O setor de varejo está otimista com as festas de fim de ano. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), deve haver um aumento de +5,6% no volume de vendas no período. Além disso, serão criadas cerca de 108,5 mil vagas de trabalho temporário.
As previsões do CNC levam em conta informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Também foram considerados os dados mais recentes relativos à inflação e à taxa de juros no Brasil.
Números do varejo devem superar os de 2022
Caso as expectativas se confirmem, o comércio terá uma recuperação importante em relação ao último ano. Em 2022, mesmo tendo criado 90,7 mil vagas temporárias, o varejo experimentou uma queda de -4,1% nas vendas no mesmo período.
O setor ainda tenta se recuperar dos efeitos da crise sanitária iniciada em 2020. Afinal, naquele ano, as vendas de Natal e Ano Novo chegaram a despencar -13,2%.
Apesar de se recuperar parcialmente no ano seguinte (+10,6%), o varejo passou a sofrer com a inflação em alta e a perda de poder aquisitivo da população. Além disso, o aumento dos juros para controlar os preços provocou um novo baque ano passado.
Este ano, a CNC espera que a queda recente dos juros, que deve se manter nos próximos meses, volte a esquentar o consumo. Por isso, a abertura de vagas temporárias é a maior desde 2013, quando 115,5 mil postos foram criados.
Supermercados e vestuário concentram vagas e esperam crescimento
O segmento de hiper e supermercados deve liderar, mais uma vez, a criação de vagas temporárias neste fim de ano. A expectativa é de 45,5 mil postos nesse setor. Mais atrás vem o vestuário (que também reúne calçados e acessórios), com 25,2 mil contratações.
O segmento de vestuário, aliás, é o que mais costuma crescer com as vendas natalinas. Segundo dados do CNC, o faturamento cresce em média +90% entre novembro e dezembro, contra +34% do varejo como um todo.
Este ano, em especial, os segmentos de supermercados e vestuário devem estar entre os mais favorecidos pela atual conjuntura econômica. Afinal, a desaceleração da inflação, causada por um início de flexibilização monetária, pode melhorar o acesso dos consumidores.
Além disso, mesmo com a queda recente da taxa de juros, o patamar atual ainda é muito elevado. Por isso, segmentos como os de eletrodomésticos e bens de consumo em geral, mais dependentes do acesso ao crédito, tendem a permanecer enfraquecidos.
Consumidores devem gastar mais neste Natal
Apesar do aperto financeiro, o ticket médio tende a aumentar neste Natal. Em Minas Gerais, por exemplo, a expectativa é que ele seja +26% superior ao de 2022, segundo a Fecomércio-MG. Esse foi um dos dados obtidos com a pesquisa de intenção de compras promovida pela entidade.
Segundo a mesma pesquisa, 40% dos empresários esperam ter vendas melhores que no ano passado. No entanto, outros 17,2% acreditam que os resultados serão os mesmos de 2022.
Esses dados corroboram outra pesquisa recente, que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Afinal, no último levantamento, realizado em novembro, o indicador estava em 104,9 (em uma escala de 0 a 200). Isso representa um aumento de +17,9% na comparação com novembro de 2022.
Além disso, a pesquisa detectou resultados positivos para todos os componentes avaliados:
- Emprego atual: +10,3%
- Renda atual: +17,5%
- Nível de consumo atual: +23,5%
- Perspectiva profissional: +11,6%
- Perspectiva de consumo: +24%
- Acesso ao crédito: +7,5%
- Momento para a compra de bens duráveis: +51,1%
Outros fatores podem ajudar a aquecer o consumo neste Natal, como o programa Desenrola Brasil, do Governo Federal, e a queda do desemprego. Portanto, parece claro que este será um fim de ano favorável ao comércio no país.