O ano de 2022 foi especialmente difícil para projetos de criptomoedas. Isso porque, o mercado de investimentos foi influenciado e teve baixas consideráveis devido à alta do dólar, o aumento da taxa de juros nos EUA e a guerra travada entre a Ucrânia e a Rússia. Dentre os impactos sofridos pelo mercado, a quebra da exchange FTX causou um sentimento de desconfiança nos investidores e atores do mercado cripto.
Desde então, o desastre da FTX tem sido um grande problema para a indústria e os danos colaterais da implosão da exchange estão afetando muitos projetos que sofrem com a baixa do mercado. Isso ainda persiste, apesar de o ano de 2023 ter começado com uma recuperação animadora do mercado.
Apesar de tudo isso, aqueles que mais sofrem com os danos causados pela negligência e atividade ilegal de Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, são aqueles que tinha fundos depositados na plataforma e que viram suas carteiras serem drenadas sem muita explicação.
Vale dizer que a equipe jurídica da FTX está trabalhando para tentar recuperar o máximo possível desses ativos e conseguiu identificar alguns fundos que eles acreditam que possam ser usados como parte do processo de drenagem.
Setor jurídico da FTX identifica US$ 5,5 bilhões em ativos digitais para recuperação
A equipe jurídica, em um esforço conjunto com a equipe de recuperação da FTX, vem trabalhando arduamente para tentar encontrar criptoativos que possam ser recuperados e usado para reembolsar seus credores, que são em sua maioria investidores que mantinham carteira ativa na corretora até a quebra. Segundo relatos das equipes da FTX, até agora eles conseguiram identificar US$ 5,5 bilhões em ativos digitais que poderiam ser recuperados e usados para restabelecer o prejuízo causado.
No entanto, esse valor não cobre todo o rombo causado pela quebra, ou seja, mesmo se esse valor de US$ 5,5 bilhões for recuperado pela equipe da FTX, nem todos os lesados serão ressarcidos ou compensados. Isso porque as dívidas da corretora vão além dos valores drenados das carteiras.
Esses US$ 5,5 bilhões incluem US$ 415 milhões em criptomoedas hackeadas
Um dos motivos pelo qual será muito difícil recuperar as criptomoedas e restaurá-las é que logo após o colapso da FTX, a exchange sofreu com ação de hackers, que tiveram êxito em drenar centenas de milhões de dólares em criptomoedas que foram rapidamente transferidos carteiras fora da FTX.
Depois da drenagem e até mesmo atualmente, não se sabe ao certo quem controla esses ativos ou onde eles foram efetivamente parar. Mas, de acordo com algumas investigações, acredita-se que esses fundos devem ser legalmente devolvidos aos credores da FTX.
Especialistas afirmam que esses ativos poderiam ser recuperados se as pessoas que controlam as carteiras pudessem ser rastreadas, o que seria um impulso significativo para os credores da FTX e para a solução do caso da corretora, que finalmente teria um fim.
Contudo, vale deixar claro que tudo isso depende do sucesso das investigações e dos esforços dessas equipes responsáveis. O que, no momento, é apenas uma especulação.
Os consultores da FTX estão revisando um contrato de US$ 2,1 bilhões com a Binance em 2021
A recuperação da FTX está sendo trabalhada em vários aspectos, não só nos esforços para recuperar as carteiras drenadas por hackers. A equipe jurídica da corretora, junto com os consultores legais que já atuam nos processos da FTX, também estão investindo em um acordo de US$ 2,1 bilhões feito com a Binance em 2021.
A negociação tem como principal objetivo rever o acordo com o intuito de ver se algum desses ativos pode ser recuperado da Binance. Essa negociação tem sido alvo de controvérsia entre os especialistas. Isso porque poucos acreditam que o acordo possa ser revertido, já que é muito difícil que uma exchange segura e com confiança no mercado tenha assinado um acordo com termos que possam infringir a lei.
Mesmo contra todas as probabilidades, se o acordo feito pela Binance e a FTX estiver contaminado com algum termo que possa ser dúbio ou que esteja em inconformidade com a lei, o acordo pode vir a ser anulado e os ativos podem ser reavidos pela FTX. No entanto, isso não acontecerá sem uma longa batalha judicial e sem prejuízos para o mercado cripto como um todo, que já vem sofrendo com a quebra da FTX.
Diante de todas essas informações, uma coisa pode ser considerada certa, o caso da FTX ainda necessita de muita investigação pelos órgãos competentes em relação aos fundadores. Para os clientes que tiveram suas carteiras drenadas e ainda estão no prejuízo, resta aguardar e torcer para que uma boa solução para todos os envolvidos seja encontrada em breve.