Apesar de ter fechado o pregão de 31 de agosto com queda de 0,82%, o Ibovespa, diferente dos índices das principais bolsas do mundo, terminou o mês com alta de 6,55%.
Enquanto isso, Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones, principais índices do mercado acionário dos Estados Unidos, caíram, respectivamente, 5,16%, 4,24% e 4,07% no mês de agosto.
Outros exemplos de índices que caíram no mês de agosto são o Dax, vinculado às principais ações da bolsa alemã, e o FTSE 100 (mais importante índice da Bolsa de Londres), que caíram, respectivamente, 4,81% e 1,88%.
No continente asiático, fecharam agosto em queda as bolsas de Hong Kong, de Shenzhen e de Xangai. Enquanto fecharam em alta o índice Kospi, da bolsa da Coreia do Sul, e o Nikkei, da Bolsa de Tóquio.
Inflação nos EUA contribuiu para mau desempenho de bolsas do mundo
Entre os fatores que contribuíram para as quedas das bolsas ao redor do mundo, provavelmente se incluem as declarações recentes de autoridades do banco central americano, o Fed.
Nelas foi dado a entender que a instituição provavelmente manterá a política monetária dura de combate à inflação, que aflige várias das mais importantes economias do mundo e, nos Estados Unidos, atingiu seu maior nível desde a estagflação dos anos 70 do século passado.
Essas declarações colaboraram para dissipar boa parte do otimismo do mercado, que havia sido criado por dados da inflação americana, onde eles sugeriam que o pico da inflação havia sido superado.
De especial impacto, que deve continuar a se fazer sentir por algum tempo, foi o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. No dia 26 de agosto na reunião de Jackson Hole, um encontro anual de altos funcionários de bancos centrais, Powell falou da necessidade de ser duro com a inflação.
Muitos analistas acreditam que a próxima reunião do Comitê Federal de Política Monetária, que decide sobre os juros, decidirá por um aumento de 75 pontos-base. A maioria dos demais acredita em uma alta de 50 pontos-base.
Existe, pois, um forte consenso quanto à manutenção da atual política monetária americana, pelo menos no que se refere ao curto prazo.
Empresas de commodities são os maiores destaques da b3 no mês
Entre as razões do saldo positivo do Ibovespa em agosto, está o bom desempenho que tiveram os papéis de empresas do setor de commodities, que respondem por 30% da composição do índice.
Por exemplo, a PETR4, da Petrobras, valorizou-se cerca de 15% nos últimos dois meses, período em que os papéis da estatal responderam por boa parte da alta da B3.
Segundo o analista Raphael Figueredo, sócio da Eleven Financial, que foi ouvido pela CNN Brasil, a conjuntura internacional favorece as commodities, especialmente o petróleo.
A Petrobras, segundo ele, beneficiou-se dessa situação, em parte, graças às mudanças por que passou sua política de preços e à melhoria de sua governança, como resultado a companhia pagou altos dividendos recentemente.
Outro analista ouvido pela CNN Brasil, Pedro Serra, que é o chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, apontou os relatórios relativos ao segundo trimestre deste ano, que foram apresentados recentemente por várias empresas.
De modo geral, eles foram bons e permitem concluir que boa parte das ações no mercado acionário brasileiro estão baratas em comparação com seus fundamentos.
O investimento em ativos de renda variável é arriscado. Estude bastante antes de investir.
Bons números do Brasil atraiu investidores de outras bolsas do mundo
Tanto Serra quanto Figueiredo disseram que os índices de crescimento e inflação recentes do Brasil, melhores do que o esperado, aumentaram o otimismo com o país e o interesse dos investidores, inclusive estrangeiros, nos papéis de empresas nacionais.
A situação brasileira permite supor que a política de altas sucessivas dos juros está perto de chegar ao fim e que, no começo do ano, eles comecem a cair. Assim colaborando para aquecer a economia e aumentar a demanda.
Figueiredo também afirmou que, além de empresas do setor de commodities, como a Petrobras, os bancos também têm contribuído para o interesse dos investidores e para as altas do Ibovespa.
Bitcoin e criptomoedas também fecham mês no vermelho
É difícil dizer o que os quadros internacionais e nacional significam para o mercado de criptomoedas, que atravessa um inverno cripto neste ano, um período prolongado de mau desempenho dele.
Novas elevações da taxa de juros nos Estados Unidos podem impactar negativamente ações das empresas do setor de tecnologia e ativos como as criptomoedas. Pois os investidores talvez decidam buscar refúgio em investimentos mais conservadores como renda fixa e ações de empresas de setores mais consolidados.
Contudo, é possível que as principais criptomoedas, muitas das quais estão com cotações bem inferiores às atingidas no auge da valorização delas por volta do final do ano passado, reajam no futuro próximo.
Principalmente se os investidores decidirem que elas estão suficientemente baratas e resolverem que o risco mais alto de investimentos nos cripto ativos está com um bom prêmio. Isso pode tanto gerar ganhos consideráveis como perdas expressivas.
Afinal, como apontou recentemente o site da revista Forbes, especializada em assuntos financeiros, embora a cotação do Bitcoin esteja muito abaixo de seu pico histórico, ela ainda estava, em primeiro de agosto, mais de 4500% acima de seu valor em maio de 2016.
O investimento em criptomoedas é arriscado. Estude bastante antes de investir.
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