Segundo uma notícia publicada por uma agência particular de notícias do Irã, a Tasnim, Reza Fatemi Amin, Ministro de Indústria, Minas e Comércio do país do Oriente Médio, afirmou a jornalistas, que foi aprovada uma lei que permitirá o uso de criptomoedas nas importações.
Mesmo bens como automóveis poderão ser importados para o Irã com o uso de criptomoedas como meio de pagamento. O citado ministro explicou que a legislação em questão regulamenta aspectos da relação do país com as criptomoedas.
Isso influencia, por exemplo, no fornecimento de energia para a mineração de criptomoedas e no uso no comércio, inclusive no que é conduzido com outras nações. Amin já havia avisado há algumas semanas que os ativos digitais ganhariam importância para a economia iraniana.
Valores de mercadorias no Irã agora podem ser processamos em cripto ao invés de dólar
O banco central iraniano e o Ministério de Indústria, Minas e Comércio do Irã entraram em um acordo que permite que os valores das mercadorias importadas sejam processados em criptomoedas em vez de em moedas como o dólar.
No começo deste mês, Alireza Peyman, que lidera a Organização de Promoção do Comércio do Irã, anunciou o registro da primeira ordem de importação usando criptomoedas, de valor equivalente a US$ 10 milhões.
Entre as vantagens de que o Irã desfruta é o preço relativamente baixo da energia elétrica, incentivando a atuação no país de muitos mineradores de criptomoedas. Autoridades iranianas afirmaram que cada máquina de mineração gasta tanta eletricidade quanto 24 residências.
Fuga de sanções é um dos motivos para Irã olhar com mais atenção para as criptomoedas
Entre os analistas internacionais, a expansão do papel das criptomoedas que está sendo incentivado pelo regime do Irã é amplamente considerada uma tentativa de contornar as sanções impostas ao país, que, segundo estimativas, são menores apenas do que as da Rússia, desde que esta invadiu o território ucraniano.
Em julho, o governo dos Estados Unidos anunciou novas sanções a serem impostas sobre as empresas petrolíferas do Irã, com o fim de dificultar a comercialização no exterior do petróleo iraniano e privar de recursos o regime local, instalado no ano de 1979.
Recentemente, congressistas americanos manifestaram o receio de que as criptomoedas possam fazer parte de uma estratégia bem-sucedida do regime russo para contornar as sanções da comunidade internacional para pressioná-la a abandonar sua agressão contra a Ucrânia.
Ainda não é claro se as criptomoedas são suficientes para burlar sanções internacionais
É preciso lembrar que, embora as criptomoedas possam ser usadas em esforços para que sejam burladas sanções comerciais, não é claro o quão úteis elas realmente são para esses fins.
Por exemplo, no caso da Rússia, até agora, a desunião dos países que se opõem à invasão do território ucraniano e considerações de interesses próprios de negócios e governos têm permitido ao regime russo furar em parte as medidas que têm por objetivo bloquear seu acesso às cadeias de suprimentos e aos mercados no exterior.
Em fins de março, o Bloomberg, canal de notícias especializado em negócios, publicou que a exportação de hidrocarbonetos estava trazendo à Rússia cerca de 900 milhões de dólares diários, o que tem sustentado o rublo, a moeda do país.
Os recursos obtidos com a venda de petróleo e gás natural permite ao governo russo realizar exportações, inclusive de equipamentos militares, de países que se aderiram às sanções.
Isso acaba impedindo o colapso da máquina de guerra russa, que, apesar de esforços de substituição de importações, ainda depende em boa parte de recursos estrangeiros para seu adequado funcionamento.
Mesmo no caso dos oligarcas russos, que também alvos de sanções no caso dos que estão ligados ao governo de Vladimir Putin, é provável que as criptomoedas não sejam boa opção de meio de pagamento. Pois outros ativos como obras de arte, ouro e dólares podem ser movimentados de forma mais difícil de rastrear.
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