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No último dia de janeiro, a stablecoin Djed, depois da longa espera dos interessados, finalmente passou a funcionar na mainnet (rede principal) da blockchain Cardano.

A stablecoin havia sido anunciada em julho do ano retrasado. Desde sua introdução na testnet (rede de testes) da Cardano em maio de 2022, ela vinha passando por testes em preparação à sua introdução à mainnet.

Conheça a Djed e sua solução para evitar problemas como o da TerraUSD

Uma stablecoin é uma criptomoeda cujo valor está atrelado a outro ativo, por exemplo, uma commodity como o ouro ou uma moeda fiduciária, por exemplo, o dólar.

A Djed tem seu valor atrelado ao do dólar americano, com o qual tenta manter uma relação de paridade. Ela é uma criação da Input-Output Globa (IOG), empresa de engenharia especializada em plataformas de blockchain mais conhecida por seu trabalho de desenvolvimento da rede Cardano.

Outra participante da criação da moeda é a COTI, uma fintech que supre empresas com soluções de pagamentos e de digitalização de moedas.

O colapso das moedas do protocolo Terra, a stablecoin TerraUSD (UST), que deveria ter mantido paridade com o dólar, e do token de governança associado (LUNA) levou ao desaparecimento de mais de US$ 40 bilhões de dólares em valor e causou uma crise de confiança na capacidade das criptomoedas de manterem sua indexação aos ativos cuja cotação deveriam acompanhar.

Recentemente, o colapso bilionário de TerraUSD e Luna foi citado em uma nota conjunta de membros da Administração Biden como uma evidência da necessidade de que o Congresso dos Estados Unidos aperfeiçoe a regulamentação a que estão submetidas as criptomoedas, especialmente expandindo o poder de fiscalização das autoridades financeiras sobre as empresas que atuam no setor cripto.

Como solução para o problema da manutenção de seu valor, a Djed emprega um novo mecanismo, que, segundo COTI e IOG, é o primeiro protocolo de stablecoin que permite comprovar de forma matemática e exata sua estabilidade.

A Djed faz uso da sobrecolateralização de provas de reservas, ou seja, o valor dos ativos usados como lastro da criptomoeda supera o dos tokens dela em circulação.

Um token de Djed só pode ser emitido se tiver como contraparte um lastro de ADA, criptomoeda nativa da rede Cardano, com valor quatro a oito vezes superior ao seu. Desta forma, mesmo em situações de grande volatilidade, o criptoativo deverá ser capaz de preservar sua paridade com o dólar.

Token SHEN é parte importante do sistema da stablecoin da Cardano

Segundo artigo de Shaurya Malwa publicado pelo site CoinDesk em 1 de fevereiro de 2023, a Djed, em seu primeiro dia na mainnet apresentava lastro com valor seis vezes superior ao dos seus tokens em circulação.

No mecanismo de manutenção do valor da stablecoin da Cardano, um importante papel é desempenhado pelo SHEN, um token emitido para investidores contra o depósito por eles de tokens de ADA, assim disponibilizados para servirem de lastro a Djen.

O sistema de troca de ADA por SHEN funcionou tão bem para atrair liquidez que, em primeiro de janeiro, Shahaf Bar-Geffen, o CTO (Chief Technology Officer, posição cujo nome pode ser traduzida como Diretor de Tecnologia) da COTI, anunciou que tinha sido interrompida a emissão de tokens de SHEN, pois as reservas lastreando Djed já tinham atingido 800% do valor deste em circulação.

Em consequência de ter sido alcançado o teto de valor das reservas que lastreiam Djed, no momento, o token SHEN só pode ser obtido através de exchanges descentralizadas.

Entre os benefícios com que contam os detentores de SHEN estão recompensas por mantê-lo na carteira de ativos e o direito de depositá-lo junto a exchanges descentralizadas como fonte de liquidez e receber, como pagamento, os tokens delas.

Em 29 de janeiro, a COTI publicou na plataforma Medium uma explicação de como o SHEN funcionará. O texto pode ser consultado neste endereço.

A stablecoin Djed já foi incorporada a algumas das iniciativas de finanças descentralizadas baseadas na rede Cardano DeFi, pelas quais será usada como forma de garantir liquidez aos empréstimos. Um exemplo dessa tendência é a plataforma Fluid Tokens, que, em 31 de janeiro, tuitou que emprestará tokens de Djed e receberá tokens não-fungíveis como garantia.

Outro exemplo é a MuesliSwap, a plataforma de finanças descentralizadas baseada em Cardano, que comunicou a CoinDesk que pretende pagar juros anuais de entre 10% e 25% aos fornecedores de Djed.

Investimentos em renda variável envolvem operações de alto risco e podem não ser indicados para novatos.

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