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A consultoria Andreessen Horowitz perguntou a especialistas da sua rede que grandes ideias eles apontariam para 2024, nos mais diversos setores. Selecionamos, a seguir, algumas das principais tendências apresentadas no campo das fintechs.

Developers ganharão força como compradores

Em 2024, developers se tornarão importantes protagonistas na compra de serviços de infraestrutura financeira. Essa é uma das tendências sinalizada por Angela Strange, general partner na Andreessen Horowitz. Segundo Strange, as fintechs já estão priorizando a criação de sandboxes voltadas para developers – ambientes em que eles poderão testar novas soluções antes de comprar e implementar. É mais uma prova da crescente influência dos developers como compradores, em empresas de serviços financeiros.

Tecnologia ajudará bancos regionais a competir com grandes instituições

Diante do colapso do Sillicon Valey Bank e do First Republic Bank, bancos regionais enfrentam margin compressions e pressões por regulação. David Haber, general partner na Andreessen Horowitz, afirma que, apesar desses desafios, essas instituições continuarão sendo vitais para pequenos negócios e economias locais. Haber espera que as fintechs ofereçam a tecnologia e as ferramentas necessárias para que esse ecossistema consiga concorrer com as grandes instituições e, assim, oferecer serviços melhores aos seus clientes.

Setor financeiro ampliará uso de soluções em nuvem

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Apesar de alguns movimentos no campo da digitalização, os setores bancário e comerciais, de maneira geral, ainda precisavam avançar na adoção de serviços em nuvem. A evolução dessa área é uma das tendências apontadas por Marc Andrusko, sócio da consultoria, para 2024. Segundo ele, empresas desses setores estarão mais abertos e mais empenhados em experimentar e comprar novas soluções, baseadas em nuvem.

LLMs vão impulsionar e democratizar processamento de dados

Grandes Modelos de Linguagem (LLMs) são sistemas de inteligência artificial que processam e geram textos a partir de um amplo volume de dados. Em 2024, as startups que recorrerem a esse tipo de sistema conseguirão processar, categorizar e armazenar dados que ainda representavam um desafio para determinados modelos. Desse modo, setores que tradicionalmente eram dominados por oligopólios de softwares poderão entrar em uma nova era – impulsionando as fintechs. O insight foi apresentado por Joe Schmidt, sócio da Andreeessen Horowitz.

IA impulsionará transformação digital em pequenas e médias empresas da América Latina

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É o que antecipa Gabriel Vasquez, sócio da Andreessen Horowitz. Enfocando especificamente o Brasil, Vasquez afirma que cerca de 40% das pequenas e médias empresas do país ainda não digitalizaram suas operações. Isso deve mudar, na medida que em serviços automatizados para atendimento ao consumidor se tornam predominantes. Ao passo que os clientes se acostumam cada vez mais a esse tipo de interação imediata, as empresas serão compelidas a digitalizar seus processos.

De acordo com Vasquez, essa tendência representa oportunidades para startups, no sentido de facilitar a transformação digital no país – e na América Latina de maneira geral. Conforme a consultoria Andreessen Horowitz, algo que já está avançando na prática é o uso do WhatsApp para atendimento ao consumidor. Essas iniciativas envolvem, principalmente, situações em que o consumidor espera repostas rápidas. Sendo assim, assistentes suportados por inteligência artificial podem agilizar e simplificar esses serviços, agregando valor para os negócios e para os clientes.

IA será chave para aumentar ROE

Quando falamos em ROE, estamos nos referindo ao retorno sobre o patrimônio líquido. Segundo David Haber, general partner na Andreessen Horowitz, em 2024 veremos instituições financeiras adotando apps nativos, baseados em Inteligência Artificial, em uma gama de modelos operacionais. E ficaremos provavelmente surpresos com o tamanho do impacto econômico tecnologia sobre seu P&L (demonstrativo de lucros e perdas, ou seja, seus resultados). No próximo ano, o uso desses modelos deve enfocar prioritariamente os setores de engenharia, compras, jurídico, compliance e gestão de riscos.

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