Brasil volta ao grupo das 10 maiores economias do mundo
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Brasil avançará para a 9ª posição entre as maiores economias do mundo, subindo duas posições no ranking.

Esta projeção se baseia no crescimento esperado de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano, alcançando um PIB nominal de US$ 2,23 trilhões.

Com isso, o Brasil deve ultrapassar o Canadá, cujo PIB está em torno de US$ 2,12 trilhões. Essas estimativas, divulgadas em outubro, vêm do relatório de Perspectiva Econômica Mundial do FMI.

O Brasil, que antes ocupava a 11ª posição, pode chegar a ser a oitava maior economia do mundo até 2026, segundo o FMI.

No ranking global, os Estados Unidos, a China e a Alemanha mantêm as três primeiras posições, respectivamente. O FMI também observa que o crescimento mundial em 2023 será de 3%, abaixo dos 3,5% de 2022, e prevê um crescimento de 2,9% para o próximo ano.

Para 2024, o Ministério da Fazenda do Brasil projeta um crescimento de 2,2%. Já o FMI estima um crescimento mais modesto, de 1,5%, para o país.

PIB não é o melhor indicador para medir economias

Embora o FMI tenha uma perspectiva mais otimista sobre a economia brasileira, especialistas questionam a relevância do ranking do PIB nominal para avaliar as condições de vida e o desenvolvimento de um país.

O PIB, que representa o valor total de bens e serviços produzidos em um país, é calculado no Brasil pelo IBGE. Ele utiliza dados de várias instituições, incluindo o Banco Central e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No entanto, o PIB nominal não considera aspectos como desigualdade de renda, bem-estar da população ou impactos ambientais.

Por outro lado, o PIB per capita, que divide o PIB total pela população, oferece uma ideia de quanto da riqueza nacional caberia a cada pessoa se fosse distribuída igualmente.

PIB foca apenas no tamanho absoluto das economias

Samuel Pessôa, economista do FGV Ibre, destaca que o PIB nominal é limitado, focando apenas no tamanho absoluto da economia.

Ele ressalta que o PIB per capita é mais relevante para medir o bem-estar, enquanto a produtividade do trabalho é um melhor indicador de eficiência produtiva.

Pessôa reconhece que o PIB nominal tem sua importância, principalmente em aspectos geopolíticos. Ele usa o exemplo da China, que, apesar de um PIB per capita menor que os EUA, tem grande influência na economia mundial devido ao seu tamanho.

Volnei Eyng, CEO da Multiplike, também vê limitações no ranking do PIB nominal do FMI. Ele aponta que a proximidade dos valores entre os países ranqueados e a valorização do real frente ao dólar são fatores que influenciam o ranking.

Eyng menciona que o agronegócio impulsionou o crescimento do PIB do Brasil nos últimos anos. Este setor, extremamente importante para o país, teve um aumento expressivo no primeiro trimestre de 2023.

O indicador “real” mostra um cenário bem diferente para as economias

Recentemente, o Brasil conseguiu retornar ao “top 10” em termos de Produto Interno Bruto (PIB) nominal, segundo a lista do Fundo Monetário Internacional (FMI).

No entanto, quando se fala em PIB per capita, o cenário é bem diferente: o Brasil ocupa apenas a 66ª posição mundial, com um PIB per capita de US$ 10,4 mil.

Em comparação, Luxemburgo lidera o ranking global com um PIB per capita impressionante de US$ 116,9 mil, seguido por países como Suíça, Irlanda e Noruega. Os Estados Unidos, que são os líderes mundiais em PIB nominal, ficam na quinta posição em PIB per capita, com US$ 63,4 mil.

Brasil não vai bem nem de acordo com o IDH

No que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Brasil também não apresenta um desempenho muito positivo.

Conforme o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em 2021, o país caiu três posições no ranking que inclui 191 nações, indo do 84º para o 87º lugar, com um IDH de 0,754.

O IDH mede a qualidade de vida em um país com base em saúde, educação e renda, e varia de zero a 1 – quanto mais próximo de 1, melhor.

Os países com os maiores IDHs do mundo são Suíça, Noruega, Islândia, Hong Kong e Austrália. Nas Américas, o Canadá lidera, ocupando o 15º lugar, seguido pelos Estados Unidos, que estão na 21ª posição.

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