivos do investidor.
O investimento em renda variável pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.
Como investir em ouro – Melhores métodos
A questão de como se investir em ouro é mais complexa do que parece à primeira vista. O investimento em ouro pode ser feito de muitas formas diferentes, cada uma das quais com suas características próprias, que devem ser levadas em conta na avaliação de sua conveniência. Os métodos mais recomendados para investir em ouro incluem:
- Contratos futuros de ouro
- Contratos à vista de ouro
- Contratos a termo de ouro
- Opções de ouro
- Fundos mútuos multimercado que investem em ouro
- ETFs que tentam replicar o desempenho de um índice ligado ao ouro
- BDRs
- Contrato por Diferença (CFDs) de ouro
Um olhar mais atento sobre os melhores métodos para investir em ouro
Consideremos, agora, as características gerais dos métodos mais recomendados para a realização de investimento em ouro.
Contratos futuros de ouro
Um contrato futuro (também chamado contrato de futuros) é um compromisso entre as partes para a compra (ou venda) de um ativo em certas condições em determinada data futura a um preço previamente acertado. Esse tipo de contrato, padronizado, é negociado em bolsas de futuros.
No caso do Brasil, isso acontece na B3, que exerce a função de bolsa de valores e a de bolsa de futuro. Assim, os contratos futuros de ouro são uma das respostas à dúvida comum de como investir em ouro na bolsa de valores.
O acesso à negociação de contratos futuros é feito através de corretora de valores. De modo geral, eles podem ser negociados pelo home broker, plataforma digital que permite a emissão de ordens de operações pela internet.
O procedimento para a negociação desses contratos é bem parecido com o da negociação de ações pelo home broker. Na B3, cada contrato futuro de ouro (OZ1) refere-se a 250 gramas de ouro fino.
Contratos futuros podem ser usados como garantia na negociação de outros ativos. Portanto, com um contrato futuro de ouro, lucra quem o vendeu caso o valor do ouro caia ou quem o comprou caso o valor do ouro suba durante a vigência do contrato.
Ao fim de cada pregão, a B3 faz diariamente o ajuste das posições em aberto, creditando ou debitando, no dia útil seguinte, conforme o caso, as variações nas contas das partes em suas corretoras.
O objetivo do ajuste diário é proteger o sistema e seus participantes, garantindo que aconteçam rapidamente a dedução das perdas sofridas e a disponibilização dos lucros conseguidos. No vencimento do contrato, após o último ajuste diário, as posições são liquidadas.
De modo geral, a liquidação desses contratos envolvendo ouro é financeira, apenas, ou seja, nenhum ouro troca efetivamente de mãos. No entanto, o investidor pode solicitar o ouro físico a um custodiante credenciado pela B3.
Caso o investidor não pague o ajuste diário, ele passa a ser considerado inadimplente e tem executada sua margem de garantia. Essa margem é um valor, em dinheiro ou outros tipos de ativos aceitos para esse fim, que o investidor precisa ter depositado junto à corretora para poder fazer certas operações, inclusive as de mercado futuro.
Contratos à vista de ouro
O interessado em entender como investir em ouro pode usar contratos à vista de ouro. Como no Brasil eles são negociados na B3 através de corretoras, constituem outra resposta à dúvida sobre como investir em ouro na bolsa de valores.
Os contratos à vista de ouro negociados na B3 podem se referir a lotes de 250 gramas (OZ1D), lotes fracionários de 10 gramas (OZ2D) ou lotes fracionários de 0,225 grama (OZ3D). Os dois últimos não permitem a opção de retirada física do ouro, exceto se acumulados em múltiplos de 250 gramas. A liquidação dos contratos à vista de ouro ocorre no dia útil seguinte à operação de compra ou venda deles.
Ademais, a compra de contratos à vista de ouro não costuma estar disponível no home broker e precisa ser comunicada à corretora, por exemplo, por telefone, para ser executada pela mesa de operações dela. Contratos à vista de ouro podem ser usados como garantia na negociação de outros ativos. Os de lotes menores tendem a ser menos líquidos.
Contratos a termo de ouro
Outra resposta à questão “como investir em ouro na bolsa?” É o contrato a termo, através do qual as partes combinam a negociação de um ativo (ouro, por exemplo) em uma data pré-estabelecida em condições e com preço previamente combinados.
Esse tipo de contrato distingue-se do de futuros por ser menos padronizado e não sofrer ajuste diário: há apenas a liquidação, no vencimento do contrato, pelo valor combinado entre as partes.
