Sabemos que o Brasil é um mercado cada vez mais promissor quando o assunto é criptomoedas e ativos digitais. Cada vez mais projetos estão investindo em nosso mercado e até bancos tradicionais como o Banco do Brasil estão de olho nos mercados da economia descentralizada, junto com Bitso, Ripio e outras exchanges.

A expansão do mercado deve ser ainda maior quando a lei que regulamenta os ativos digitais no Brasil for votada, o que deve acontecer em breve, segundo a câmara dos deputados. Provavelmente, esse deve ser o motivo pelo qual grandes exchanges como Bitso, a Ripio e o Mercado Bitcoin estão pedindo autorização para o Banco Central do Brasil (BACEN) para funcionar como instituição de pagamento.

No caso da Bitso, que é uma exchange fundada no México, o pedido também versa sobre ser uma sociedade de crédito com atuação em território nacional.

O investimento em criptoativos pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.

O que dizem os envolvidos?

Em uma entrevista concedida durante o último final de semana na Labitconf 2022 em Buenos Aires, o CEO fundador da Bitso, Daniel Vogel, afirmou que o plano principal da exchange é aumentar de maneira significativa a oferta de serviços conectados às atividades financeiras dos seus clientes. Mas isso não é só, a corretora quer ir além e oferecer também transações e custódia de criptomoedas e caminhar para estar mais próximos de um banco digital.

Já o CEO da Ripio, que é um exchange fundada na Argentina, afirma que a ampliação de serviços e produtos é um caminho que a corretora já vem percorrendo. Para o CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rebelo, tornar-se banco digital é um futuro bastante possível para o MB. Isso porque, a corretora está na lista das empresas que podem se tornar uma instituição de pagamento muito em breve.

Além disso, o Mercado Bitcoin deve ter uma sociedade de crédito direto, usando os modelos criados pelas fintechs. De certa forma, para o MB esse processo já está bastante avançado, tendo em vista que a empresa já tem a autorização da Comissão de Valores Mobiliários para ser crowdfunding.

Outros serviços que devem ser implementados na Bitso

O CEO e criador da Bitso afirmou ainda durante a entrevista que tem planos ambiciosos para os próximos tempos. Ele quer que a corretora ofereça pagamentos usando criptomoedas e implemente o sistema de pagamento via PIX. Mas essa iniciativa não seria implementada apenas no Brasil, onde o PIX já funciona muito bem. A ideia é expandir esse tipo de pagamento para toda a América Latina.

Segundo afirmações de Vogel, o PIX é o meio de pagamento que melhor representa uma tecnologia de ponta, e a Bitso adoraria ver todos os países da América Latina usando o sistema. Para que isso se concretize, ele pretende fazer uma reunião com presidentes de bancos centrais que tenham interesse neste sistema de pagamento.

Não é novidade e nem segredo que a Bitso está de olho em um sistema de transferências internacionais. Contudo, o CEO da Bitso sabe que a iniciativa esbarra em questões legais e de controle da circulação de ativos financeiros entre os países.

Além do sistema de transferência, a ideia da Bitso é lançar um cartão de crédito no México e essa iniciativa ainda aguarda autorização, pois existe uma fila de espera para os interessados. Sobre detalhes do funcionamento deste cartão e sobre a sociedade de crédito, Vogel não quis falar.

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