No pregão de terça-feira, 23 de setembro, as ações da Petrobras sofreram quedas enormes nas cotações da PETR3 e PETR4, que recuaram respectivamente 7% e 6,26%. Em consequência, a empresa petrolífera perdeu pouco menos de 30 milhões de dólares em capitalização de mercado.
Uma das causas da baixa das cotações das ações da Petrobras foi a acentuada queda dos preços do petróleo nos mercados mundiais devido aos temores de desaceleração da economia global.
Nas últimas duas semanas, importantes bancos centrais, como o americano, o britânico, o europeu e o suíço, elevaram as taxas básicas de juros de seus países, o que deve reprimir o consumo e os investimentos e reduzir a demanda por commodities.
Balanço forte da Petrobras é mais relevante do que o cenário macroeconômico
Além disso, é provável que muitos investidores tenham decidido realizar os consideráveis ganhos que os papéis da petrolífera tiveram neste ano. Também não podem ser ignoradas as incertezas ligadas à eleição presidencial que acontecerá em breve.
Nos últimos tempos, a Petrobras tem sido uma das queridinhas da Bolsa até pelos dividendos vultosos que tem distribuído. Contudo, é normal perguntar-se se essa situação perdurará. Não é possível prever com exatidão a trajetória de um ativo como as ações da estatal petrolífera brasileira, mas há bastante utilidade em analisar alguns fatos.
De modo geral, porém, pode-se dizer que os principais atores do mercado acionário estão vendo com otimismo as possibilidades de médio prazo da Petrobras. Gestores de ativos ouvidos pela agência de notícias Reuters expuseram sua intenção de manter ou aumentar suas posições em papéis da estatal.
Um deles afirmou que as ações da empresa estão baratas e que mesmo que a possível vitória do oposicionista Lula traga algum retrocesso à administração da empresa, o que não é inevitável, isso já está precificado nas cotações atuais.
Especialistas têm opiniões divergentes sobre o futuro das ações da Petrobras
Para a Genial Investimentos, a Petrobras continuará sendo uma boa pagadora de dividendos no ano de 2023. Por isso, recomenda que os investidores mantenham os papéis no seu portfólio.
Em contraste com o otimismo reservado do mercado, há a posição da Guide Investimentos, a qual acredita que, ainda que o cenário seja favorável, deverá, logo após as eleições, haver pouca chance de valorização dos papéis da Petrobras.
Lembrando que as ações já subiram bastante neste ano, mas caíram de voltaram mais ou menos ao mesmo patamar de janeiro. Se surgirem notícias negativas, ainda pode acontecer uma grande queda.
O Santander manteve PETR4 em sua lista de ações favoritas, embora ressalve que aumentar a exposição a ela e a outros papéis de estatais pode ser arriscado no momento.
Além das especificidades da petrolífera, as estatais, em geral, tendem a perder valor nos períodos eleitorais. A corretora também aponta que há o risco de que o governo instalado a partir de 1° de janeiro de 2023 altere a orientação da empresa, cuja boa administração recebe créditos pelos lucros que ela tem alcançado nos últimos anos.
Pelos motivos acima, a Guide Investimentos recomenda evitar aumentar a exposição à Petrobras até que a situação se esclareça.
Estrangeiros enxergam com bons olhos o futuro do papel
O Credit Suisse, em relatório recente, recomendou American Depositary Receipts (ou ADRs) da Petrobras.
ADRs são certificados de ações que têm como lastro os valores mobiliários de empresas que não são norte-americanas e são emitidos por instituições financeiras dos Estados Unidos e negociadas no mercado acionário daquele país.
Para os analistas do Credit Suisse, a estatal continuará apresentando bons resultados e reterá por algum tempo mais o potencial de valorização do investimento em ações da estatal brasileira.
Enfim, embora haja divergências quanto à relação entre riscos e benefícios de investir na Petrobras agora, a posição mais próxima de ser consenso no mercado é a que afirma os fundamentos da empresa.
De fato eles estão bastante sólidos. Os lucros que ela tem alcançado são basicamente sustentáveis e mudanças que levem a gestão da petrolífera em uma direção muito negativa são relativamente improváveis.
Há boas chances de que as ações da Petrobras continuem a se valorizar e a remunerar seus detentores com bons dividendos. Embora, talvez, a um passo um pouco mais lento do que aquele com que os investidores se acostumaram neste ano.
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