As fortes correções que o mercado de criptomoedas tem sofrido fizeram com que alguns repensassem o entusiasmo que sentiam por esses ativos, mas o investidor canadense Kevin O’Leary não está entre os desertores do campo do otimismo.
Mais conhecido do público por apresentar o reality show de empreendedorismo Shark Tank, O’Leary, é o cofundador da O’Leary Funds, uma companhia de fundos mútuos.
O site Markets Insider postou recentemente uma matéria em que apresentava as ideias sobre os mercados, especialmente criptoativos, que ele dividiu com a publicação.
Ele disse que não pretende vender nenhum criptoativo e que, pensando a longo prazo, é melhor absorver as perdas. Além de manter o que já tem, ele está comprando mais Bitcoins e Ethereum.
O investimento em criptoativos pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.
Mesmo confiante, O’Leary diz que entende riscos do mercado
A confiança nas criptomoedas não impede, no entanto, que o canadense diga que se trata de um mercado muito volátil e que nem todos os projetos terão sucesso, mas o processo de seleção deles deixa o espaço cripto em seu conjunto mais saudável e mais maduro.
Ele ilustrou esse ponto de vista com a história do colapso das moedas Terra e Luna. Apesar de amargo para os investidores envolvidos, ela servirá de lição sobre o que não deve ser feito. O “inverno cripto”, de modo geral, estimula a prudência que os tempos de exuberância não exigiram.
Além disso, apontou, o valor perdido com os colapsos das citadas moedas (mais de 30 bilhões de dólares) é um mero erro de arredondamento comparado aos valores negociados em dívidas governamentais. Os mercados globais são grandes, e a perda de dezenas de bilhões de dólares em valor é rotineira.
Um dos fatores que deixam O’Leary otimista com o futuro das criptomoedas são os recursos humanos que o setor pode mobilizar para resolver seus problemas.
Por exemplo, ele afirma que, em uma turma de engenheiros graduando-se no MIT (Massachusetts Institute of Technology, uma das universidades mais prestigiadas no campo da tecnologia), os mais brilhantes vão estar ávidos por trabalhar com blockchain.
Kevin O’Leary tem portfólio bem diversificado
Entre os criptoativos que O’Leary tem em seu portfólio, além de Bitcoin e Ethereum, está Solana. Além disso, ele investe na companhia Polygon, cujo token MATIC chegou a subir 1000% em menos de 2 anos, mas agora está mais de 80% abaixo de seu pico histórico.
Apesar do interesse do apresentador-investidor em manter criptoativos e de ainda estar comprando-os, a desvalorização fez com que a proporção deles em seu portfólio caísse 4 pontos percentuais, de 20% a 16%, nos últimos 6 meses.
Em uma entrevista dada também à Markets Insider em abril deste ano, o O’Leary explicava que segue o preceito de diversificar seu portfólio. Em seus investimentos em criptoativos, por exemplo, nenhum ativo responde por mais de 5% dos 20% alocados ao setor.
Ele também investe em Web3, uma ideia para uma atualização da Internet que seja mais descentralizada e baseie sua economia no uso de tokens. Nesse caso, para o investidor, é especialmente importante diversificar porque as soluções ainda estão sendo criadas e testadas. Ninguém sabe quais soluções serão escolhidas pelo mercado, mas algumas opções acertadas podem mais do que compensar as equivocadas.
Para escolher as empresas em que investe, especialmente em setores que os pioneiros ainda estão desbravando, como Web3, o O’Leary diz que se pergunta qual problema a empresa está tentando resolver e se existe valor econômico extrair disso.
Por exemplo, no caso de seu investimento na Polygon, ele acredita haver grande valor no esforço da empresa para facilitar o uso de Ethereum e tornar mais baratas as transações envolvendo a moeda.
O tempo dirá quão certo o Senhor Maravilha está em sua apologia às criptomoedas, mas aqueles que acreditam no faro do canadense têm razões para que, reservadamente otimistas, esperem a primavera substituir o inverno.