Algumas empresas e marcas ligadas à moda estão dando passos para capitalizar seus negócios no metaverso. Exemplo disso é uma iniciativa recente da Vogue Singapore, edição da Vogue do país asiático, publicação dedicada à moda e a matérias relacionadas a estilo de vida.
A Vogue Singapore criou uma comunidade Web3 dedicada à moda. Ela se chama Vogue Singapore’s New World. Segundo explicou a diretora administrativa da publicação, Natasha Damodaram, ao site Cointelegraph, especializado em criptomoedas, o objetivo foi criar uma experiência virtual que abrangesse o tema “o mundo novo da moda”.
Damodaram disse também que a plataforma Vogue Singapore’s New World permite que os participantes interajam com vários tipos de conteúdos, como trabalhos produzidos pela designer de moda Yimeng Yu e pelo criador digital Terry Gates, ou ainda um vídeo de boas-vindas estrelado pela supermodelo Lina Zhang, que foi capa da revista no mês de setembro deste ano.
Metaverso da Vogue permite a criação de avatares que usam roupas exclusivas da marca
A versão de metaverso da Vogue Singapore é baseada em Spatial.io, uma plataforma especializada em espaços 3D e planejada pela agência Polycount.io, cuja especialidade são os tokens não-fungíveis.
Welcome to Vogue’s New World—a 360° immersive dreamscape where the future of fashion meets the frontier of technology—created in partnership with @spatialxr and @Polycount_io.
To enter our #metaverse, click into the link below:https://t.co/ITH90BO7t2 pic.twitter.com/gHH0EoO3RM
— Vogue Singapore (@voguesingapore) September 5, 2022
A versão de metaverso da Vogue Singapore pode ser acessada em computadores, dispositivos móveis e de realidade virtual. Nele, os usuários podem criar avatares customizados, os quais podem vestir com criações que Yu desenhou com exclusividade para a Vogue. Também é possível ler conteúdo relacionado às imagens que aparecem.
Yu disse à Cointelegraph enxergar nas novas tecnologias virtuais e no crescente interesse pelas experiências que elas podem proporcionar oportunidade interessante para o mundo da moda. Segundo ela, são incontáveis as possibilidades que se abrem para criadores e usuários.
Metaverso fashion ainda é uma incógnita
Apesar do entusiasmo existente com o que o multiverso tem a oferecer, Brian Trunzo, responsável pelo setor de metaverso do Polygon Studios, acredita ser cedo demais para saber se as empresas de mídia conseguirão criar comunidades amplas e engajadas no universo Web3, uma vez que se trata de um ambiente diferente do mundo da mídia impressa e das interações anteriores da internet.
Outro exemplo de projeto envolvendo moda e metaverso é uma exposição a ser lançada no The Sandbox. Sua estreia está agendada para o dia 20 de dezembro deste ano.
Trata-se de uma iniciativa do The Council of Fashion Designers of America (CFDA), uma associação de designers de moda dos Estados Unidos sem fins lucrativos que comemora neste ano seu sexagésimo aniversário.
Para o presidente da organização, Steven Kold, a exposição, que apresentará marcos da história da moda americana, é uma oportunidade de honrar o passado e explorar as possibilidades do futuro ao mesmo tempo.
A iniciativa é um passo inicial no esforço de criar uma presença Web3 mais forte e aumentar a presença da moda feita nos Estados Unidos no cenário global.
Akbar Hamid, presidente e fundador da 5Crypto, uma agência de consultoria que assessorou a CFDA no projeto, acredita que ele é uma maneira eficaz de atrair a atenção dos membros da Geração Z ao redor do mundo e despertar-lhes o interesse pela moda.
Metaverso da moda também tem seus entusiastas
Justin Banon, que co-fundou o Boson Protocol, um protocolo de comércio para o metaverso voltado no começo para o mundo da moda, diz que a adesão dos usuários aos esforços das empresas da indústria da moda serão lentos e caracterizados pela exploração dos recursos.
Com o passar do tempo, porém, ficarão cada vez mais claras para as organizações as possibilidades que o metaverso abre para elas em suas relações com os consumidores.
De acordo com um relatório recentemente produzido e divulgado pela firma de consultoria Technavio, o metaverso será, em 2026, um setor da economia de 50 bilhões de dólares anuais.
Criptoativos são um investimento de alto risco e podem não ser indicados para novatos.