Os shows da cantora Taylor Swift em solo carioca devem gerar um impacto econômico significativo para o Rio de Janeiro, injetando cerca de R$ 158 milhões na economia local.
Esta estimativa vem da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico. Taylor Swift se apresentou no Estádio Nilton Santos (Engenhão) nos dias 17, 18 e 19 deste mês com a turnê “The Eras Tour”.
A secretaria municipal baseou seu cálculo considerando a venda de ingressos e os gastos dos fãs da cantora com transporte, alimentação, bebidas e outros durante os shows.
Entretanto, esses valores não incluem as despesas dos turistas com hospedagem, sendo relevante destacar que os hotéis estão com quase 100% de ocupação.
Outros eventos também contribuem para aquecer a economia
Similarmente, além dos shows de Taylor Swift, outros eventos também contribuem para aquecer a economia do Rio em novembro.
Assim sendo, a soma do impacto econômico gerado pela final da Libertadores no Maracanã, os três feriados do mês e os shows das bandas internacionais Red Hot Chili Peppers e RBD alcança R$ 669,2 milhões.
Chicão Bulhões, Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, destaca que esses eventos trazem não apenas benefícios econômicos, mas também oportunidades de emprego e geração de renda para os moradores do Rio.
Como resultado, esse valor representa um aumento de 25% em relação ao movimento de novembro de 2022, que foi de R$ 535,4 milhões. Comparado a novembro de 2020, primeiro ano da Covid-19, quando o movimento foi de R$ 174,5 milhões, o aumento é quase quatro vezes maior.
E, em comparação com novembro de 2019, antes da pandemia, há um aumento de 56,4% no movimento econômico, que naquela época era de R$ 427,8 milhões.
Shows de Taylor Swift impulsionam o faturamento de pequenos e médios empreendedores
Um estudo da Nuvemshop revelou que, de outubro a novembro de 2023, pequenos e médios empreendedores (PMEs) digitais venderam mais de 17 mil produtos ligados a Rebelde (RBD) e Taylor Swift.
Marcela Orlandi, gerente de sucesso do cliente da Nuvemshop, destacou a habilidade dos PMEs de varejo online em capitalizar eventos, como shows de artistas internacionais e festas como Black Friday e Natal. Sobretudo, ela observou que esses acontecimentos representam oportunidades estratégicas para impulsionar as vendas.
Produtos relacionados a Taylor Swift
Durante o período que vai do início de outubro a meados de novembro, os produtos associados à turnê de Taylor Swift viram um aumento de vendas de cerca de 300%, com mais de 8,5 mil itens vendidos.
Entre estes, estavam camisetas, acessórios, pulseiras da amizade e cardigãs. Além disso, registrou-se também um aumento de 200% nos itens com o termo “Taylor” cadastrados na plataforma, passando de 520 para mais de 1,5 mil.
Pulseirinhas da amizade
Os lojistas do Saara, um renomado centro de comércio popular no Rio de Janeiro, focaram nas vendas de miçangas temáticas para os shows de Taylor Swift no Brasil.
Essas miçangas, que apresentam o nome e a imagem da cantora, são procuradas pelos fãs, conhecidos como “swifties”. Eles utilizam as miçangas para criar pulseiras da amizade, que trocam durante os shows de Taylor.
Produtos relacionados à banda RBD
Por outro lado, os fãs de RBD, a banda mexicana da novela Rebelde, compraram cerca de nove mil produtos de PMEs online, marcando um crescimento superior a 3.000%.
Nesse período, o número de produtos relacionados a RBD cadastrados para venda atingiu 2,3 mil, um aumento de mais de 2.000% em comparação com 2022. Os itens mais vendidos incluíram gravatas, roupas no estilo colegial e camisetas personalizadas.
Quais são os impactos macroeconômicos que os shows de Taylor Swift trazem?
Ainda não existe um levantamento específico sobre os gastos dos fãs brasileiros em turnês. Entretanto, nos Estados Unidos, segundo pesquisa da QuestionPro, o público americano desembolsou em média US$ 1.093,68 para assistir ao show da Taylor Swift.
Esses gastos se dividiram da seguinte forma: US$ 455,78 em ingressos, US$ 291,62 em roupas para o evento, US$ 214,80 em merchandising e US$ 131,48 em alimentação.
Conforme relatório do Federal Reserve, o Banco Central americano, essa movimentação financeira dos fãs adicionou US$ 4,3 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos.
O relatório, conhecido como Livro Bege, destacou a influência desses shows no setor de turismo, especialmente na Filadélfia. De fato, lá houve um aumento significativo na receita hoteleira em maio, coincidindo com as apresentações de Taylor Swift na cidade.
Shows de Taylor e outros podem gerar efeitos de longo prazo
No Brasil, segundo Renan Pieri, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os shows internacionais como os de Taylor Swift, que incluem São Paulo e Rio de Janeiro em suas turnês, podem ter efeitos de longo prazo na economia local.
O país tem recebido um fluxo crescente de eventos e festivais, impulsionando o turismo.
