Em agosto, o Brasil experimentou o segundo mês de deflação seguido neste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de -0,36% em agosto. Em julho, a queda nos preços, de acordo com o mesmo indicador, havia sido de 0,68%.
Entre os grupos de produtos e serviços que colaboraram para o recuo dos preços em agosto deste ano, podem ser citados comunicação (deflação de 1,10%) e transportes (deflação de 3,37%, o que inclui uma queda de 12% no preço das passagens de avião). A energia elétrica também ficou mais barata: queda de 1,27% em suas tarifas.
Um fator que ajudou a reduzir o aumento dos preços de alguns grupos e controlar o aumento dos de outros foi o comportamento dos combustíveis, cujos preços recuaram 10,82%.
Além do IPCA, outro importante índice de medição da inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também apresentou queda: ele foi de -0,31% em agosto. Em julho, havia sido de -0,60%.
É possível que o período de aperto monetário levado a cabo por bancos centrais ao redor do mundo para conter a inflação dure um pouco mais. Autoridades de instituições como o Banco Central do Brasil, o Banco Central Europeu e o Federal Reserve, dos Estados Unidos, têm dado declarações em favor de políticas duras para o combate à inflação.
O que esse cenário de deflação significa para os investimentos em criptomoedas?
O que este contexto, em que a escalada de preços parece ter sido interrompida por ora, significa para o investimento em criptomoedas e quais delas se destacam como promissoras no momento?
As criptomoedas são uma classe de ativos recente demais para que haja um histórico convincente de seu comportamento em diferentes ambientes macroeconômicos. Além disso, diferentes criptomoedas possuem fundamentos diferentes, são regidas por regras diferentes e têm utilidades diferentes.
Algumas das criptomoedas, como stablecoins e tokens de utilidade de modo geral, podem ser comparadas com títulos financeiros porque podem ser produzidas à vontade pelos desenvolvedores do projeto.
Sendo assim, dependem para sua valorização da saúde do projeto a que estão ligadas. Outras, porém, parecem-se mais com commodities porque possuem suprimento mais ou menos fixo e seu valor não está ligado a um empreendimento específico.
Boas criptomoedas para ficar de olho em período de deflação
Por outro, seu valor provavelmente estará intimamente associado ao sucesso – ou falta dele – que as plataformas a que servem como tokens de utilidade tiverem em criar uma base numerosa e engajada de usuários.
A continuidade do aperto monetário e a consequente redução de liquidez no sistema financeiro mundial podem reduzir o potencial de valorização de criptomoedas como o Bitcoin, ou até mesmo colaborar para o processo de desvalorização que muitas delas têm sofrido.
É muito cedo no processo para que se possa ter certeza de como as criptomoedas vão se comportar. Há, porém, boas chances de que IBAT e Tamadoge (TAMA) apresentem bom desempenho no futuro próximo.
A mecânica anti-inflacionária dessas moedas é um fator favorável a elas. Além disso, é provável que, à medida que os projetos de que elas fazem parte – e aos quais servem como tokens de utilidade – apresentem mais recursos e expandam sua base de usuários, elas se valorizem.
Também vale a pena levar em consideração o entusiasmo dos investidores na fase de pré-vendas, o qual pode ser uma antecipação do interesse que demonstrarão mais tarde. Isso empurraria o preço para cima. A Tamadoge, por exemplo, já arrecadou 15 milhões de dólares nessa etapa.
Enfim, a investimentos em criptomoedas, aplicam-se os usuais lembretes sobre a volatilidade desses ativos – no caso de IBAT e Tamadoge, acrescidos do fato de que se trata de projetos em fase embrionária. Contudo, é possível que essas moedas consigam valorizar-se a despeito do mercado de criptomoedas em baixa, especialmente se os desenvolvedores desses ativos conseguirem cumprir a promessa de colocar o metaverso a serviço do incremento da qualidade da experiência de jogo dos usuários.
Criptoativos são um investimento de alto risco e podem não ser indicados para novatos.
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