Dados divulgados pela CoinShares, especializada em ativos digitais, indicam que os fundos baseados em Bitcoin tiveram um saldo negativo, na semana passada. Saíram US$ 13 milhões mais do que entraram. Isso após cinco semanas seguidas em que os fundos de BTC apresentaram saldo positivo de fluxo de capital – Ou seja, mais dinheiro sendo colocado neles do que retirado.

Em junho, a maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, entrou com um pedido de autorização junto à SEC, agência reguladora do mercado de títulos americano, para criar um fundo de Bitcoin à vista. Desde então, algo assim não acontecia. Também os produtos financeiros de venda a descoberto da criptomoeda mais famosa tiveram, no saldo, fuga de capital na semana passada. Saíram US$ 5,5 milhões mais do que entraram.

Enquanto investimentos no Bitcoin caem, os em ETH e XRP crescem

A saída de dinheiro de produtos financeiros baseados no Bitcoin contrasta com o resultado que, na mesma semana, tiveram os fundos que investem em Ether e XRP. Esses apresentaram, respectivamente, saldo positivo de US$ 6,6 milhões e US$ 2,6 milhões.

Os produtos baseados em Solana e Polygon tiveram saldos, respectivamente, de US$ 1,1 milhão e US$ 700 mil de aporte de dinheiro. Em parte, os fundos baseados em altcoins podem ter se beneficiado do renovado otimismo com o futuro do mercado cripto. Principalmente depois que, no dia 13 de julho, foi anunciada uma decisão judicial a favor da empresa de pagamentos Ripple, controladora do XRP, no processo movido pela SEC.

A decisão tem sido vista como um sinal de que a SEC não conseguirá apoio do judiciário para intensificar muito mais do que já fez a pressão regulatória sobre o mercado de criptoativos. E que talvez até tenha que se conformar com menos influência sobre ele.

O XRP, que, no começo do dia em que a decisão foi anunciada, estava cotado a US$ 0,37, chegou a ser cotado à tarde a US$ 0,83. Um aumento de cerca de 130%, antes de sua cotação começar a recuar.

No dia 25 de julho, chegou a cair para US$ 0,68, o ponto mais baixo desde o anúncio da decisão a favor da Ripple. No começo de 27 de julho, estava sendo negociado a US$ 0,72. Ou seja, acumula alta de quase 100% em cerca de duas semanas.

Produtos baseados em Bitcoin ainda são a maioria no mercado cripto

No entanto, é preciso levar em conta que o conjunto de produtos baseados em Bitcoin ainda é dominante. Em 2023, eles tiveram aporte de mais de meio bilhão de dólares. Há um total de US$ 25 bilhões investidos neles. O que corresponde a mais de dois terços do mercado de produtos financeiros baseados em ativos digitais.

Além disso, o Bitcoin continua despertando o interesse de instituições financeiras. A lista de nomes conhecidos que deram entrada a pedidos de registro de fundos em junho, além da já citada BlackRock, inclui WisdomTree, Fidelity e ARK.

Em entrevista recente ao site Cointelegraph, Charles Edwards, fundador do fundo Capriole Investments, que investe em ativos digitais, analisou a situação do Bitcoin.

Uma de suas observações foi que a criação de um fundo ETF de Bitcoin sob o patrocínio da BlackRock seria um selo de respeitabilidade para o Bitcoin. E, como tal, uma etapa importante em sua jornada mainstream adentro.

Ele lembra que isso facilitaria para investidores institucionais dirigirem fundos para o Bitcoin porque eles estariam livres de incertezas regulatórias. E nem sequer precisariam se preocupar com a custódia dos Bitcoins. Além de outras questões específicas do mundo cripto, nas quais eles podem não se sentir muito à vontade.

Edwards considera que um precedente interessante é o ETF de ouro lançado em 2004. Ao lançamento dele, seguiu-se um ciclo de valorização do ouro, que acumulou alta de mais de 350% em 7 anos.

Medo diante das regulamentações pode ter sido exagerado

O fundador do Capriole Investments também disse acreditar que os medos com relação aos efeitos negativos das ações dos reguladores em 2023 foram exagerados. Pelo menos no caso do Bitcoin, que, já há algum tempo, é classificado como commodity. Ou seja, está basicamente fora do alcance da SEC.

Aliás, a SEC é tida como mais militante no que se refere às criptomoedas que a Commodity Futures Trading Commission, sua contraparte que regula a negociação de ativos ligados a commodities. No caso das altcoins, Edwards afirmou que ainda há dúvidas pertinentes, mas a vitória judicial obtida pela Ripple é uma notícia importante.

Diferente de outros simpatizantes das criptomoedas, que as veem cercadas por má-vontade e sabotagem dos atores institucionais, Edwards acredita que as criptomoedas vieram para ficar. Ele acha que ao menos as frações do governo e dos atores da economia relevantes para o caso sabem que disso. E, de modo geral, as apoiam.

Inflação também está no radar

Outra questão que o fundador do Capriole Investments tratou na entrevista foi a dos efeitos da política monetária do banco central americano. Embora admitisse ser certo no mercado (ele deu a entrevista antes do anúncio) outra alta dos juros americanos, Edwards acredita que o FED não poderá ir muito mais longe. Ainda que admita a possibilidade de mais uma elevação.

Isso se deve a fatores que incluem as pressões que o setor bancário já sente e que já causaram falências dignas de nota neste ano. Apesar de afirmar que, à vista da queda da inflação, uma ou duas elevações adicionais dos juros pareçam excessivas, o programa de aperto do banco central deve estar 90% concluído.

Também isso torna pouco provável que sucessivas altas dos juros continuem a exercer uma pressão descendente sobre as cotações dos ativos digitais como tem acontecido há mais de 1 ano.

Além disso, dependendo de como a inflação e os dados do mercado de trabalho reajam, é possível que esteja se aproximando o momento em que começam os cortes da taxa de juros.

Investimentos em criptomoedas envolvem operações de alto risco e podem não ser indicados para novatos.

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