ações e criptomoedas

Nos últimos anos, as criptomoedas se tornaram um veículo de investimento cada vez mais popular, com mais e mais pessoas investindo em moedas digitais como Bitcoin, Ether e outras.

Uma pergunta que os investidores têm feito a si mesmos é se as criptomoedas estão correlacionadas com o mercado de ações e se existe a possibilidade de dissociação entre os dois tipos de ativos.

Embora sejam classes de ativos diferentes, ações e criptomoedas têm histórico de cotações correlacionadas

A dissociação de ações e criptomoedas refere-se à possibilidade de que o preço das criptomoedas não esteja mais vinculado ao preço das ações e que elas possam se mover independentemente umas das outras.

Isso seria significativo para os investidores porque lhes daria outra classe de ativos não correlacionados com o mercado de ações, o que poderia ajudá-los a diversificar suas carteiras e reduzir seu risco.

Historicamente, criptomoedas e ações têm sido correlacionadas até certo ponto. Isso ocorre porque ambas as classes de ativos são afetadas por muitos dos mesmos fatores, como mudanças nas taxas de juros, crescimento econômico global e eventos geopolíticos.

Por exemplo, se houver uma recessão ou uma crise financeira global, tanto as criptomoedas quanto as ações, provavelmente, serão afetadas negativamente.

Diferenças entre ações e criptomoedas

No entanto, também existem algumas diferenças importantes entre criptomoedas e ações que sugerem que elas podem se separar no futuro. Por exemplo, as criptomoedas não estão vinculadas a nenhuma empresa ou setor específico, o que significa que não são tão vulneráveis a alguns dos fatores econômicos e de negócios que afetam as ações.

Além disso, as criptomoedas têm uma oferta limitada, o que significa que não estão sujeitas às mesmas pressões inflacionárias que as moedas fiduciárias.

Outro fator que pode contribuir para a dissociação de ações e criptomoedas é a crescente adoção institucional de criptomoedas. Nos últimos anos, um número crescente de investidores institucionais, incluindo fundos de hedge e gestores de ativos, começaram a investir em criptoativos.

Isso ajudou a legitimar as criptomoedas como uma classe de ativos legítima e também criou mais liquidez nos mercados cripto. Além disso, o uso crescente da tecnologia blockchain em setores além do financeiro também pode contribuir para a dissociação de criptomoedas e ações.

Tecnologia Blockchain pode ser aplicada em diversos setores diferentes

A tecnologia Blockchain está sendo usada para tornar mais eficientes e transparentes setores como gerenciamento da cadeia de suprimentos, saúde e imóveis, entre outros.

À medida que o uso da tecnologia blockchain se torna mais difundido, o valor das criptomoedas vinculadas a esses setores pode aumentar, independentemente do que esteja acontecendo no mercado de ações.

Interessantemente, um fenômeno que atua contra a disseminação do uso das criptomoedas, a crescente pressão aplicada a elas pelos reguladores em países como os Estados Unidos, também pode colaborar para a criação de um cenário de dissociação entre o comportamento das ações e o comportamento das criptomoedas.

Especialistas já se enganaram em previsões sobre dissociação dos mercados de ações e criptomoedas

É preciso lembrar, porém, que várias vezes já se apontaram indícios de que o mais recente período de ligação entre o comportamento do mercado acionário e do de criptomoedas estava chegando ao fim sem que isso realmente chegasse a acontecer.

Um exemplo é um artigo publicado em setembro do ano passado pelo site Decrypt, que, diante do mais recente comportamento do mercado de ações americano e das criptomoedas, que parecia indicar um enfraquecimento do vínculo entre esses ativos, consultou especialistas sobre o assunto.

O artigo, aliás, fazia menção a um aspecto interessante do tema: o paradoxo de que criptomoedas como o Bitcoin tenham, às vezes por períodos prolongados, exibido uma forte correlação com os mercados financeiros convencionais.