Os contratos a termo de ouro são negociados na B3 em lotes-padrão de 250 gramas (OZ1). Além disso, essa negociação pode ser feita através do home broker da corretora, de modo que a liquidação física é opcional. Os contratos a termo de ouro também podem ser usados como garantia na negociação de outros ativos.
O investimento em renda variável pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.
Opções de ouro
Opções são instrumentos financeiros que dão ao comprador o direito (que, segundo sua conveniência, exercerá ou não) de comprar do ou vender ao vendedor determinado ativo a certo preço em uma data acordada.
Uma opção de compra (chamada também de call) dá ao seu titular o direito de comprar o ativo do vendedor da opção pelo preço combinado até a data de vencimento da opção. Esse direito não precisa ser exercido.
Enquanto isso, uma opção de venda (chamadas também de put) dá ao seu titular o direito de vender o ativo ao vendedor da opção pelo preço combinado até a data de vencimento da opção. Ademais, esse direito também não precisa ser exercido.
Assim, uma pessoa que acredite que o preço do ouro subirá pode comprar, por um valor chamado de prêmio, o direito de adquirir do vendedor da opção ouro a certo preço e, ao exercer no futuro a opção, lucrar a diferença entre o novo preço do ouro e seus gastos (prêmio mais valor que combinou pagar pelo ouro).
Se o preço do ouro tiver caído, o comprador da opção poderá simplesmente não exercê-la e, assim, só terá gastado o valor do prêmio.
Por outro lado, uma pessoa que acredite que o preço do ouro cairá pode comprar, por um valor também chamado de prêmio, o direito de vender ao vendedor da opção ouro a certo preço e, ao exercer no futuro a opção, lucrar a diferença entre o preço combinado e seus gastos (o prêmio mais o novo valor do ouro).
Se o preço do ouro tiver subido, o comprador da opção poderá simplesmente não exercê-la e, assim, só terá gastado o valor do prêmio.
Fundos mútuos multimercado que investem em ouro
Um fundo de investimento reúne os recursos de diversas pessoas, seus cotistas, entre os quais, na proporção da quantidade de cotas que possuírem, são distribuídos os lucros que forem obtidos. Nesse caso, as cotas podem ser negociadas através de uma corretora.
Os fundos são uma forma de democratizar o acesso a investimentos e a administradores qualificados, dando escala aos recursos dos investidores. Eles costumam ter objetivos (como, por exemplo, investir em ações, imóveis, renda fixa ou em várias classes de ativos diferentes) definidos desde sua fundação.
Fundos mútuos são fundos administrados ativamente por gestores, que tentam superar o desempenho do mercado. Aqueles que investem em ativos de diferentes classes são chamados de fundos multimercado. A compra de cotas de fundos multimercado que invistam pesadamente em ouro é uma alternativa de investimento no metal.
Além de se distinguirem pelos ativos em que investem, os fundos distinguem-se entre si por características como valor mínimo do investimento (que pode ser simplesmente o preço de 1 cota ou ser superior), encargos (taxa de administração, de performance, etc.) cobrados, o valor deles e as condições para o resgate do valor das cotas.
Alguns dos mais destacados fundos mútuos que investem em ouro do país são:
Nome do fundo
Aplicação mínima
Taxa de Administração
Trend Ouro FIM
R$ 100,00
0,50% ao ano
Vitreo Ouro FIC FIM
R$1000,00
0,09% ao ano
BTG Ouro FIM
R$ 500,00
0,10% ao ano
Caixa FI Indexa Multimercado LP
R$0,01
0,80% ao ano
Itaú Index Gold Multimercado FIC FI
R$ 1,00
0,80% ao ano
Itaú Gold Distribuidores Multimercado FIC FI
R$ 100,00
0,80% ao ano
Fundos de investimento em ouro com investimentos mínimos relativamente baixos podem ser opções interessantes de como investir em ouro com pouco dinheiro (ou mesmo muito).
ETFs que tentam replicar o desempenho de um índice ligado ao ouro
Outro tipo de ativo que pode ser interessante para quem quer entender como investir em ouro é o dos ETFs (de Exchange Traded Fund, inglês para Fundo Negociado em Bolsa). Para quem ainda não conhece, eles são fundos que tentam emular o desempenho de um índice do mercado financeiro e têm suas cotas negociadas em bolsa.
