Até agora neste ano, o Bitcoin, a criptomoeda mais famosa e de maior capitalização de mercado, acumula desvalorização de cerca de 50%. No mesmo período, a cotação do Ethereum caiu quase 60%. Muitas outras tiveram grandes perdas de valor desde o final de 2021. 

Apesar da crise que vem atravessando o mercado de criptomoedas, esses ativos continuam sua marcha para o mainstream financeiro. Marco recente deste processo foi um anúncio feito no dia 4 de agosto pelo CME Group, companhia americana que opera o maior mercado de derivativos do mundo.

O comunicado do CME Group à imprensa informava que, a partir de 29 de agosto, contratos futuros de Bitcoin e Ethereum vinculados ao euro estarão disponíveis para os clientes da empresa.

Incerteza no mercado cripto é incentivo para derivativos

De acordo com Tim McCourt, responsável pelo setor de moedas e derivativos nelas baseados do CME Group, a incerteza reinante no mercado de criptomoedas no momento é um dos fatores que intensificaram o desejo por soluções que ajudem os investidores no gerenciamento do risco ligado a esses ativos.

Tal situação levou a um aumento da procura pelos tipos de contratos futuros com criptomoedas que o CME Group já oferecia. O mais recente trimestre a terminar foi o de segundo maior volume diário de negociação de produtos envolvendo criptomoedas na história da empresa, com média diária de 57.400 contratos.

Naquele mesmo trimestre, a média diária de contratos futuros de Ethereum foi de 6600, 27% superior àquela que foi alcançada nos primeiros três meses do ano.

Segundo McCourt, os países de EMEA, designação que abrange a Europa, Oriente Médio e África, respondem por pouco menos de um terço de todos os contratos futuros com Bitcoin ou Ethereum.

Mercado de derivativos é maior que o de spot

Na verdade, o mercado de derivativos com criptomoedas é bem maior que o mercado spot (com compra ou venda direta de ativos, geralmente com entrega imediata). Segundo o site Bloomberg, que se concentra em notícias e análises relacionadas ao mundo dos negócios, em um dado dia do começo de agosto foram movimentados mais de 51 milhões de dólares em derivativos de criptomoedas em 24 horas.

Contratos futuros são contratos legais de entrega de um ativo, geralmente um instrumento financeiro ou uma commodity, em um tempo e a um preço previamente determinados. Eles são um tipo de derivativo e podem, por exemplo, ser usados como proteção contra riscos (hedge) ou como forma de especular.

Cada um dos contratos futuros que o CME Group introduzirá no final de agosto conterá 50 unidades de Ethereum ou 5 de Bitcoin. Eles serão concluídos segundo o índice CME CF Bitcoin-Euro Reference Rate, ou o CME CF Ether-Euro Reference Rate, dependendo da moeda que estiver envolvida na transação em questão.

Para McCourt, essa introdução de contratos futuros de Bitcoin e Ethereum vinculados ao euro disponibilizará aos clientes do CME Group instrumentos de mais precisão com que possam fazer hedge de sua exposição às duas criptomoedas citadas, que são as de maior capitalização de mercado. 

O investimento em criptoativos pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.

Derivativos podem aumentar a volatilidade do mercado

Uma questão que pode preocupar os observadores é o efeito no mercado dos derivativos ligados às criptomoedas, sobretudo ao Bitcoin. Embora sejam vistos como instrumentos de gerenciamento de riscos, eles, em certas ocasiões, estiveram associados ao agravamento da volatilidade das moedas digitais porque podem servir de combustível a altas e baixas bruscas dos preços delas.

Entre as subsidiárias do CME Group, estão gigantes como New York Mercantile Exchange, Chicago Mercantile Exchange, Kansas City Board of Trade e Chicago Board of Trade. A expansão das opções de investimento em criptomoedas oferecidas é um sinal do interesse que elas despertam, apesar de muitos acharem decepcionante o comportamento do mercado de ativos digitais. 

O anúncio do CME Group junta-se a outras manifestações de interesse e confiança de organizações das finanças tradicionais nas criptomoedas, como o acordo entre a plataforma de negociação de criptomoedas Coinbase e BlackRock, maior empresa de gerenciamento de ativos do mundo, para que os clientes desta possam negociar criptomoedas,  principalmente Bitcoin, através daquela.

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Criptoativos são um investimento de alto risco e podem não ser indicados para novatos.