Índice de ações (Ibovespa)

Mais importante índice do mercado de ações brasileiro, o Índice Bovespa (Ibovespa) mede as variações (valorização ou desvalorização) de uma carteira teórica. Desta carteira fazem parte as ações mais negociadas e de empresas de maior valorização de mercado na Brasil, Bolsa e Balcão (B3), principal Bolsa brasileira.

Nas últimas semanas, o Ibovespa tem apresentado fortes altas. Acumulou uma valorização de 8,91% nos últimos 30 dias, quase igualando a valorização de todo o ano de 2023 até agora, que foi de 10,01%.

Na sessão de sexta-feira, 9 de junho, após o feriado de Corpus Christi, a Bolsa fechou em alta de 1,33%: foi a sexta sessão seguida a terminar em alta. Na semana, a alta acumulada do Ibovespa é de 3,96%.

Por que a bolsa de ações está subindo tanto nesse mês?

Os analistas gráficos do Itaú BBA acreditam que a tendência de alta da Bolsa pode continuar por mais algum tempo, com o índice testando os patamares de 121.600 pontos e 131.200 pontos. O momento, acreditam, é favorável para a compra de ações desde que se tomem os devidos cuidados na administração do risco.

No entanto, os analistas da Ágora Investimentos adotam uma visão mais cautelosa, indicando que o rompimento definitivo da resistência na região dos 113.000 a 114.800 pontos ainda não ocorreu, e uma correção mais forte poderia levar o Ibovespa de volta a essa faixa. Eles apontam, contudo, que, se a alta do índice continuar, ele poderá testar o patamar dos 118.200 pontos.

Taxas de juros são um fator importante

taxa de juros e ações

As expectativas favoráveis em relação às taxas de juros, tanto nos Estados Unidos como no Brasil, têm impulsionado o desempenho da Bolsa.

A perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) mantenha as taxas de juros e que o Banco Central do Brasil inicie um ciclo de redução dos juros a partir do próximo mês aumentou o apetite por risco dos investidores.

Além disso, as notícias relacionadas à inflação e a percepção de melhoria no cenário fiscal têm contribuído para o otimismo no mercado acionário brasileiro.

As expectativas de queda da taxa Selic, que é a taxa básica de juros do Brasil, foram fortalecidas com o anúncio, em 7 de junho, do índice de inflação IPCA de maio, que foi de 0,23%.

Esse número acabou levando o IPCA dos últimos 12 meses a 3,94% e deixando-o mais perto do centro da meta de inflação, que é de 3% ao ano.

A queda dos juros no Brasil, tornando o acesso ao dinheiro mais barato, poderá incentivar investimentos e consumo e reduzir a inadimplência. Entre os setores que têm mais chances de ser beneficiados, estão o do varejo e o da construção civil.

Tendência de alta das ações vinha se manifestando desde maio

Em 22 de maio deste ano, a Guide Investimentos publicou em seu site um texto analisando a alta da Bolsa durante aquele mês, que alcançou 6% até o momento da publicação.

O artigo atribuiu essa valorização ao fortalecimento da convicção de queda da taxa Selic, com base nas comunicações do Banco Central e nos dados econômicos, incluindo os índices de inflação, bem como a redução das posições vendidas.

Segundo o texto, há ainda um amplo espaço para valorização das ações negociadas na B3, pois elas se encontram relativamente baratas, e os fundos multimercados parecem ter uma alocação limitada em ações. A expectativa é de haja um aumento na participação desses fundos na Bolsa, o que poderá impulsionar a demanda pelos ativos e elevar as cotações deles.

No final de maio, em um episódio do Market Makers (canal de conteúdo sobre finanças que se propõe a fazer a ligação entre investidores comuns e profissionais), José Rocha falou de suas expectativas para a B3. Ele é gestor da Dahlia Capital, empresa de gestão de recursos que se concentra no mercado de ações e em dívidas corporativas.

No entender dele, muitas das ações negociadas em bolsa de valores no Brasil estão bastante baratas em relação ao seu potencial de lucro e de valorização. Como exemplos, ele citou as de Iguatemi, Eletrobras, Localiza e Banco do Brasil.

Para Rocha, a valorização das ações brasileiras poderá ser favorecida pelo abandono na China das medidas contra o COVID e pela possível interrupção pelo Fed do ciclo de alta da taxa de juros. Contudo, o principal catalisador para a elevação das cotações dela deverá ser a queda da Selic, esperada para o segundo semestre deste ano.

Média histórica mostra que as ações brasileiras ainda estão muito baratas

Preço médio das ações brasileiras
P/L do Ibovespa desde 2001. Fonte: Oceans14.

Segundo dados da plataforma Oceans14, a razão P/L (Preço sobre Lucro) das empresas negociadas na B3 está em 5,6, mais baixo do que em qualquer momento desde o primeiro ano do primeiro mandato do presidente Lula há 20 anos.

