Dex - Real Digital
Logo do Drex Source: BCB

Ao longo de 2023, o Banco Central (BC) deu passos firmes em seu projeto de um real digital. Desde março, há uma plataforma de testes a todo vapor. Além disso, em agosto, foi divulgado ao público o nome da moeda: Drex.

Agora, à medida que avançamos no último trimestre do ano, vale a pena voltar ao tema. Afinal, qual a situação de momento do real digital? Já há uma previsão clara de sua data de lançamento?

As notícias, por enquanto, são animadoras. No entanto, o BC tem evitado cravar prazos.

Simulações avançadas e novos testes em breve

No dia 27 de setembro, ocorreu o Fórum Drex, um evento do BC voltado à troca de informações e a discussões sobre a nova moeda digital. Na ocasião, o coordenador da Iniciativa Drex, Fabio Araujo, detalhou o andamento recente dos testes.

Segundo Araujo, 13 dos 16 consórcios que participam do piloto já estão operando nós da rede. Além disso, 11 deles estão realizando transações em um ambiente simulado. Até a última atualização, feita no próprio evento, 500 operações haviam sido realizadas.

O ambiente de teste simula operações como a transferência de reservas bancárias e depósitos “tokenizados”. Também são feitas simulações de compra e venda de títulos federais.

“O andamento está muito bom. Faltam três nós, que devem ser levantados nas próximas semanas” — declarou o coordenador do Drex.

Ele também afirmou que a primeira geração de smart contract do Drex está praticamente concluída. Aliás, o smart contract é peça-chave nessa engrenagem, pois é o que permite a automação de transações financeiras.

O calendário para 2024

Apesar dos avanços significativos no projeto, o BC não trabalha com uma data específica para o lançamento do Drex. Afinal, para Araujo, ainda há muitas questões que ainda devem ser tratadas.

“É um projeto inovador, com características de pesquisa e desenvolvimento. Há desafios naturais.”

Fabio Araujo, coordenador da Iniciativa Drex
Fabio Araujo, coordenador da Iniciativa Drex, no lançamento do piloto (Source: Raphael Ribeiro/BCB)

Por enquanto, há etapas importantes sendo planejadas mês a mês. Por exemplo, até maio de 2024, deverão ser testadas soluções de privacidade.

Um mês depois, em junho, haverá uma avaliação do Piloto Drex, como foi batizado o projeto de simulações. Então, com base nos resultados, o BC espera ter uma visão mais clara dos passos posteriores.

Portanto, até a metade do próximo ano, a segurança e a privacidade da rede serão o foco. Se tudo correr bem, talvez se confirmem algumas previsões iniciais, que apontavam o lançamento da moeda para o fim de 2024.

Afinal, o que é o Drex?

O real digital, nomeado oficialmente como Drex, é uma iniciativa do BC. Trata-se de uma moeda digital soberana baseada na tecnologia blockchain. A proposta é que o Drex seja uma extensão do real em forma digital, funcionando em paralelo com as notas e moedas físicas.

Os estudos para o lançamento de um real digital começaram em 2020, com a criação de um grupo voltado ao tema. Desde então, o projeto brasileiro tem chamado a atenção de instituições como o FMI.

Outros países da região, como a Argentina, também estudam o lançamento de uma moeda do tipo.

Benefícios do real digital

O BC lançou um site, recentemente, no qual explica como funcionará o Drex e quais benefícios ele promete trazer para o sistema financeiro brasileiro.

Em resumo, o Drex combina as vantagens da tecnologia blockchain com a segurança e estabilidade associadas à moeda tradicional. Isso ocorre porque ela é uma moeda digital de banco central (CBDC) — ou seja, uma stablecoin regulada pelo BC.

Devido a essa regulação e controle, o real digital terá as mesmas garantias do real tradicional em termos de valor, aceitação e segurança. E o acesso a ele será mediado por bancos e outras instituições financeiras.

O que muda com essa tecnologia? Com o Drex, será possível realizar diversos tipos de transações financeiras com ativos digitais e contratos inteligentes.

Os contratos inteligentes podem ser adaptados conforme as necessidades dos clientes. Eles permitem que as transações sejam concluídas apenas quando todas as condições tenham sido cumpridas. Ou seja, acabam trazendo garantias para todas as partes envolvidas.

Um exemplo clássico é o da compra de um carro. Usando Drex, o pagamento pode ficar condicionado à transferência da propriedade do veículo. Desse modo, tanto o comprador quanto o vendedor têm mais segurança.

Quem terá acesso ao Drex

Os serviços inteligentes serão liquidados pelos bancos na Plataforma Drex do Banco Central (BC). O ambiente está sendo desenvolvido com tecnologia de registro distribuído (conhecida em inglês como Distributed Ledger Technology – DLT).

Portanto, para acessar a Plataforma Drex, você precisará contar com um intermediário financeiro autorizado. Esse banco ou outro tipo de instituição será capaz de fazer transferências do seu dinheiro de uma conta tradicional para uma carteira digital. Então, você poderá realizar transações com ativos digitais em segurança.

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