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Já não se questiona a importância do ESG para os negócios (boas práticas ambientais, sociais e de governança), mas os investidores querem entender como as ações de cada empresa, de fato, geram valor.

Por um lado, eles buscam informações precisas sobre como as iniciativas ESG podem impulsionar o crescimento de cada organização. Por outro, procuram identificar os principais riscos e desafios enfrentados por cada empresa e cada indústria, e como as estratégias ESG podem ajudar a vencê-los.

Foi isso que revelou recente pesquisa da McKinsey, a partir de entrevistas com chief investment officers (CIOs) de equity funds focados no longo prazo. Embora não coloquem ESG como prioridade número 1 para decidir onde investir a longo prazo, a maioria dos executivos (85%) consideram esse critério muito importante para a tomada de decisão.

Nesse sentido, os investidores estão, inclusive, dispostos a destinar mais recursos a empresas que apresentam uma direta associação entre seus esforços no campo ESG e sua performance financeira.

  • 53% afirmam que iniciativas ESG são importantes independentemente do seu impacto no cash flow e na redução de riscos.
  • 32% dizem que esse tipo de ação só importa quando impacta positivamente cash flow e gestão de riscos, em curto e em longo prazo.
  • 11% consideram que práticas ESG só importa quando impacta positivamente cash flow e gestão de riscos em longo prazo.
  • 5% não levam ESG em conta na hora de decidir onde investir.

Critérios variam de acordo com a indústria

O estudo também identificou que há critérios diferentes para investimentos, conforme a relação entre cada pilar da sigla ESG (meio ambiente, atuação social e governança corporativa) com cada indústria abordada.

Com relação à indústria médica e à indústria farmacêutica, por exemplo, pilares sociais ganham mais importância, enquanto a governança é mais relevante quando se trata de empresas do setor financeiro e de seguros.

Por fim, o meio ambiente é a principal dimensão avaliada no que diz respeito a indústrias de capital intensivo, ou seja, aquelas que exigem grande volume de dinheiro para operar.

Vale destacar, ainda, outra constatação da pequisa: alguns investidores consideram reduzir seus investimentos em determinados setores como um todo, devido à preocupação com ESG (nesse caso, ao impacto negativo nessa área).

Informações mais precisas e convincentes

Para identificar exatamente os impactos do ESG nos negócios, os investidores demandam informações mais precisas das empresas, com relação, por exemplo, geração de valor no longo prazo e regulação. No entanto, eles se queixam de que, muitas vezes, essas respostas não vêm.

Para os empreendedores e executivos em busca de investimentos, o recado é assertivo: é hora de integrar completamente as práticas ESG à sua equity story, ou seja, à lista de razões que podem conquistar investimentos para a empresa. Dessa forma, essas organizações se diferenciam das demais por conta do valor gerado pelas estratégias ESG. Isso fica mais evidente em indústrias como a da energia e a da logística.

Porém, não se consegue apresentar esse impacto de forma envolvente e convincente recorrendo a modelos generalistas. Segundo a McKinsey, é preciso construir um case sólido, que detalhe questões como: qual a relevância do ESG para o seu negócio, como essas práticas geram valor e quais são os fatores que mais impulsionam essa geração de valor. É crucial explorar as especificidades do seu modelo de negócio e o impacto das suas estratégias ESG.

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Como construir uma argumentação eficaz

Da mesma forma que é necessário abordar as peculiaridades de cada empresa, os executivos e empreendedores mais experientes também compreendem a necessidade de identificar o perfil de cada investidor. Em outras palavras, conhecer bem sua audiência faz toda a diferença na hora de buscar investimentos. Nesse sentido, os investidores precisam ser vistos como um grupo heterogêneo, com diferentes interesses e demandas.

Além disso, é importante saber construir bem a equity story da sua marca, destrinchando as práticas ESG da empresa, explicando como essas estratégias funcionam e, por fim, como impactam a geração de valor e a mitigação de riscos. Diante disso, a McKinsey estabeleceu cinco argumentos para fundamentar sua equity story.

1 – O que está transformando o mercado

Como as estratégias ESG devem promover mudanças no setor em que sua empresa atua e como sua organização vai se posicionar diante desse contexto.

2 – Qual a estratégia ESG da companhia

Montadoras de carros, por exemplo, especificam como e quão rapidamente pretendem pivotar sua produção completamente para veículos elétricos.

3 – Como essa estratégia gera valor

Os executivos precisam ser capazes de identificar e apresentar links diretos entre estratégia e criação de valor. Por exemplo, como determinada estratégia impulsiona o cash flow, que margens de retorno proporciona, como pode mitigar riscos e como pode afetar o crescimento em um determinado período.

4 – Quais as evidências de que essa estratégia funciona

Os investidores querem provas concretas de que as práticas ESG adotadas estão gerando os resultados esperados.

5 – Quais os riscos e oportunidades

Uma equity story eficaz melhora o entendimento do investidor sobre o impacto das práticas ESG em relação à melhoria do desempenho e à redução de riscos.

Em resumo, práticas ESG impactam as decisões de investir ou não em determinadas companhias. Por isso mesmo, é crucial conectar práticas ESG à essência do negócio. E ser capaz de traçar e apresentar estratégias que mostrem como isso se dá na prática e qual o valor gerado.

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