A aceleração do crescimento do mercado de criptomoedas no Brasil é um fenômeno notório e que vem acontecendo de maneira bastante acelerada. Isso se deve ao importante destaque que o Brasil tem no mercado financeiro digital e também no setor de investimentos, sendo um dos países que mais cresce nesse campo.
De fato, o interesse dos brasileiros e o aumento do número de investidores no país cresce dia a dia. E isso não é uma realidade apenas no mercado de investimento digital destinado aos investidores pessoas físicas. As empresas brasileiras também estão investindo pesado em Bitcoin e outras criptomoedas.
Essa abertura do mercado e esse aumento considerável na compra de criptomoedas é um chamariz para novas iniciativas e uma oportunidade para que as empresas explorem todo esse potencial que está surgindo e ofereçam solução para os brasileiros. Como exemplo, podemos citar algumas iniciativas que foram destaque recentemente, como o projeto da empresa Mastercard que visa conectar bancos a criptomoedas no Brasil em 2023. Para acompanhar esse movimento, o Banco Central do Brasil criou um grupo para estudar a tokenização. Nessa mesma pegada, o Banco do Brasil, considerado um banco tradicional brasileiro, também já passou a investir em uma carteira própria de criptomoedas.
Seguindo o exemplo das empresas citadas e até do Banco Central do Brasil, mais um dos grandes bancos brasileiros está mirando no setor digital e está estudando criar uma corretora própria de criptomoedas, o Banco Bradesco. Impulsionados pela nova lei brasileira que regulamentas as criptomoedas no Brasil, o Bradesco divulgou a novidade recentemente, esperando que a nova corretora aqueça o mercado brasileiro ainda em 2023.
Essa não é a primeira iniciativa lançada pelo Bradesco mirando no mercado financeiro e digital. Há algum tempo, o banco que é referência em diversos setores, lançou um produto tokenizado em parceria com a Bolsa OTC e dentro do marco regulatório do Banco Central do Brasil. Portanto, já era esperado que logo o Bradesco criasse mais iniciativas voltadas para o mercado financeiro digital.
O que dizem os dirigentes do Banco Bradesco?
O Banco Bradesco veio a público e confirmou as informações de que pretende criar e administrar uma corretora cripto por meio do seu diretor de ações e de custódia André Bernardino, que declarou que acredita que o mercado de criptomoedas chegou para ficar e indicou que confia no futuro da tecnologia. Por isso, a abertura de uma corretora própria de criptomoedas do Banco Bradesco já está, sim, nos planos do banco.
Segundo André, a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM), permite que fundos existentes no Brasil invistam em criptomoedas. Por isso, faz sentido o Bradesco investir nesse setor, já que é o maior administrador de fundos do país.
Embora a afirmação do gerente de ações e custódia tenha causado ansiedade e algumas especulações, na afirmação dele não ficou estipulada uma data para que a novidade seja lançada oficialmente para os clientes do banco. No entanto, a iniciativa é importante e marca a posição do Banco Bradesco no setor. Isso é importante também para que outros bancos possam enxergar uma possibilidade de mercado e investir no mercado digital, seguindo o exemplo do Banco Bradesco.
Ainda segundo André Bernardino, o Banco Bradesco já estudava uma iniciativa assim, contudo, esperava o melhor momento para começar a colocar o projeto da corretora em prática. Com a promulgação da lei que regulamenta as criptomoedas no Brasil, esse momento chegou, já que agora os atores do mercado sabem exatamente como devem agir.
CEO do Bradesco diverge sobre criptomoedas
Ao que parece, algumas opiniões internas são divergentes dentro do próprio Banco Bradesco. Isso porque, o CEO da e presidente executivo do Banco Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, concedeu uma entrevista recentemente onde afirmou que o mercado de criptomoedas era pequeno e que sempre seria inexpressivo. Na ocasião, ele ainda descartou qualquer participação do Banco Bradesco no mercado de cripto ativos.
Dadas as últimas notícias e a criação de uma corretora própria do Banco Bradesco, parece que a opinião do CEO mudou ou ele foi vencido pela força do mercado cripto e pela abertura de novas iniciativas pela concorrência. Afinal de contas, empresas como a BTG Pactual, Nubank, Mercado Pago, XP e PicPay já se manifestaram favoráveis e empolgados com o setor cripto, lançando ideias e novos produtos.
Concorrentes diretos do Banco Bradesco, como o Banco do Brasil, Banco Santander e o Banco Itaú também estão estudando a criação de linhas e soluções próprias para que seus clientes possam movimentar suas criptomoedas sem a necessidade de contratar outro banco para isso. Isso leva a crer que a mudança de postura do Banco Bradesco com relação às criptomoedas e aos investimentos digitais pode ter mudado devido à concorrência. Afinal, estamos falando de um número crescente de investidores.
A abertura de corretoras nacionais é bom para o mercado?
A ocorrência aberta e a disputa dos bancos e corretoras por clientes que investem em criptomoedas é extremamente benéfico para o mercado e também para os investidores, que contam com mais opções de corretoras para depositar suas moedas e receber benefícios. Isso mostra para os investidores internacionais que o Brasil tem capacidade de criação e gerenciamento de ponta no setor e pode receber investimentos externos com muita qualidade.
Além disso, o Brasil é pioneiro em alguns segmentos específicos do setor cripto, como a criação de uma lei específica para regulamentar as criptomoedas e demais ativos digitais do mercado. As legislações sobre a matéria têm sido pauta de diversas discussões no mundo todo, porém, poucos países se anteciparam para trabalhar a questão, enquanto o Brasil tem uma lei pronta e em vigência.
O Brasil ainda tem um potencial muito grande para monetizar alguns segmentos do mercado que estão surgindo agora e estão chamando a atenção dos investidores, como a geração de energia limpa, devido aos recursos naturais ainda existentes no país. Isso quer dizer que a criação de corretoras nacionais é apenas o começo do futuro mercado de criptomoedas brasileiro.
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