Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriram uma maneira inovadora de produzir insulina de ação oral em alface. Isso significa que os diabéticos poderiam tomar um comprimido diário em vez de injeções dolorosas.
A insulina de ação oral tem sido o santo graal da pesquisa sobre insulina e talvez até mesmo do setor farmacêutico em geral por muitas gerações. A busca por um medicamento viável de insulina oralmente ativo se estende por quase 100 anos.
A busca tem sido tão febril por alguns motivos. A primeira é que a insulina injetada pode agir tão rapidamente que pode ser perigosa, fazendo com que o açúcar no sangue caia muito rapidamente.
As bombas de insulina resolvem esse problema fornecendo lentamente apenas a quantidade necessária do medicamento. Mas elas são exorbitantemente caras e estão fora do alcance da grande maioria dos pacientes com diabetes.
Ainda não há uma pílula de insulina aprovada
Por outro lado, os medicamentos administrados por via oral são fornecidos à corrente sanguínea lentamente. Isso evitaria o pico imediato da concentração do medicamento que, às vezes, pode ser perigoso.
Apesar do imenso esforço que inúmeras empresas e pesquisadores dedicaram ao problema, ainda não há uma pílula de insulina aprovada pela FDA no mercado.
É importante observar que existem algumas pílulas orais usadas para tratar o diabete tipo 2 que fazem mais ou menos o mesmo que a insulina. Ou seja, reduz as concentrações de glicose no sangue (em vários graus de eficácia).
Entretanto, essas pílulas não são perfeitas e estão longe de ser suficientes para as pessoas com Diabete Tipo 1 (que produzem pouca ou nenhuma insulina). E nem sempre funcionam para pacientes com Diabete Tipo 2.
Por que a insulina de ação oral é tão difícil de ser produzida?
A insulina não é ativa quando tomada por via oral por alguns motivos. Ela é uma proteína, composta de 51 aminoácidos, o que a torna muito grande para ser bem absorvida pelo trato gastrointestinal (GI).
Se não puder ser absorvida no trato gastrointestinal, ela não chegará à corrente sanguínea, onde será distribuída para todo o corpo.
A insulina também é rapidamente decomposta pelo sistema digestivo. O que significa que, mesmo que fosse bem absorvida pelo trato gastrointestinal, grande parte dela seria destruída antes de chegar ao sangue.
Houve uma infinidade de tentativas fascinantes para contornar esses problemas, mas nenhuma delas foi promissora o suficiente para passar por testes clínicos. Uma das tentativas mais interessantes (e intimidadoras) veio de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Uma equipe de cientistas criou uma pílula cheia de cápsulas contendo agulhas com mola feitas de 100% de insulina. A mola é bloqueada por um disco de açúcar que se dissolve quando chega ao estômago. Quando o disco se dissolve, a mola é liberada, disparando a agulha contra a parede do estômago e liberando a insulina diretamente na corrente sanguínea.
Além de ser um pouco assustador ter pequenas agulhas com mola disparando em seu estômago, é provável que sua fabricação seja exorbitantemente cara. A insulina já é cara o suficiente antes de você adicionar uma complexa pistola de agulhas com mola do tamanho de um mirtilo à mistura.
Como os pesquisadores resolveram (potencialmente) o problema da insulina oral?
A equipe de pesquisa da Universidade da Pensilvânia começou projetando uma “pistola de genes” usando os genes humanos que levam à produção de insulina. O método, elucidado no artigo da equipe publicado na revista Biomaterials, continua com a inserção dos genes nas paredes rígidas das células de alface.
Os genes são então integrados ao genoma das células. As sementes são produzidas com esse novo genoma e, em seguida, são cultivadas em plantas de alface completas que produzem grandes quantidades de insulina humana.
A insulina que elas produzem é, na verdade, superior aos tipos mais populares usados atualmente porque inclui um peptídeo natural ausente em outros produtos de insulina. Depois de totalmente cultivada, a alface é liofilizada e transformada em pó. Esse pó é o produto final do medicamento.
Esse método tem uma infinidade de benefícios propostos. Parece que as paredes rígidas das células vegetais que envolvem a insulina a protegem do sistema digestivo do corpo, permitindo que ela chegue ao fígado por meio do intestino.
Os pesquisadores também afirmam que ela é mais barata do que os métodos populares atuais de síntese de insulina que usam levedura ou bactérias para criar a proteína.
Isso pode ser extrapolado para outros lugares?
Encontrar um produto medicamentoso de insulina ativo por via oral é uma conquista absolutamente notável. Provavelmente, valerá muitos bilhões de dólares se conseguir passar pelo processo de aprovação da FDA e for barato o suficiente para ser viável.
Além disso, o mecanismo usado para produzir essa forma de insulina oral poderia ser extrapolado para todos os tipos de medicamentos à base de proteínas. Os medicamentos à base de proteínas são tão maleáveis e versáteis que podem ser projetados para tratar qualquer número de doenças e condições.
Eles abriram um paradigma de medicina totalmente novo. Estima-se que eles já representem metade dos dez medicamentos mais vendidos em 2023 e esse método pode resolver dois dos maiores fatores que os impedem: alto custo e suscetibilidade a enzimas digestivas.
Se for comprovado que esse método de cultivo de proteínas em alface é seguro e eficaz para todos os tipos de proteínas, ele poderá literalmente mudar a medicina para sempre.
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