A quinta maior província da Argentina, Mendoza passou a aceitar criptomoedas para pagamento de impostos. A confirmação foi feita em comunicado de imprensa publicado no site oficial do governo local em 27/08. No documento, as autoridades argentinas explicam que este é um novo serviço incorporado como parte de um esforço para modernizar os processos. O objetivo é dar aos contribuintes mais alternativas para cumprir suas obrigações.

Mendoza é considerada a capital do vinho — um lugar que atrai muito dinheiro estrangeiro, seja em investimentos em vinícolas, seja pelo turismo que o roteiro da bebida proporciona. A província possui mais de 1200 vinícolas em atividade, e mais de 100 dessas estão abertas para visitação.

Segundo o tutorial que acompanhou o anúncio, várias carteiras cripto populares são suportadas pelo serviço, incluindo Binance, Bitso, Buenbit, Lemon e Bybit, entre outras. Mas, por enquanto, o sistema só suporta pagamento em DAI e USDT – ambas stablecoins. Os contribuintes podem optar por digitalizar um código QR fornecido pela plataforma. Isso facilita a cópia e colagem do endereço da carteira para a qual os fundos serão enviados, para que o pagamento possa ser identificado.

Antes de Mendoza, a capital Buenos Aires deu apoio aos pagamentos cripto

Mendoza não é a primeira província da Argentina a apoiar a adoção de criptomoedas para suas operações cotidianas. Em abril deste ano, o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodriguez Larreta, declarou que o governo local fará parceria com fornecedores para facilitar também os pagamentos em criptomoedas.

O ritmo no qual as criptomoedas estão sendo adotadas pelos argentinos está acelerando em resposta à elevada inflação do país. No mês passado, os preços avançaram 7,4% em relação ao mês anterior e acumulam um aumento de 71% em relação a um ano atrás. Estimativas privadas indicam que a inflação no país poderia terminar o ano entre 95% e 112%.

Esta deterioração sistemática do poder de compra da moeda do país, juntamente com as restrições impostas pelo governo que impedem os residentes de acessar moedas estrangeiras, contribuíram para empurrar os argentinos para o mercado de criptoativos.

Argentina ocupa o 10º lugar na adoção de criptoativos

De acordo com dados de Chainalysis, a Argentina ficou em 10º lugar na lista de países com os mais altos níveis de adoção de criptoativos do mundo. Desde o terceiro trimestre de 2019 até o segundo trimestre de 2021, os locais trocaram US$ 33 bilhões de cripto através de bolsas peer-to-peer (P2P).

Essas exchanges permitem que os indivíduos troquem ativos sem envolver um terceiro. Como resultado, as pessoas podem facilmente transformar seus pesos em stablecoins, como USDT. Muitos estabelecimentos no país começaram a aceitar criptomoedas como meio de pagamento. Muitos consumidores dependem da Web 3.0 para proteger suas reservas líquidas da perda de poder de compra.

Bancos argentinos seguem proibidos de operar cripto

No início deste ano, dois bancos locais lançaram serviços de negociação cripto. No entanto, o banco central do país reagiu rapidamente a estes anúncios e obrigou os bancos a interromper o fornecimento deste tipo de serviço ao público.

Segundo a declaração oficial do Banco Central da Argentina, o objetivo desta proibição é proteger o público contra os riscos embutidos na operação com esses ativos. A instituição declarou que, como muitas das empresas que participam do mercado cripto não são legalmente incorporadas no país ou regulamentadas pelas autoridades locais, elas poderiam optar por não cumprir as leis locais.

Entusiasmo por cripto pode continuar enquanto a inflação permanecer alta

Para os argentinos, as criptomoedas podem continuar a servir como uma fuga das difíceis condições macroeconômicas do país. O uso de exchanges P2P e stablecoins possibilita às pessoas preservar o poder de compra de seus pesos. Fornecedores como Binance e Buenbit permitem que os usuários abram uma conta em questão de minutos.

Do ponto de vista dos riscos embutidos nas operações, o mercado cripto ainda é relativamente novo e muitos usuários desconhecem quais são as formas mais seguras de armazenar criptoativos. A este respeito, os países têm optado por caminhos diferentes, e mesmo divergentes. Há os que optam por educar o público e outros que preferem banir possibilidades de negociações, para evitar incidentes que resultem na perda de bens.

Assuntos como uso de carteiras digitais, como transferir com segurança criptoativos de uma wallet para outra e quais protocolos são considerados mais seguros para fazer transações poderiam ser discutidos abertamente, inclusive com o apoio das administrações públicas. Isso protegeria o público de atividades fraudulentas que, infelizmente, continuam a atormentar este mercado em ascensão.

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Criptoativos são um investimento de alto risco e podem não ser indicados para novatos.