Com o leilão da Voyager Digital, a saga da falência da plataforma de empréstimo de criptomoedas parece estar chegando ao fim. Em 13 de setembro, ela vai leiloar seus ativos remanescentes, segundo informado pelo Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York.
O procedimento acontecerá na cidade de Nova York, na sede do banco de investimento Moelis & Company, contratado pela empresa para assessorá-la quanto aos aspectos financeiros do processo de falência, do qual ela espera emergir reestruturada. O início do leilão está marcado para às 11 horas da manhã (horário de Brasília).
No dia 29 de setembro, o citado tribunal realizará uma audiência marcada para iniciar às 3 da tarde (Horário de Brasília), na qual decidirá se ratifica ou não os resultados do leilão.
Informações sobre o leilão dos ativos da Voyager podem ser obtidas no site da Stretto. Esta é uma empresa especializada em falências que está ajudando a plataforma a avaliar as reivindicações dos credores, inclusive depositantes.
Em 7 de setembro, dia posterior ao registro do leilão no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, a Voyager fez uma postagem no Twitter dizendo que várias ofertas foram registradas e, logo que o leilão tenha sido concretizado, serão postadas informações sobre o lance vencedor e o que ele significa para os clientes.
Voyager funcionava como uma plataforma de empréstimo e faliu há alguns meses
A Voyager funcionava de modo parecido a um banco, pois captava dinheiro de depositantes (na forma de criptoativos) e depois emprestava. Os tomadores dos empréstimos pagavam-nos com juros, que eram usados para remunerar os depositantes.
Os depósitos eram mais bem remunerados na plataforma do que na maioria das instituições financeiras tradicionais, o que atraía interessados. No entanto, neste ano, ficou claro que as condições da Voyager eram muito mais precárias do que pareciam ser.
No começo de julho, cerca de uma semana depois de ter suspendido o direito dos depositantes de sacar seu dinheiro, a plataforma entrou com um pedido de falência. Segundo os dados que apresentou, ela tinha mais de 100 mil credores, a maioria dos quais tinham 10 mil dólares ou menos depositados.
À época, a empresa justificou as medidas tomadas como necessárias para lidar com a situação causada por meses de instabilidade no mercado de criptomoedas e pela insolvência do fundo de hedge Three Arrows Capital.
O fundo investia em criptomoedas e era, de longe, o maior devedor da Voyager, com empréstimos que somavam o equivalente a cerca de US$ 650 milhões.
Na verdade, isso ilustrava um dos aspectos da atual crise do mercado de criptomoedas. Seus elementos mais frágeis, ao caírem, derrubavam outros expostos a eles, produzindo assim um tipo de efeito dominó.
Colapso da LUNA foi o estopim para reações em cadeia que derrubaram a Voyager
O colapso da criptomoeda LUNA desestabilizou a Three Arrows Capital, que havia investido muito no ativo. A insolvência do fundo, por sua vez, colaborou para a falência de Voyager, cuja queda ajudou a fomentar a desconfiança em empresas ligadas a cripto finanças.
Segundo observadores do mercado, plataformas de empréstimos de criptomoedas atravessaram um boom durante o ano passado, mas passaram a enfrentar dificuldades durante o inverno cripto. Haja visto as grandes desvalorizações no valor dos criptoativos (estima-se que entre novembro de 2021 e abril deste ano, eles tenham perdido em média um terço de seu valor).
A situação foi agravada pelo esforço do Fed, o banco central dos Estados Unidos, para dominar a inflação, o qual envolve a elevação dos juros, reduzindo a liquidez do sistema.
Há quem lembre, porém, que o comportamento da Voyager não foi totalmente ético. Isso porque ela tinha sido obrigada pelas autoridades americanas a retirar de seu site a alegação de que os depósitos feitos com ela contavam com a proteção da FDIC, Federal Deposit Insurance Corporation, agência que atua como o equivalente estadunidense do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Criptoativos são um investimento de alto risco e podem não ser indicados para novatos.
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