Pieri observa um aumento consistente em eventos desse tipo, especialmente em São Paulo, o que estimula a criação de mais serviços e melhora os investimentos em empresas especializadas para atender esse público.
Produtora responsável por Taylor Swift no Brasil quase dobra seus lucros
A Time For Fun (T4F), a produtora responsável pelos shows de Taylor no Brasil, anunciou um aumento significativo de 93,2% em seus lucros no segundo trimestre de 2023, comparado ao mesmo período de 2022.
Esse salto está diretamente relacionado à turnê da cantora Taylor, que chegou ao Brasil na sexta-feira (17).
Os ingressos para os shows começaram a ser vendidos em 22 de junho deste ano. Com o impacto da turnê, o lucro líquido da T4F aumentou de R$ 8,339 milhões no segundo trimestre de 2022 para R$ 16,117 milhões no mesmo período de 2023.
No relatório, a T4F mencionou que o “efeito temporário” dos shows da Taylor no balanço trimestral seria normalizado nos resultados do terceiro trimestre.
Ações da empresa se valorizaram na bolsa de valores
Conforme previsto, o lucro líquido da empresa no terceiro trimestre foi de R$ 3,7 milhões, uma melhora significativa em relação ao prejuízo de R$ 8,8 milhões no mesmo período do ano anterior, representando uma melhora de 142%.
Além disso, a T4F destacou a estreia do musical “Rei Leão” e os efeitos contínuos das vendas da turnê “The Eras Tour” como pontos altos do trimestre.
A empresa também ressaltou o impacto positivo da turnê de Taylor nas ações da T4F na bolsa de valores. O preço dos papéis da empresa subiu 23,4% em 30 de junho de 2023, em comparação com 29 de dezembro de 2022.
Em relação a 31 de março de 2023, o aumento foi ainda mais expressivo, alcançando 74% ao final do segundo trimestre.
Após turnê, Taylor Swift se torna a primeira bilionária apenas com eventos e shows
Neste ano, a Forbes nomeou Taylor Swift como bilionária, reconhecendo seu patrimônio estimado em US$ 1,1 bilhão, alcançado após o sucesso de sua turnê mundial.
Iniciando sua carreira em Nashville, Tennessee, Swift impulsionou timidamente a economia local e, a partir daí, expandiu sua influência pelos Estados Unidos.
As premiações importantes que recebeu elevaram seu patamar no mundo das finanças. Suas composições, vistas como verdadeiras “minas de ouro” pela indústria, foram um fator-chave nesse sucesso.
Após 17 anos de carreira, Swift alcançou um marco histórico: tornou-se a primeira cantora a ser denominada “bilionária” exclusivamente por meio de músicas e shows.
Sua turnê “Eras”, aos 33 anos, se transformou em um fenômeno financeiro, arrecadando US$ 780 milhões apenas em vendas de ingressos.
Até o Banco Central americano reconheceu o impacto da cantora
O sucesso de Swift foi tão expressivo que até o Federal Reserve da Filadélfia a reconheceu como um fator de ajuda. Ela auxiliou na recuperação do turismo na região, impulsionado pela alta demanda por hospedagens durante seus shows.
Em julho deste ano, a autoridade financeira destacou que “apesar da lenta recuperação do turismo, o mês de maio foi o mais forte para a receita de hotéis na Filadélfia desde o início da pandemia, em grande parte devido ao influxo de hóspedes durante os shows de Taylor Swift na cidade”.
Taylor Swift foi a única a recusar uma proposta da FTX, a corretora de criptos que veio à falência
Taylor Swift recusou uma oferta de US$ 100 milhões para promover a exchange de criptomoedas FTX. O advogado Adam Moskowitz fez esta afirmação, o mesmo que está agora processando celebridades que divulgaram a empresa.
Ela se destacou por ser uma das poucas artistas a questionar a autenticidade das operações da corretora. Principalmente, se os valores mobiliários oferecidos pela FTX eram registrados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
A corretora de criptoativos FTX faliu em novembro de 2022 após enfrentar uma crise de liquidez, e seu ex-CEO Sam Bankman-Fried foi acusado de fraude.
Especialistas apontam que a decisão de Taylor Swift pode ter sido influenciada pela experiência de seu pai, Scott Swift, no mercado financeiro. Scott iniciou sua carreira no Merril Lynch, grande banco americano, em 1980 como consultor financeiro e tem 40 anos de experiência na área.
Onde Taylor Swift investe sua fortuna?
Taylor é conhecida por seu envolvimento ativo no mercado imobiliário. Conforme informado pelo NY Post, seu portfólio imobiliário é avaliado em aproximadamente R$ 380 milhões.
Desde 2011, ela investe nesse mercado, optando principalmente por fundos fechados de investimento, similares aos tradicionais fundos imobiliários (Fiis) no Brasil.
A cantora, ganhadora de 12 Grammys, aplicou cerca de US$ 150 milhões em propriedades em Nova York, Los Angeles, Rhode Island e Nashville.
Seu primeiro investimento imobiliário, aos 20 anos, foi a aquisição do apartamento Music Row em Nashville, situado no edifício Adelicia.