No entanto, distinguem-se dos fundos de índice porque, à diferença das cotas destes, as suas são negociados ao longo dia na bolsa, com as correspondentes variações de preço, em vez de ter suas cotações definidas uma vez por dia útil, ao fim do dia de negociações. Os ETFs que investem em ouro negociados na bolsa brasileira incluem:
- O Trend ETF LBMA Ouro (GOLD11), um ETF que investe pelo menos 95% de seu patrimônio no iShares Gold Trust (IAU), fundo da BlackRock, maior gestora de patrimônio do mundo.
- O iShares Gold Trust, o qual busca copiar o comportamento do LBMA Gold Price, um importante preço de referência do ouro administrado pela ICE Benchmark Administration (IBA).
O investimento mínimo em GOLD11, por exemplo, é o valor de uma cota, negociada, quando este artigo foi concluído, a pouco menos de R$ 10 reais. Diante disso, os ETFs podem ser boas alternativas para quem deseja saber como investir em ouro com pouco dinheiro (e não só para eles).
BDRs
Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, algo como certificados brasileiros de depósito, em inglês) são certificados atrelados a ações negociadas em bolsas estrangeiras compradas por um custodiante.
A compra deles constitui maneira indireta de investir nas empresas ou instituições emissoras das ações a que os BDRs estão atrelados. A compreensão deles pode ser útil para aqueles que desejam entender como investir em ouro. Os BDRs de ações de empresas ligadas ao ouro negociados na bolsa brasileira incluem:
- AURA33, da mineradora (de ouro e cobre, principalmente) canadense Aura Minerals;
- N1EM34, da mineradora de ouro americana Newmont Mining Corporation; e
- A1UA34, da mineradora sul-africana AngloGold Ashanti.
Também é negociado na B3 o BIAU39, um BDR da ETF IAU. Trata-se de um outro recurso, além do GOLD11, para o investidor brasileiro poder investir indiretamente no já citado iShares Gold Trust.
Portanto, os BDRs podem ser outra boa opção para quem quer saber como investir em ouro com pouco dinheiro (ou mesmo muito). Só para exemplificar, cada BDR de BIAU39 estava sendo negociado a pouco menos de R$ 45 reais quando este artigo foi concluído.
O investimento em renda variável pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.
Contratos por Diferença (CFDs) de ouro
Contratos por Diferença são contratos baseados em um ativo (no caso que nos interessa, o ouro) em que duas partes acordam que uma delas pagará à outra a diferença entre o preço do ativo no momento da assinatura do contrato e o preço dele na data do vencimento.
Com isso, é possível negociar ativos, como moedas, ações e commodities, inclusive o ouro, sem possuí-los. Se o preço do ativo tiver subido, o vendedor pagará a diferença ao comprador. Se tiver caído, o comprador pagará a diferença ao vendedor.
Os CFDs permitem o uso de alavancagem, ou seja, comprar o instrumento depositando uma fração de seu valor. Com isso, o investidor pode realizar investimentos superiores aos recursos de que dispõe no momento e aumentar o tamanho tanto dos lucros (mas também dos prejuízos) que resultarem da operação.
Como investir em prata?
A prata é outro metal que tem fascinado a humanidade há milênios. É possível investir na posse física da prata em formas como moedas, barras e joias.
Embora a posse física tenha vantagens, estas, de modo geral, são superadas por suas desvantagens, que incluem a diferença (maior no caso das moedas e, principalmente, no das joias) entre os preços cobrados pelos objetos e o valor de seu conteúdo de metal, a relativa falta de liquidez e os custos e os inconvenientes de armazenar e proteger o metal.
Há fundos que investem em mineradoras de prata ou procuram emular índices ligados ao metal. Exemplo disso é o iShares Silver Trust, ETF que busca replicar o índice LBMA Silver Price e no qual é possível investir indiretamente através da compra do BDR BSLV39.
Além disso, o Fundo Vitreo Prata FIM investe todo o seu patrimônio em ativos ligados à prata, como contratos futuros do metal e cotas de fundos ETFs que investem nele.
Como escolher os melhores investimentos em ouro
O melhor jeito de aprender como se investir em ouro é pesquisando e pensando detalhadamente em diversos pontos. Para definir quais os melhores investimentos em ouro para um investidor, é necessário considerar diversos fatores e como eles se adequam às necessidades e objetivos dele. Alguns dos critérios a serem levados em conta são os seguintes:
- Nível de tolerância ao risco do investidor: Diferentes formas de investimento apresentam diferentes graus de exposição ao risco. Por exemplo, o investimento em ações de mineradoras e em contratos futuros de ouro costumam trazer mais risco que o investimento em uma ETF que invista em um diversificado leque de ativos ligados ao ouro. Algumas classes de ativos destacam-se pelos altos lucros potenciais que podem gerar, outras pelos baixos níveis de risco a que expõem os fundos investidos.
