ações da Amazon (AMZN)

O desdobramento de ações da Amazon (AMZN) gerou uma expressiva valorização dos papéis nos dias que antecederam o desdobramento (quase 8% em cinco dias). Enquanto isso, no primeiro pregão após a mudança entrar em vigor no dia de 6 de junho, o aumento foi de quase 2%.

Entretanto, o efeito foi pouco duradouro. Mas no mercado há otimismo, mesmo que temperado por cautela, com as possibilidades de crescimento das ações da Amazon no médio prazo.

O desdobramento foi aprovado em maio pelos acionistas da empresa em sua reunião anual. Como resultado, substituiu cada ação da Amazon por vinte, cada uma delas com um vigésimo da cotação de antes da mudança. Com isso, o papel da empresa, que estava sendo negociado a US$ 2.447, teve o valor ajustado para US$120 depois do desdobramento.

Desdobramento de ações da Amazon (AMZN) visa tornar o papel mais acessível

Como se percebe, a participação de cada acionista na empresa e a capitalização dela permaneceram inalteradas. Mas as ações ficaram mais acessíveis, especialmente para os investidores de pequeno porte, principal motivação para a medida.

Segundo Steve Sosnick, estrategista-chefe da corretora Interactive Brokers, os investidores tendem a associar desdobramentos com ações bem-sucedidas, o que, associado à redução do custo para investir, atrai compradores para os papéis e, no curto prazo, tende a valorizá-los.

A médio e curto prazo, porém, importam mais os fundamentos da empresa, a estratégia dela, a saúde da economia e o estado do setor em que ela atua.

Mesmo com boa recepção AMZO cai forte no ano

A cotação das ações da Amazon caiu cerca de 20% desde o desdobramento e acumula 5% de baixa no mês. No ano de 2022, a desvalorização acumulada já é de 25%.

Os Brazilian Depositary Receipt (BDR, um certificado que representa ações de empresas negociadas em bolsas de valores estrangeiras) da empresa subiram 2,70% em 6 de junho, fechando aquele dia em R$ 3,80. Sete dias depois, porém, em 13 de junho, estavam custando R$ 3,38, uma desvalorização de 11%.

Diante do desempenho das ações da Amazon, muitos investidores se perguntam se ainda vale a pena tê-las ou comprar estas ações. O consenso entre os especialistas ainda é pela afirmativa.

Por exemplo, o preço-alvo médio para as ações da Amazon selecionado por analistas consultados pela agência de notícias, Reuters, foi US$ 178,49, mais de 70% superior aos US$ 103,67 em que elas fecharam o pregão de 13 de junho.

Analistas enxergam valorização da Amazon a longo prazo

Pouco antes do desdobramento, os analistas da Morningstar, empresa de consultoria de investimentos, estabeleceram um preço-alvo de US$ 3.850 para as ações da Amazon. Isso representa quase 60% acima da cotação de US$ 2.447 praticada antes do desdobramento.

A média dos preços-alvos estimados nas análises consultadas pelo site de investimentos Seeking Alpha foi de US$ 3.570. Portanto, o desempenho ruim no ano se deve muito a fatores macroeconômicos, que derrubou o preço das outras big techs, das criptomoedas e muitos outros ativos que são mais voláteis.

Dito isto, há alguns motivos para ter dúvidas sobre a Amazon a curto prazo, o que pode representar um risco maior para quem quer fazer day trade com elas. No entanto, seu Índice Preço/Lucro (a divisão do preço da ação da empresa pelo seu lucro no ano completo mais recente) continua consideravelmente mais alto do que a média das FAANG, as cinco principais empresas americanas de tecnologia: Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google.

Por exemplo, o Índice Preço/Lucro da Amazon é quatro vezes maior que o do Facebook (US$ 49,72 por ação contra US$ 12,43 por ação, respectivamente). Quanto mais alto o Índice Preço/Lucro de uma empresa, mais caro está seu papel. Ou seja, mais o investidor gasta o comprando para obter uma certa quantidade de lucro.

Contudo, as análises consultadas pelo Seeking Alpha desenham um cenário em que, nos próximos anos, a Amazon vá abandonar, pelo menos em parte, a estratégia de priorizar o crescimento que vem seguindo. Com isso, deve passar a dar mais importância aos lucros, alcançando um Índice Preço/Lucro compatível com a média das FAANG em 2027.

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