Em participação recente no podcast Bankless, que trata de criptomoedas e criptofinanças, o bilionário Mark Cuban, mais conhecido atualmente do grande público por participar do show Shark Tank, deu sua opinião sobre como será a paisagem do mercado de criptoativos em um futuro próximo.
Há de se destacar o inverno cripto, um período de desempenho fraco no mercado de criptomoedas, como o atual, que assiste a consideráveis quedas nas cotações dos ativos. Até quando durará o atual inverno cripto?
A trajetória de Cuban nos negócios está intimamente ligada à alta tecnologia. Ele já foi vendedor da Your Business Software, uma empresa de venda de software e, mais tarde, fundou sua própria empresa de comercialização de programas, a MicroSolutions.
Mark Cuban é investidor cripto de longa data
Além de já ter investido na criptomoeda Dogecoin e tê-la aceito como meio de pagamento por mercadorias do Dallas Maverick, equipe da NBA de sua propriedade, o empreendedor afirmou que 80% da parte de seu portfólio de investimentos estava em criptomoedas, e não em negócios apresentados no reality show.
Contudo, em sua participação em Bankless, ele disse acreditar que o mercado de criptomoedas provavelmente só se recuperará quando surgirem aplicações práticas, preferencialmente, voltadas aos negócios para esses ativos. Essas aplicações, a seu ver, é que teriam o poder para atrair usuários e investidores.
Outra possibilidade de recuperação para as criptomoedas, disse Cuban, é que as cotações delas caiam tanto que os ativos sejam considerados excessivamente baratos e atraiam os investidores.
Embora alguns analistas acreditem que essa situação está próxima para o Bitcoin e outras criptomoedas, o bilionário discorda. Para ele, as capitalizações de muitos projetos de criptomoedas, com valores correspondentes a múltiplos de bilhão de dólares, ainda estão muito altas.
Mesmo projetos com capitalizações menores, que poderiam ser considerados baratos para os investidores, estão, na opinião de Cuban, prejudicados pela falta de aplicações práticas que sirvam de motivo para aderir a eles.
O investimento em criptoativos pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.
Mark Cuban cita tokens que não tem grande utilidade
Como exemplo desse problema, ele citou a plataforma descentralizada Sushi Swap, cujo token SUSHI alcançou uma capitalização de pouco mais de 200 milhões de dólares.
Embora saiba que os participantes da plataforma que a suprem com liquidez têm seus depósitos remunerados, o bilionário disse não ver motivos para um investidor comprar de outro o token.
Como exemplo de aplicação que poderia atrair legiões de usuários e, consequentemente, investidores, Cuban cita uma versão descentralizada do software de gestão financeira QuickBooks.
Outra opinião externada pelo bilionário no podcast refere-se à conveniência, para a saúde do mercado de criptomoedas, que ele passe pelo que outros setores da economia já passaram: consolidação.
No caso do mercado de criptomoedas, Cuban imagina isso como um resultado de fusões de protocolos e blockchains. Para ele, ao aumentar as bases de usuários dos ecossistemas resultantes, as fusões facilitariam o surgimento de boas ideias, que deixaram esses ecossistemas mais fortes.
Tokens DeFi podem ser uma boa alternativa
Mark Cuban comentou que tem interesse especial nos tokens DeFi (de finança descentralizada) de compensação de emissão de carbono.
Ele explicou que, para compensar as emissões produzidas por suas atividades, prefere comprar os tokens a comprar créditos de carbono dos corretores, o que, afirma, seria muito mais trabalhoso.
Quanto aos outros setores do mercado de cripto ativos (NFT, DeFi, layer-1, layer-2, etc.), disse que possuem potencial e não é à toa que atraíram para si investimentos.
Em suma, apesar do interesse que as criptomoedas já despertaram, o bilionário Mark Cuban, que tem um passado de apoio a elas, pensa que esses ativos estão são um estágio em que são como uma solução em busca de um problema.
Portanto, elas precisam oferecer algo mais aos usuários e investidores além de opções de meios de pagamento e promessas de servirem como reserva de valor mais confiável que as moedas fiduciárias.