No final de agosto, a equipe de desenvolvedores da rede de blockchain Helium apresentou aos usuários dela uma proposta, a HIP 70 que é bastante ousada. O objetivo dela, segundo o grupo, é aumentar a eficiência.
Talvez, o elemento mais digno de nota da proposta seja a migração da rede para a Solana, o que, segundo os proponentes da mudança, traria economias de escala graças à variedade de recursos e ferramentas existentes para desenvolvedores Solana combináveis.
Como condição necessária para a referida migração, a equipe de Helium apresentou a simplificação da arquitetura, a qual, diz, pode ser alcançada com os outros dois elementos da proposta: a eliminação da necessidade de fazer proof-of-coverage (um tipo de proof-of-work) e Contabilidade de Transferência de Dados na rede, transferindo essas missões para os Oráculos.
Segundo a explicação no site da Fundação Helium, Oráculos são entidades que fazem a ligação entre as redes de blockchain e sistemas externos a ela, possibilitando a implementação de contratos inteligentes com base em informações de dispositivos e servidores físicos.
Nova proposta de desenvolvedores da Helium será votada agora em setembro
A HIP 70 será votada pela comunidade Helium entre os dias 12 e 18 do mês de setembro. Reuniões virtuais serão organizadas para que os principais desenvolvedores da rede possam explicar aos usuários de forma mais detalhada a proposta e esclarecer as dúvidas que, por acaso, houver.
Além de contar com o apoio da equipe de desenvolvedores do projeto Helium, o HIP 70 conta com o apoio da fundação de mesmo nome que administra o modelo de governança, que afirma ser transparente e eficaz. Informações sobre ela e sobre como debater propostas e participar das votações delas podem ser encontradas no endereço oficial da Helium Foundation.
Helium sofre com baixa do mercado
O Helium é outra das vítimas da baixa generalizada experimentada pelas criptomoedas neste ano. Desde seu pico de cotação, que foi alcançado há 10 meses, ele já se desvalorizou mais de 90%. Só desde o anúncio da proposta de migração, a queda em relação ao dólar foi de 20%, o que parece sinalizar falta de confiança no futuro do ativo e na conveniência de fazer as mudanças sugeridas.
Helium foi criado com o objetivo de criar incentivos para a formação de uma rede de Wi-Fi descentralizada, “do povo”, como diz o site do projeto. Os interessados em minerar a moeda precisam comprar e instalar em seu ambiente um tipo de roteador, o Hotspots Helium LongFi.
Segundo o site, esses dispositivos podem fornecer Wi-Fi para milhões de aparelhos em um raio de vários quilômetros. Os usuários são recompensados com a moeda minerada e, assim, os incentivos ficam alinhados.
Na prática, porém, tem havido reclamações de pessoas que dizem que o sistema exige dos mineradores um investimento grande e não é suficientemente rentável para eles. Em junho deste ano, a Anatel regulamentou no Brasil Hotspots Helium LongFi, medida necessária já que o dispositivo usa rede Wi-Fi para funcionar.
Ambiente mais colaborativo pode ser uma solução para a rede
Um detalhe interessante é que a HIP 19, uma proposta anteriormente aprovada, permite que terceiros produzam ou forneçam os roteadores-mineradores desde que eles tenham recebido a aprovação da comunidade.
Entre as vantagens que os defensores da HIP 70 apontam, estão a união do Helium a um ecossistema com milhares de desenvolvedores espalhados por vários países, os quais estão trabalhando em aplicações tornadas possíveis pela agilidade e pelo custo baixo de operação da rede Solana.
Ademais, segundo os defensores da proposta, esse ecossistema pode ajudar na aceleração da aceitação do Helium em várias indústrias.
Segundo a Fundação Helium, o número de usuários diários de Solana era 32 milhões em junho deste ano. Isso corresponde a um aumento de mais de 50% em comparação com o ano anterior.
As características da rede permitiriam alto volume de atividade a custo baixo e com estabilidade.
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