Não é exagero pensar que os historiadores do futuro poderão ver a divulgação de um acordo de marketing entre a UFC e a VeChain (VET), ocorrida em 9 de junho, como o marco de uma mudança fundamental pela qual a economia mundial passou no começo do século XXI.

A VeChain é uma plataforma de soluções em blockchain para negócios. Desse modo, seu trabalho é usado em setores como os de energia, administração pública e varejo. Sua lista de clientes inclui gigantes como o Walmart e o Grupo BMW, e ela possui representação em países como Irlanda, Estados Unidos, Cingapura e França.

“Quando os gladiadores e os nerds juntaram forças” seria uma descrição humorística, mas, no essencial, correta. Afinal, o acordo faz da VeChain um dos maiores patrocinadores dos torneios de artes marciais.

Diante disso, uma das vantagens de que desfrutará será a exibição em posição de destaque de sua marca nos célebres octógonos em que se enfrentam os lutadores. O valor do negócio gira em torno de 100 milhões e sua duração será de, no mínimo, 5 anos.

Horas após o anúncio, o token VET já subia cerca de 20%. Portanto, com toda a visibilidade a mais, é possível que haja um crescimento ainda maior nas próximas semanas.

O investimento em criptoativos pode não ser adequado para investidores novatos, que podem perder o total do valor investido.

Grande audiência do UFC deve popularizar ainda mais as criptomoedas

Estima-se que suas lutas sejam transmitidas para a televisão em mais de 160 países, portanto, está ao alcance de cerca de 1 bilhão de lares. Segundo especialistas, trata-se do único esporte que manteve sua audiência em alta desde o começo da pandemia.

Como se a força na mídia tradicional não fosse o bastante, o UFC tem cerca de 200 milhões de seguidores em suas redes sociais e plataformas. Para estas, produzirá conteúdos estrelando seus atletas em parceria com a VeChain, associação que é mais um dos benefícios do acordo para a empresa de blockchain.

Do lado do UFC, o acordo com a VeChain significa, entre outras coisas, que suas rendas de patrocínio já são 30% maiores do que eram em 2021. A informação é de Paulo Asencio, Vice-Presidente da UFC e responsável pelas parcerias internacionais da organização. Ele acredita que muitos negócios nestes moldes serão feitos no mundo dos esportes.

Um relatório recente do Nielsen Holdings INC., empresa especializada em pesquisas sobre mídia e mercado, parece apoiar o ponto de vista de Asencio. Nele, estimou-se que, nos próximos 5 anos, os patrocínios de esportes profissionais por empresas ligadas à blockchain subirá mais de 700%, alcançando 5 bilhões de dólares.

A primeira apresentação da marca VeChain em um evento esportivo da UFC acontecerá em 11 de junho, em Cingapura, onde acontecerá a luta entre Glover Teixeira e Jiri Prochazka, respectivamente, os números 1 e 2 do ranking da categoria peso leve.

Acordo entre UFC e VeChain segue a tendência de patrocínios cripto nos esportes

Embora pioneiro em seus termos, o contrato entre UFC e VeChain não é o primeiro a ser acertado entre o mundo dos esportes e o das criptomoedas.

O próprio UFC já havia dado um passo para se adequar à crescente importância das moedas digitais ao celebrar. Só para exemplificar, em abril deste ano, um acordo de patrocínio com o mercado de criptomoedas Crypto.com. Pelo contrato, a Crypto.com ficou responsável pelo pagamento de bônus em Bitcoin a três lutadores selecionados pelos telespectadores dos eventos pay-per-view.

O primeiro evento em que esses bônus foram concedidos foi o UFC 273, em 9 de abril. Os lutadores Khamzat Chimaev, Alexander Volkanovski e Petr Yan receberam um valor equivalente a 60 mil dólares somados.

Antes disso, a Crypto.com, que, aliás, é um dos patrocinadores da Copa do Mundo FIFA de 2022, a ser realizada no Catar no fim deste ano, já havia investido 700 milhões de dólares. O valor foi destinado à compra dos direitos de renomear a Arena Staples. O ginásio, onde times como os Los Angeles Lakers, da NBA, disputam as partidas “em casa”, passou a se chamar Crypto.com Arena.

Embora haja a tendência para sinergia entre esportes profissionais em geral e empresas do ramo de blockchain, como ilustrada pelos exemplos mencionados, o UFC está em uma posição especialmente forte para colher seus dividendos.

VeChain possivelmente investirá ainda mais em patrocínio nos próximos anos

Não falta à VeChain Foundation, surgida em 2015, poder de fogo financeiro para continuar investindo no fortalecimento de seu nome. O relatório financeiro que ela divulgou em maio deste ano apontou que, no primeiro trimestre de 2022, possuía mais de 1 bilhão de dólares. Valor alocado na forma de criptomoedas como Bitcoin e o próprio VeChain.

Nem as quedas recentes nas cotações de várias criptomoedas — causadas por circunstâncias como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e o esforço do banco central americano para conter a inflação — devem ser o bastante para deter a marcha das criptomoedas rumo ao mainstream à medida que mudam a maneira de fazermos transações e investimentos.

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