No começo de 2021, por exemplo, o P/L das ações da B3 estava acima de 24. Note-se que os dados da plataforma citada levam em conta todas as empresas negociadas na bolsa de valores, não só aquelas cujas ações entram na composição do Ibovespa, e dá-lhes peso proporcional à sua liquidez na data analisada, garantindo assim que as ações mais representativas tenham um peso maior.

De acordo com um artigo publicado no site da revista Você S/A, especializada em administração e negócios, o P/L das ações que compõem o Ibovespa é 7, enquanto a média dessa razão nos últimos 15 anos é 11, o que parece indicar haver um bom espaço para o aumento das cotações das ações.

Outro dado interessante é que, ao fim da sessão de sexta-feira, o dólar comercial estava sendo cotado a 4,87 reais, abaixo dos patamares psicologicamente relevantes de 5 reais e 4,90 reais, além de ser a menor cotação da moeda americana no último ano.

Um dos motivos para a queda foi o fluxo de capitais vindos do Exterior para ativos nacionais, incluindo ações. O dólar acumulou na semana desvalorização de 1,54% frente à moeda brasileira.

Embora uma média baixa de relação Preço sobre Lucro possa indicar recessão ou pessimismo dos investidores, ela também pode ser sinal de que as ações, de modo geral, estão baratas e de que os investidores podem pagar relativamente pouco pelos lucros (e, portanto, dividendos) gerados pelas empresas que as emitiram.

Ações com destaque recente no Ibovespa

Um artigo publicado no dia 9 de junho pelo site O Antagonista, observou que, das 86 empresas que compõem o Ibovespa, aquelas cujas ações mais se valorizaram foram: MRV Engenharia, Yduqs e Azul.

Todas elas são de setores de consumo cíclico, ou seja, altamente suscetíveis a influências do clima econômico (inflação, taxa de juros, aquecimento da economia, variações do câmbio, etc.).

Até o momento, em 2023, as ações da Azul, que atua em transporte aéreo, valorizaram-se 78%, as da Yduqs, que atua no setor de educação, acumulam alta de 63,5% e as da MRV Engenharia, construtora, subiram 53,3%.

Para efeitos de comparação, note-se que as ações da Petrobras e da Vale, que têm um dos maiores pesos na composição do Ibovespa, acumulam alta pouco superior a 22% em 2023.

As cinco empresas cujas ações mais se valorizaram no último mês concluído, maio, foram Yduqs, com alta de 73,28%, Azul, com alta de 54,73%, Dexco, com alta de 50,25%, Locaweb, com alta de 46,85%, e Hapvida, com alta de 44,57%.

Em conclusão, as altas recentes da Bolsa de Valores no Brasil refletem a expectativa de quedas nas taxas de juros, melhoria no cenário fiscal e boas perspectivas econômicas.

Embora haja cautela em relação a possíveis correções, o mercado de ações tem se mostrado otimista, e parece haver considerável espaço para valorização das ações negociadas na B3.

E qual pode ser o efeito disso nos investimentos cripto?

Apesar das baixas nas últimas semanas, o Bitcoin (principal criptomoeda do mundo) acumula uma valorização de 42,59% no ano até agora.

Isso coincide com a expectativa do mercado por uma freada no aumento da taxa de juros nos EUA. Trazendo a situação pro Brasil, o cenário é ainda mais animador.

Afinal, se a taxa SELIC realmente for reduzida, isso significa que o prêmio oferecido pela renda fixa será diminuído, estimulando os investidores a procurarem alternativas com maior lucratividade e, consequentemente, mais arriscadas. E é justamente nessa categoria que as criptomoedas se encaixam.

Portanto, o momento parece ser muito bom para fazer seus aportes, tanto em ações brasileiras, quanto em criptomoedas. Se a expectativa do mercado se realizar, deveremos ver um ciclo de alta em breve, de modo que quem investir agora pode conseguir bons retornos.

Quais são as melhores criptomoedas para investir?

Do mesmo modo que você deve analisar a fundo uma empresa antes de comprar uma ação dela, é imprescindível analisar uma criptomoeda antes de investir também.

Certamente é recomendado ter uma parte do seu portfólio cripto alocado em Bitcoin, pois é a principal criptomoeda, mais escassa e com ótima liquidez.

No entanto, dificilmente teremos uma explosão de 10x, 50x, ou 100x do Bitcoin, uma vez que ele já tem uma capitalização de mercado gigantesca.

Contudo, projetos promissores de altcoins que ainda estão em fases iniciais podem se sair muito bem. Portanto, na parte da sua carteira que for direcionada para investimentos de alto risco e de alto potencial de retorno, considere incluir algumas criptomoedas promissoras em pré-venda, como WSM, ECOTERRA e YPRED, por exemplo.

Com o aquecimento do mercado esse tipo de criptomoeda pode ter uma valorização “estrondosa”.

Investimentos em renda variável envolvem operações de alto risco e podem não ser indicados para novatos.

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