- Necessidades do portfólio/desejo do investidor de diversificação: É preciso levar em conta como os investimentos em ouro se ajustam ao resto do portfólio do investidor. É recomendável que o portfólio seja diversificado e equilibrado. Embora as qualidades individuais de cada componente do portfólio sejam importantes, também é importante ver como cada um destes encaixa-se no todo.
- Horizonte de investimento do investidor: Alguns investimentos, como um contrato futuro, são de curto prazo, enquanto outros, como ouro físico e ETFs, podem (e, dependendo do caso, devem) ser mantidos por prazos mais longos.
- Necessidade de/desejo por liquidez do investidor: A liquidez de um ativo é a rapidez com que ele pode ser vendido sem que seu valor seja deprimido consideravelmente. Todo o resto sendo igual, ativos mais líquidos são preferíveis, mas, a depender das necessidades e preferências do investidor, a liquidez pode ser subordinada a outros fatores, como, por exemplo, baixo risco ou alta rentabilidade esperada.
- Custos: É importante levar em conta os custos de um investimento, como (quando aplicáveis) encargos, taxas, tributos, armazenamento e segurança/seguro.
- Possibilidade de uso de alavancagem: A alavancagem é um recurso que permite a realização de investimentos superiores ao valor imediatamente despendido pelo investidor, o que aumenta o tamanho dos lucros que podem ser obtidos (mas também dos prejuízos que podem acontecer).
- Conveniência e acessibilidade: Todo o resto permanecendo igual, investimentos mais fáceis de fazer e administrar são preferíveis a investimentos mais caros ou complexos.
- Ambiente regulatório: Diferentes tipos de investimento podem ser regidos por diferentes regulamentos e até ser fiscalizados por reguladores diferentes. Um fator óbvio é a tributação, que incide de formas diferentes sobre as diferentes formas de investimento em ouro. É importante entender como o ambiente regulatório afeta o investimento considerado.
- Desempenho histórico: Como se costuma lembrar, desempenho passado não é garantia de desempenho futuro, mas o desempenho de um investimento ou de um fundo pode ajudar o investidor a ter uma ideia do que pode ser esperado. Ele pode, por exemplo, indicar o quanto a estratégia de um fundo tem sido adequada às circunstâncias.
- Reputação dos participantes: A reputação das instituições envolvidas (fundos, bolsas, empresas, custodiantes, etc.) pode dar ao investidor uma ideia do que esperar e ser um elemento a ser considerado na tomada de decisões dele.
Como investir em ouro – Tutorial
Para dar um exemplo prático de como e onde investir em ouro, apresentaremos um tutorial de como usar a corretora eToro para investir em ouro:
- Para negociar através da eToro, é necessário ter conta na corretora. Se o investidor não tiver, deve abrir uma. Para isso, no site da corretora você deve preencher o formulário de criação da conta com dados como nome, e-mail e senha que usará e, a seguir, preencher os dados de perfil.
- Você deverá verificar seu perfil conforme as instruções da plataforma, o que provavelmente envolverá a digitalização de um documento de identidade e o fornecimento de algum comprovante de residência.
- Para depositar em sua conta fundos com que negociar, o investidor deve clicar em Depositar Fundos (um botão azul, na parte de baixo da tela, no lado esquerdo dela). As opções de meios de pagamento que você pode usar incluem as seguintes: transferência bancária, cartão de crédito ou débito e intermediários, como PayPal, Neteller e Union Pay. O tempo que leva para que os fundos sejam creditados varia de um método a outro. Por exemplo, os fundos enviados por transferência bancária podem demorar até sete dias úteis para serem creditados, mas aqueles transferidos com cartão podem ser creditados quase imediatamente.
- Para negociar ativos, o usuário deve, logado em sua conta, clicar em Mercados de Negociação (no lado superior da tela, na esquerda).
