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Conflitos no Oriente Médio, como a guerra Israel x Hamas, geram incerteza nos mercados financeiros globais. Ao causar maior volatilidade nas bolsas cripto e de valores, investidores tendem a buscar refúgio em ativos considerados mais seguros. Exemplos são ouro e títulos do governo.
Na última semana, o ouro disparou, sendo cotado a US$ 1.941,50 a onça-troy. O que representa uma alta de 5,18%, a maior desde março. Outros ativos considerados refúgios tradicionais em tempos de turbulência são o dólar americano, o iene japonês e o franco suíço.
Outro ponto relevante quando falamos de impactos no mercado financeiros é que a região do Oriente Médio é um importante produtor de petróleo. Portanto, qualquer instabilidade nessa região pode afetar os preços do petróleo globalmente. O que causa um impacto negativo na economia global, uma vez que os custos de energia aumentam para empresas e consumidores.
Os impactos de uma possível escalada da guerra no Oriente Médio
O dia 17 de outubro marca o 11º dia de combates entre Israel e o Hamas. Até o momento, o conflito já causou mais de 4 mil mortes e desencadeou uma séria crise humanitária. Nesse contexto, atores internacionais, que incluem brasileiros, se mobilizam para evitar mais perdas de vidas e um aumento nas proporções do conflito.
No entanto, segundo a Bloomberg Economics, o exército israelense anunciou sua preparação para “operações terrestres significativas” em Gaza. Paralelamente, os Estados Unidos conduziram discussões discretas com o Irã nos últimos dias, alertando o país sobre a importância de evitar uma escalada do conflito.
No cenário econômico, a possibilidade de uma escalada mais ampla do conflito no Oriente Médio traz o risco de levar a economia global a uma recessão. O que acrescenta mais uma preocupação à longa lista de receios dos investidores. Entre esses estão as incertezas sobre o Federal Reserve e o aumento das taxas de juros. Além disso, há a questão de como um Congresso dos EUA sem direção pode evitar uma paralisação do governo.
Como isso pode afetar as criptomoedas?
Segundo reportagens dos jornais “The Telegraph”, do Reino Unido, e “Wall Street Journal”, dos Estados Unidos, o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina, dois grupos terroristas que atuam nos territórios palestinos, receberam cerca de US$ 134 milhões em criptomoedas nos últimos meses. O que supostamente resultou na morte de 1.200 israelenses.
A revelação trouxe novo fôlego aos esforços liderados pela Senadora Elizabeth Warren e outros para advogar por legislação relacionada a criptomoedas.
O projeto de lei proposto por Warren busca expandir os requisitos de combate à lavagem de dinheiro delineados na Lei de Sigilo Bancário (Bank Secrecy Act – BSA). Isso para incluir provedores de carteiras de ativos digitais, mineradores de criptomoedas, validadores e outros participantes da rede.
Embora não fosse esperado que o projeto de lei fosse aprovado ainda este ano, o envolvimento do Hamas no ataque pode fortalecer o argumento de Warren. Que aproveitou a notícia relacionada ao Hamas para destacar a urgência de suas propostas.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), Warren afirmou que é “alarmante e deve servir de alerta para os legisladores e reguladores de que carteiras digitais ligadas ao Hamas receberam milhões de dólares em criptomoedas”.
It’s alarming and should be a wakeup call for lawmakers and regulators that digital wallets connected to Hamas received millions of dollars in cryptocurrencies. https://t.co/yUVSIElI8v
— Elizabeth Warren (@SenWarren) October 11, 2023
Além disso, Warren argumentou que é crucial equipar as agências de aplicação da lei com os poderes necessários para combater crimes financiados por criptomoedas.
O projeto de lei conta com apoiadores influentes
O projeto de lei foi co-patrocinado pelo Senador Joe Manchin (D-W.V.), conhecido por ocupar uma posição centrista em questões legislativas importantes, bem como pelos Senadores Republicanos Roger Marshall (R-Kan.) e Lindsey Graham (R-S.C.).
Posteriormente, Warren obteve apoio adicional do Senador Dick Durbin (D-Ill.), Presidente do Comitê Judiciário, e do Senador Gary Peters (D-Mich.), que lidera o painel de Segurança Interna.
Embora o projeto de lei conte com apoiadores influentes, sua aprovação enfrenta desafios no atual Congresso, onde cada partido controla uma câmara, a Câmara dos Representantes está sem um presidente, e o financiamento do governo expira em 17 de novembro.
No entanto, algumas das preocupações de Warren em relação à lavagem de dinheiro foram abordadas em outra proposta legislativa, uma emenda proposta à Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2024 (NDAA).