Com base no atual uso de inteligência artificial (IA), um estudo desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) apontou o atual cenário para o mercado de trabalho. Ao considerar apenas aspectos econômicos, as IAs não podem substituir a maioria dos empregos. Os pesquisadores procuraram abordar os sentimentos com relação ao uso da IA por grandes empresas. Especialmente, os medos e incertezas acerca da substituição de mão de obra humana por IAs.

A discussão acerca do uso indiscriminado de IAs no campo laboral tem se intensificado. Isso porque, há uma preocupação com os limites éticos do uso da automação e da substituição de pessoas por máquinas. Essa troca pode aumentar a desigualdade e agravar o cenário de fome no mundo.

O que aponta o estudo do MIT?

O estudo do MIT, publicado pela Bloomberg, buscou entender o mercado de trabalho e consequentemente as possibilidades de substituição do trabalho humano por IAs. Neste estudo, eles centraram as pesquisas nos custos que a automação pode ter. As atividades avaliadas foram algumas tarefas desempenhadas nos Estados Unidos, focando em empregos que já utilizam algum tipo de tecnologia computacional nas tarefas diárias. Uma das funções estudadas é a de professor e avaliador de centros educacionais.

Os pesquisadores descobriram que um terço dos trabalhadores poderiam ser substitutos. Esse número leva em consideração os custos dos empregados em dólares. Essa conclusão foi apontada porque os custos para substituir os trabalhadores por IA seriam muito elevados. Os gastos de operação e instalação seriam maiores do que aqueles com os trabalhadores.

Atual cenário da adoção de IA no mercado de trabalho

As IAs são o novo hype tecnológico do mercado. A adoção de ferramentas para automatizar serviços tem se tornado um medo constante, especialmente para a classe trabalhadora. Essa realidade acabou se tornando mais presente depois que ferramentas de IA generativa ganharam o mercado. Um exemplo é o sucesso recente das ferramentas desenvolvidas pela OpenIA, como o ChatGPT por exemplo.

Somado a isso, algumas das grandes empresas do mundo aceleraram seus processos de adoção de IA. O ritmo acelerado e o poder de alcance dessas empresas chamam a atenção para os riscos da substituição da mão de obra humana por máquinas.

Um dos setores que recebe maior impacto com relação ao uso de IA é o setor varejista. Grandes empresas de consumo em massa, como a Amazon e a Walmart, têm uma visão mais favorável quanto ao uso de IA para organizar seus atendimentos. Isso acontece, porque essas empresas têm um foco maior em comércio online, que tecnicamente já demanda poucos postos de trabalho. Portanto, tarefas como receber de pedidos e emissão de notas fiscais podem se tornar automáticas. Além disso, as rotinas de transportes e armazenamento podem ter suas rotinas definidas por IA com custo bastante baixo.

Além disso, empresas como essas podem usar as IAs como produto, ampliando o uso dessas ferramentas. Um exemplo de produtos com IA altamente popular e já comercializados na Amazon, são as Alexas. Trata-se de um aparelho que toca músicas automaticamente, acende e apaga as luzes, é capaz de conversas e dar informações em tempo real.

As IAs são pautas de discussões mundiais

Recentemente a adoção de IA foi objeto de discussão no Fórum Econômico Mundial, que aconteceu em Davos. Muitas das pautas levantadas trataram da substituição do trabalho humano por IA. Algumas autoridades mundiais da tecnologia deixaram claro que entendem que as IAs podem substituir as pessoas facilmente. Além disso, essa é uma realidade difícil de ser percebida, pois, em regra, a substituição acontece de forma lenta. A tendência é de que cada vez mais atividades sejam substituídas e isso aconteça aos poucos. Com isso, há uma sensação de inovação e não de substituição.

Além disso, as preocupações com o uso de tecnologia em outros setores das relações de trabalho também são objeto de discussão. Um exemplo é o uso de câmeras e outros dispositivos de vigilância e controle. Essas tecnologias têm o poder de auxiliar no controle da prestação de serviço, garantir segurança do ambiente e afins. Mas também são capazes de violar a privacidade do trabalhador em alguns casos.

A privacidade é um direito fundamental. Portanto, o uso indevido das tecnologias podem acarretar diversas consequências. Há uma preocupação com a saúde mental de trabalhadores que têm suas imagens usadas de forma equivocada ou ainda, informações vazadas pela empresa. Além disso, o abuso do uso de tecnologia tem causado cada vez mais doenças mentais e estresse em trabalhadores.

Novos passos no uso de IA em diversos campos

As preocupações éticas e os perigos do uso indiscriminado de IAs podem ter mais regulamentações em breve. Os limites da automação no campo da saúde e do trabalho são as maiores preocupações no momento. Os organismos internacionais estão buscando alternativas e soluções para que as ferramentas sejam usadas com mais segurança e garantindo que os direitos fundamentais sejam assegurados.

O uso de ferramentas não é ruim para o mercado e nem para os trabalhadores. Algumas delas podem ajudar em rotinas e tornar o trabalho mais ágil e mais produtivo. No entanto, a substituição de trabalhadores por máquinas preocupa e deve ser sim objeto de discussão. Principalmente, quando o resultado é o aumento das desigualdades e da fome.

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