Após mais de um ano de tensão devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, o novo embate entre Israel e Hamas adicionou ainda mais tensão às relações entre as principais potências.
O bloco liderado pelos Estados Unidos e pelas principais economias europeias demonstra apoio a Israel desde os ataques do Hamas no dia 7 de outubro. Por outro lado, os países árabes têm criticado os bombardeios israelenses e as mortes de civis em Gaza.
Países como China, Rússia e Brasil também se opõem à forma como Israel tem conduzido a contraofensiva na Faixa de Gaza. Além disso, boa parte da comunidade internacional, assim como da opinião pública nas economias ocidentais, pede por um cessar-fogo.
Além da preocupação com as vidas perdidas durante o conflito, há um temor em relação aos efeitos que ele pode ter em outros países. Assim, isso envolve questões políticas, mas também econômicas. Por isso, as buscas pelos principais líderes mundiais estão em alta no Google.
Em outubro, Joe Biden e Vladimir Putin foram os líderes do G20 mais pesquisados no Google. Cada um deles teve 26% do total de buscas pelos chefes de estado do grupo.
Bem atrás, ficaram o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, foram diferentes as razões pelas quais cada um desses líderes ficou em evidência durante esse período.
Influência dos EUA coloca Biden em evidência
A posição dos EUA em relação ao conflito entre Israel e o Hamas tem sido acompanhada de perto pela opinião pública. Afinal, o país é um tradicional aliado de Israel. E isso tem refletido nas buscas por Joe Biden no Google.
Os países com mais pesquisas relacionadas ao presidente americano são:
- Israel
- EUA
- Palestina
- Líbano
- Jordânia
Esse ranking é baseado na proporção de buscas dentro de cada país. Portanto, os israelenses são aqueles que mais têm pesquisado sobre Biden, na comparação com outros termos de busca. Todos os outros países, com exceção dos EUA, são vizinhos de Israel.
Além disso, os principais termos de buscas relacionados com Biden em outubro dizem respeito ao conflito:
- hamas
- biden hamas
- gaza
- biden speech israel
- biden gaza
Isso dificilmente irá se alterar enquanto as condições não se alterarem substancialmente na região.
Boato impulsiona buscas sobre Putin
O presidente russo, Vladimir Putin, esteve relativamente longe dos holofotes nas primeiras semanas da crise no Oriente Médio. Afinal, a Rússia tem uma relação relativamente boa com Israel ao mesmo tempo em que fala com o Hamas — e não considera o grupo terrorista.
Desde o início do conflito, a Rússia tem evitado criticar diretamente as ações do Hamas e de Israel. Em vez disso, aproveita a crise para criticar os EUA e os países europeus, ao mesmo tempo em que defende uma solução pacífica.
Por isso, o interesse em relação a Putin tem sido maior na própria Rússia e em países vizinhos, incluindo a Ucrânia. Por enquanto, Israel permanece em 5º lugar no ranking:
- Rússia
- Ucrânia
- Turcomenistão
- Moldávia
- Israel
Quanto aos assuntos relacionados ao nome do líder russo, o conflito no Oriente Médio também fica em segundo plano:
- putin heart attack
- putin cardiac
- wladimir putin herzinfarkt
- putin kalp krizi
- putin gaza
O principal tema é um boato de que Putin teria sofrido um ataque cardíaco. Ele surgiu com força no fim de outubro, mas foi desmentido rapidamente. No entanto, isso não impediu que muitas pessoas fossem atrás de informações a respeito no Google.
Netanyahu no centro das atenções
Com a crise no Oriente Médio, um chefe de estado que não participa do G20 acabou se tornando um dos principais alvos de pesquisas no Google.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, tem buscado manter a simpatia de seus aliados em meio a uma contraofensiva violenta na Faixa de Gaza.
Historicamente, seu nome aparece bem atrás de líderes como Biden e Putin em relevância no Google. No entanto, as buscas pelo chefe de estado israelense chegaram a superar aquelas relacionadas ao presidente russo nos primeiros dias do conflito.
As pesquisas relacionadas ao seu nome são mais frequentes nos países próximos a Israel, incluindo a Palestina.
- Israel
- Palestina
- Jordânia
- Líbano
- Iêmen
Já os principais termos relacionados também dizem respeito à guerra:
- hamas israel
- netanyahu kimdir
- netanyahu photos
- hezbollah
- steve bell
A expressão “netanyahu kimdir”, por exemplo, significa “quem é netanyahu” em turco. O Hezbollah é uma organização paramilitar baseada no Líbano, com a qual Israel também tem estado em confronto. Já Steve Bell é um cartunista britânico que foi dispensado pelo The Guardian após fazer uma charge de teor alegadamente antissemita criticando Netanyahu.
Lula é o quarto chefe de estado mais buscado do G20
O presidente brasileiro também aparece na lista dos líderes do G20 com mais buscas no Google, figurando em quarto lugar.
O interesse por Lula, no entanto, é quase totalmente local. Em proporção bem menor, aparecem países com grande presença de brasileiros, como Portugal e Itália, além da Argentina em época de eleição.
- Brasil
- Portugal
- Argentina
- Itália
- Chile
Isso não significa que o nome do presidente não seja relacionado ao conflito entre Israel e Hamas. Afinal, a maioria das buscas sobre Lula em outubro esteve ligada ao tema.
- hamas
- hamas e lula
- hamas apoia lula
- lula com hamas
- lula sobre israel
O principal tema, portanto, parece ser a dúvida sobre a posição do presidente em relação ao Hamas.
Quais países compõem o G20?
Já sabemos que Israel não faz parte do G20, que reúne países como os EUA, Rússia e Brasil. No entanto, qual é a composição completa do grupo?
A organização foi criada nos anos 1990 e reúne as maiores economias do mundo. Por isso, não inclui países desenvolvidos que têm populações pequenas, como Israel. Confira abaixo a lista completa de membros:
- África do Sul
- Alemanha
- Arábia Saudita
- Argentina
- Austrália
- Brasil
- Canadá
- China
- Coreia do Sul
- Estados Unidos
- França
- Índia
- Indonésia
- Itália
- Japão
- México
- Reino Unido
- Rússia
- Turquia
- União Africana
- União Europeia
A União Africana passou a integrar o grupo em 2023 — tornando-se o 21º membro da organização.