O americano Mark Alexander Hopkins, de 42 anos, que se autodenomina “Doctor Bitcoin”, confessou ser culpado por facilitar operação de transmissão de dinheiro não licenciado. A ação criminal corre na justiça americana desde 29 de julho de 2021 e agora o “Doctor Bitcoin” pode cumprir pena de prisão por ajudar criminosos a armazenar bens roubados em Bitcoin, em um esquema de fraude na Nigéria.
As informações são de Prerak Shah, advogado interino do Northern District of Texas, Estados Unidos. Segundo os documentos de defesa, Hopkins admitiu ter dirigido um negócio que converteu dólares americanos em criptomoedas, principalmente Bitcoin. E que frequentemente enviava BTC para as carteiras cripto dos clientes sem tomar medidas adicionais para verificar a fonte do dinheiro.
Ao longo de cerca de um ano, Hopkins realizou 37 transações para um cliente conhecido apenas pelas iniciais M.H., convertendo entre US$ 550.000 e US$ 1,5 milhões.
Como Bitcoin é usado em operações ilícitas
Uma das maneiras que criminosos esperam usar Bitcoin em ações ilícitas é garantir a posse do ativo ilegalmente. Bitcoin compreende uma rede que oferece a seus usuários alguns dos mais rigorosos direitos de propriedade do mundo. Isso é extremamente importante para evitar fraudes ou restituir ativos roubados.
Quando Bitcoin é comprado fora dos regulamentos de Know Your Customer (KYC) usando dinheiro fiduciário, torna-se muito mais difícil para as autoridades localizarem e confiscarem. Os regulamentos de KYC são obrigatórios para as principais exchanges de criptomoedas, pois garantem o cumprimento das leis regulatórias.
E mesmo que as autoridades soubessem que o dinheiro foi gasto para adquirir Bitcoin, não poderiam facilmente localizar a criptomoeda sem saber o endereço do destinatário. Isto dificulta para o rastreio de futuros fluxos criminosos de dinheiro.
Esquema fraudulento foi executado na Nigéria
Fraudes lotéricas são comuns na Nigéria, e não são raras na esfera mais ampla do mercado cripto. Bitcoins locais têm sido um meio popular para compra e venda de Bitcoin. Essas plataformas oferecem a oportunidade para negociação de Bitcoin não apenas através de transações bancárias, mas também com outros métodos de pagamento – inclusive em dinheiro.
Há até mesmo alternativas para aqueles que querem ainda mais privacidade, como a Local Monero. Como uma moeda de privacidade inteiramente privada na layer 1, não há criptomoeda que ofereça melhor proteção por padrão contra fraudes.
“Doutor Bitcoin” pode agora ir para a prisão
O papel de Mark Hopkins no esquema “cash to crypto” foi de conselheiro e facilitador. De acordo com um comunicado de imprensa das autoridades americanas, Mark Hopkins aceitou dinheiro em troca de facilitar vendas de Bitcoin.
Alguém conhecido apenas pelo tribunal pelas iniciais “MH” se aproximou de Hopkins, que, por sua vez, recebeu grandes somas de fundos ilícitos em dólares americanos. A fonte do dinheiro em si era de um esquema fraudulento de loteria em operação na Nigéria.
A alegação que as autoridades tinham com o “Doctor Bitcoin” não era que ele estava dirigindo diretamente o esquema de fraude lotérica no país africano, mas que ele ajudou os perpetradores a esconder seus fundos.
Além disso, quando não facilitava pessoalmente as transações, Hopkins aconselhava os criminosos a transacionar em dólares abaixo de uma quantia que era exigida por lei. Ao invés de negociar em lotes de US$ 10 mil de cada vez, ele recomendaria que os criminosos não movimentassem mais de US$ 9.500 por transação.
Lavagem de dinheiro sendo processada em cripto
A lavagem de dinheiro sempre foi um dos crimes mais difíceis de solucionar. Uma das principais razões pela qual esta é uma preocupação tão grande para os governos de todo o mundo é porque ela ameaça o status quo e põe no banco dos réus gente com poder e dinheiro.
Há evidências de que o grupo hacker norte-coreano Lazarus tenha conduzido uma série de crimes em blockchains nos últimos anos. Sabe-se também que esse grupo tentou tornar anônimo muitos de seus fundos usando o Tornado Cash.
Tornado Cash permite aos usuários tornar as transações praticamente não rastreáveis, ofuscando o direcionamento dos ativos. O protocolo descentralizado de Tornado Cash é também capaz de mascarar a origem dos fundos.
Tornado Cash está proibido nos EUA desde agosto
Em agosto, os EUA decidiram sancionar o Tornado Cash, o que significa que qualquer cidadão americano que interaja com o serviço a partir de agora pode estar violando a lei americana. A pena para quem descumprir a sanção pode ser de até 30 anos de prisão.
US Treasury Department listou como proibida a solução de privacidade descentralizada, alegando que Tornado Crash foi usado para lavar US$ 7 bilhões em criptomoedas roubadas em fraudes e crimes cibernéticos.
À medida que mais regulamentação chega ao espaço cripto, o que parece ser uma tendência inevitável apesar do fato de muitas áreas de criptografia já estarem regulamentadas, acredita-se que será mais difícil que este tipo de atividade fraudulenta ocorra.
Neste caso, o “Doctor Bitcoin” enfrentará uma pena máxima de até cinco anos na cadeia.
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