Baixa no mercado de criptoativos motiva demissões em várias das grandes exchanges e players mundiais e a ByBit aparentemente não ficou de fora.
Apesar de, por ora, não haver comunicado oficial da empresa sobre o assunto, há fortes indícios da realização de demissão de pelo menos 20% dos funcionários.
Na última semana, a plataforma de criptomoedas ByBit que, desde a sua fundação em 2018, reuniu uma força de trabalho qualificada de, pelo menos, duas mil pessoas, é alvo de rumores sobre a demissão de até 30% de seus funcionários.
No dia 20 de junho, o jornalista especializado em cripto Colin Wu, compartilhou em sua conta no Twitter, sem indicação de fonte, um comunicado interno endereçado aos funcionários da ByBit, que estaria circulando na comunidade.
Nela, o CEO da ByBit, Ben Zhou, faria referências ao expressivo aumento da inflação e à redução substancial de gastos pelos consumidores enquanto fator de afetação do mercado como um todo desde maio deste ano. Este cenário teria obrigado empresas a reduzir custos.
Pictures circulated in the community can be confirmed to be real. pic.twitter.com/kTXcmj82DJ
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) June 20, 2022
Apesar de mencionar que o diferencial da plataforma ByBit na condução da crise seriam passos extremos para manter seu quadro de funcionários enquanto fosse possível, o CEO se refere ao tamanho da organização, que cresceu exponencialmente, diferentemente do negócio em si.
Zhou teria dito ainda aos funcionários que a ByBit é altamente dependente de profissionalismo e capacidades de execução com presteza, de forma que algumas funções seriam revisadas, o que afetaria alguns membros das equipes, visto que, supostamente, a ideia seria construir equipes menores e mais ágeis.
Colin disse aos seus mais de 225 mil seguidores no Twitter, enfim, que, “de acordo com fontes”, a expectativa é de uma proporção de cortes entre 20 e 30% na folha de pagamentos, o que pode afetar diretamente mais de 600 pessoas.
Até o momento, não houve posicionamento nos canais oficiais da empresa, que, a partir da sua sede em Singapura, atende mais de 6 milhões de usuários registrados em mais de 160 países ao redor do mundo.
Recessão no mercado e demissões em massa no mundo cripto
O atual cenário macroeconômico, com a alta do preço do petróleo, a guerra na Ucrânia, a inflação generalizada, os altos índices de desemprego e de desigualdade e a insistente ascensão dos juros, para resumir alguns dos fatores integrados à baixa do mercado de criptoativos, que trouxe marcas históricas de valor do Bitcoin — maior queda desde 2020 — e Ethereum, tem feito com que várias das médias, grandes e principais exchanges e players tomem medidas para mitigar custos operacionais.
A Coinbase anunciou, na semana passada, o corte de pelo menos 1.100 funcionários. Seu CEO e cofundador, Brian Armstrong, também fez referência ao crescimento “muito rápido” da empresa e à necessidade de aumento da eficiência. Outras grandes empresas, como a BlockFi e a Crypto.com também anunciaram cortes expressivos em seus quadros de funcionários.
No Brasil, o Grupo Primo demitiu 20% de seus funcionários no início deste mês. A Empiricus e 2TM também realizaram reestruturações dos recursos humanos.