- Em cima, aparecerão as classes disponíveis para investimento (Criptomoedas, ETF, Ações, Índices, Matérias-primas, etc.), que você pode selecionar para ver a lista de ativos pertencentes à classe selecionada disponíveis para negociação. Se preferir, o usuário pode usar o mecanismo de busca da plataforma para achar o ativo que deseja. No caso que nos interessa aqui, será um ativo ligado ao ouro, como ações de mineradoras de ouro, cotas de ETFs que invistam no metal precioso ou em ativos ligados a ele, ou CFDs de ouro (GOLD, na página de matérias-primas da empresa) ou de ações ligadas ao ouro.
- Depois de selecionar o ativo que lhe interessa, você deve clicar no botão Negociar (em cima da tela, na direita dela) e informar o valor que deseja comprar do ativo, conferir os dados da transação e, se estiver satisfeito, efetuá-la com um clique no botão Abrir posição.
O investimento em renda variável pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.
Observações:
- O eToro dá acesso a ativos que não são negociados na bolsa brasileira nem (em geral) são oferecidos por corretoras brasileiras, como, por exemplo, cotas de SPDR Gold Shares, fundo ETF administrado com o objetivo de fazer o preço de suas cotas acompanhar a cotação da onça do ouro.
- O eToro usa o dólar como moeda-padrão. A plataforma aceita depósitos em outras moedas, mas faz a conversão (e cobra uma taxa para isso) para o dólar.
Vale a pena investir em ouro físico?
Além das alternativas de investimento discutidas acima, é possível investir em ouro físico em formas como moedas, barras e joias. Para muitas pessoas, a posse física do ouro é emocionalmente satisfatória.
O desejo de acumular ouro físico também pode ser motivado por desconfianças com relação ao sistema financeiro ou a instituições como bolsas, fundos e bancos e a temores com relação à conjuntura política.
Além de ser razoavelmente líquido e de poder preservar o valor em tempos turbulentos, o ouro pode ser útil devido ao alto valor por grama, que permite que se convertam as economias de uma vida em uma forma facilmente transportável.
Uma dúvida comum refere-se a como investir em barras de ouro. É possível comprar ouro físico na forma de barras em algumas instituições autorizadas a vendê-las pelo Banco Central.
Um exemplo é a Ourominas, que certifica a pureza do ouro que vende e garante a recompra dele. O investidor pode então guardar o metal em casa ou em um banco custodiante, caso em que precisará pagar pelo serviço.
Com o preço relativamente alto do ouro, a aquisição de ouro através da liquidação física junto à B3 de contratos de múltiplos de 250 gramas é consideravelmente cara.
Sobre as moedas de ouro, elas oferecem a vantagem de, frequentemente, serem cunhadas com quantidades de ouro que tornam mais prático seu uso que o das barras maiores.
Um dos principais problemas com as moedas de ouro é que costumam ser tratadas como itens de colecionador e vendidas a valores consideravelmente superiores àqueles que seu conteúdo de metal justificaria, especialmente no caso das mais antigas e raras.
Há outras formas de investir em ouro físico além da compra de barras e moedas, como investir em joias de ouro ou outros objetos feitos como metal, mas a diferença entre o preço das joias (ou outros objetos de ouro) e o valor do seu conteúdo de ouro e a liquidez, inferior, a de outras opções de investimento em ouro físico reduz consideravelmente sua utilidade como investimento.
Em condições normais, as dificuldades e os custos relativos ao armazenamento e à proteção do ouro por parte do investidor ou de um custodiante, tornam pouco aconselhável a posse de ouro físico.
Conclusão
O investimento em ouro oferece importantes vantagens e pode ser feito de muitos modos. Apenas o estudo cuidadoso dos objetivos e das necessidades do investidor, dos recursos de que ele dispõe, das características das opções disponíveis e do cenário permitirá decidir de forma adequada quanto à conveniência de investir em ouro e que método(s) empregar para fazê-lo.
Longe de serem todos iguais, os métodos de investimento em ouro são muito diversos. Alguns, por exemplo, a compra de contratos de ouro ou a compra do metal propriamente dito, garantem que toda a exposição do investidor seja às variações da cotação do ouro.
Outros tipos de investimentos, como ações de empresas mineradoras e CFDs baseados nelas, porém, são afetados por outros fatores além do preço do ouro. Por exemplo, a capacidade da empresa de achar reservas de ouro, sua exploração de outros minerais, a eficiência de sua operação, etc. A escolha entre um tipo ou outro depende do que o investidor está interessado em alcançar.
Perguntas frequentes
Como investir em ouro Banco do Brasil?
Como investir em ouro por fundos?
Onde posso comprar barras de ouro?
Como e quanto investir em ouro?