No entanto, isso acontece, embora muitos dos entusiastas do Bitcoin normalmente prefiram que ele não esteja intimamente ligado a ativos tradicionais, como títulos e ações. Isso porque um dos princípios fundamentais da criptomoeda líder em termos de capitalização de mercado, atualmente avaliada em US$ 379 bilhões de dólares de acordo com o site CoinGecko, é que ela opera fora do escopo das finanças tradicionais.

Além disso, a correlação entre ações e o Bitcoin minaram um pouco a força da ideia de que este ativo digital poderia servir de porto seguro para fundos retirados dos papéis em caso de mercado acionário em baixa.

Para muitos investidores, isso parecia pouco aconselhável, pouco melhor, caso realmente chegue a ser melhor, do que “pular da frigideira para cair no fogo”.

Em fevereiro deste ano, o Bitcoin e o S&P 500 apontaram para rumos opostos

Outro momento em que a correlação entre criptomoedas e ações pareceu ameaçado chegou em fevereiro deste ano, quando o comportamento do Bitcoin e do S&P 500 caminharam em direções diferentes pela primeira vez desde novembro de 2022.

Na época, foi quando a corretora de criptomoedas FTX sofreu uma estrondosa falência que provavelmente colaborou para a interrupção de um período de 11 meses de correlação que havia se iniciado em novembro de 2021.

Apesar da existência de fatores, alguns deles citados neste texto, potencialmente capazes de fazer com que os comportamentos dos mercados acionário e o de criptomoedas passem a divergir mais significativamente, eles têm, há mais de um ano, mantido forte correlação.

Exceto por curtos períodos, eles têm se movido em direções similares sob as condições criadas pelo aperto monetário aplicado pelo banco central americano e a redução do ritmo da economia.

Poucas ações são responsáveis pela maior parte da alta do S&P 500 em 2023

No entanto, mais uma vez, despontam sinais de que ações e criptomoedas possam tomar caminhos diferentes, assunto abordado em um artigo do site CryptoSlate em 11 de abril.

Um dos fatores a considerar, de acordo com o citado texto, é que cerca de 93% da alta de 7% acumulada em 2023 pelo índice S&P 500, um dos mais importantes do mercado de ações dos Estados Unidos, pode ser atribuída a 7 ações do setor de tecnologia. As referidas ações, aliás, são as de maiores capitalizações de mercado entre as que compõem o S&P 500.

É possível que, na ausência de estímulo econômico e em um cenário de juros ainda altos (e de dúvidas que ainda pairam sobre o comportamento que terá o banco central americano nos próximos meses), as cotações das ações que impulsionam o S&P 500 encontrem resistências maiores que as criptomoedas, para as quais, talvez, o pior tenha passado.

Além disso, aproxima-se uma das “earning seasons” (quando uma grande quantidade das empresas listadas em bolsas apresentam seus relatórios e desempenho), cujos resultados podem levar os investidores a reavaliar as empresas e as posições de investimento deles.

Correlação do Bitcoin com principais índices acionários dos EUA está baixa

O que quer que seja que o futuro traga, no momento, segundo o CryptoSlate, a correlação entre o índice S&P 500 e o Bitcoin está em baixa e encontra-se em por volta de 50%, enquanto a correlação entre o índice da Nasdaq e o Bitcoin está em 42%.

Os resultados dos mercados nas próximas semanas dirão se a tendência de afastamento de criptomoedas e ações continuará ou se essas classes de ativos voltarão a se movimentar em uma direção compartilhada entre elas.

Em conclusão, embora existam alguns fatores que sugiram que os comportamentos de criptomoedas e ações podem estar perto de se desvincular, os investidores devem estar cientes dos riscos envolvidos em qualquer estratégia de investimento que venham a adotar.

Como sempre, os investidores devem fazer suas próprias pesquisas e buscar aconselhamento profissional antes de tomar qualquer decisão de investimento.

Além dos riscos inerentes de investir, as criptomoedas ainda são uma classe de ativos relativamente nova e volátil em torno das quais ainda existe muita incerteza regulatória.

Apesar disso, elas podem fornecer uma maneira valiosa de diversificação de portfólios e, potencialmente, de obtenção de ganhos mais altos.

Investimentos em renda variável envolvem operações de alto risco e podem não ser indicados para novatos.

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